WebRádio Nova Esperança

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domingo, 26 de agosto de 2012


É a Graça o Tempo Todo

A vida cristã é graça do princípio ao fim. O Deus de toda graça nunca cessa de derramar Seu favor sobre aqueles a quem Ele ama. Às vezes, Sua misericórdia pode estar velada, mas olhando para trás, fica claro que Ele nunca se esqueceu de ser bom.
Os crentes veem a graça divina no milagre de sua preservação. Considerando todos os germes e vírus em circulação, e as inúmeras possibilidades de acidentes, e os riscos das viagens, e os perigos de homens violentos, não é nada menos maravilhoso que a vida continue.
Pense na graça do Senhor em nossa orientação. Tantas pessoas para direcionar e, mesmo assim, Ele o faz com infinito cuidado e habilidade consumada, de forma que cada um possa dizer: “Ele teceu meu tempo com misericórdia e julgamento”.
E cada um possa dizer ainda: “Meu Jesus a tudo fez com perfeição”.
Às vezes, a rota é através de um deserto difícil, outras vezes é como um campo minado. Não obstante, em todos os capítulos da vida, Ele leva, com cuidado doce e incansável, o rebanho pelo qual verteu Seu sangue.
E, depois, há graça em provisão. O generoso Deus supre a cada uma das necessidades de Seus amados, de acordo com Suas riquezas inexauríveis em glória por meio de Cristo Jesus. Ele os alimenta com o melhor trigo e com mel da rocha, e lhes dá o alimento na época certa.
Sua providência se manifesta em Seu absoluto controle das circunstâncias e na maneira que dirige o tempo e a sequência correta dos eventos. Em Sua graça, Ele garante que nada acontece por acaso. Pelo contrário, Ele faz com que tudo funcione para o bem daqueles que O amam. Como Seus filhos são a menina de Seus olhos, Ele promete que nenhuma arma forjada contra eles prosperará e que toda língua que se levantar contra eles será condenada. Ele domina sobre a maldade dos ímpios para Sua própria glória e para o benefício de Seu povo.
Nunca a graça do Senhor brilha com maior esplendor do que em Seu perdão. Ninguém é capaz de medir suas dimensões. Pense no caso do rei chamado Davi. Primeiramente ele cometeu adultério com Bate-Seba, enquanto o marido dela, Urias, estava na guerra. Quando Davi chamou este fiel guerreiro para que voltasse da batalha, o rei tentou arranjar as circunstâncias para que Urias parecesse ser o pai do bebê que sua esposa esperava. Fracassando em sua empreitada, Davi divisou o sórdido estratagema de enviar Urias onde ele ficasse o mais exposto possível ao fogo do inimigo, e onde sua morte ocorresse com certeza. A imoralidade do rei e sua traição foram desprezíveis e não eram dignas de um monarca. Entretanto, assim que se arrependeu, ele ouviu as palavras libertadoras: “O Senhor perdoou os teus pecados”. Foi este tipo sobrenatural de perdão que levou Samuel Davies a escrever o seguinte:
Grandioso Deus das maravilhas!
Teus caminhos demonstram Teus atributos divinos;
Mas as luminosas glórias de Tua graça
Brilham acima das Tuas outras maravilhas.
Quem é um Deus perdoador como Tu?
Ou quem tem uma graça tão rica e gratuita?
Transgressões enormes a perdoar!
Tanta culpa e tanto orgulho a tratar com indulgência.
Esta é Tua grande prerrogativa,
E ninguém poderá partilhar desta honra.
Quem é um Deus perdoador como Tu?
Ou quem tem uma graça tão rica e gratuita?
Nosso Deus dá Sua graça sustentadora a Seu povo em todo momento de necessidade. Ao enfrentarem uma cirurgia, os cristãos podem conhecer uma paz que vai muito além de seus recursos. Na doença, eles podem experimentar uma força que pode apenas vir dos braços eternos que os estão sustentando. Os mártires recebem uma coragem que não é deste mundo e que enfrenta o rifle e o fogo. E Deus dá a graça da morte para os Seus quando o trabalho deles nesta terra está terminado, mas dá essa graça apenas naquele momento.
A maior demonstração de graça ocorreu quando Ele era rico além de nossa capacidade de calcular e Se tornou pobre além da medida para que os pecadores indignos pudessem ser enriquecidos além da imaginação.
Foi inexprimível a graça que orou no Calvário: “Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem”.
Foi a graça divina que moveu Deus a enviar Seu Santo Espírito de volta àquela mesma cidade em que Seu Filho encarnado havia sido morto pouco tempo antes.
Como Deus é Aquele que derrama a incomparável graça, o salmista podia dizer com sua clássica afirmação, um tanto modesta, que os pensamentos do Senhor com respeito a Seu povo são mais numerosos que as areias do mar, e que a fidelidade do Senhor chega até às nuvens. Os crentes podem ficar inteiramente felizes porque Deus não os tem tratado com base nos pecados deles, nem os tem punido de acordo com as iniquidades deles. “Suas misericórdias não têm fim; a cada dia se renovam”.
Esta é a graça sem limites da vida natural até à vida espiritual e depois à vida eterna. E será o tema do louvor para todo o sempre. (William MacDonald - www.apaz.com.br)

terça-feira, 21 de agosto de 2012



Tendências/Debates: O futuro do Oriente Médio




Com o início do movimento despertar islâmico na região do Oriente Médio, os Estados Unidos da América e os seus aliados na região, temendo as ondas crescentes de sentimentos antiamericanos e antissionistas, tentaram insinuar ao mundo uma interpretação falsa deste movimento.
Não dá para esconder, porém, que os governos derrubados na região eram amigos dos Estados Unidos da América e do regime sionista.
O ataque à embaixada do regime sionista no Cairo nos primeiros momentos de protesto era um sinal do movimento popular. Era um sinal da desesperança com os EUA e com o regime sionista, que não queriam ser odiados pelos povos da região.
Sem dúvida, não haverá nenhum lugar na região para os sionistas no futuro. E o regime, que certa época pretendia dominar o território entre os rios Nilo e Eufrates, agora deve se esconder atrás do muro de proteção.
O regime sionista de Israel tem a maior rede mundial de terrorismo do Estado e cometeu inúmeros crimes nos países da região, inclusive a matança do povo de Gaza, os assassinatos de forças de resistência nos diferentes países e assassinatos dos cientistas nucleares da República Islâmica do Irã. Esse regime agora está tentando desviar a opinião pública de perceber o seu verdadeiro caráter perigoso.
Hoje, com as evoluções nos países do Oriente Médio e da África, os povos perceberam que são inúteis e frustrantes as negociações com um regime que só conseguiu ficar em pé respaldado pelo Ocidente.
Hoje, os apoiadores do regime sionista devem suportar um peso bem maior do que no passado para apoiar Israel, pois os povos da região entraram no cenário político e projetaram o futuro da região.
Ao mesmo tempo, divergências internas apareceram, e esse regime sionista se deparou com a instabilidade interna.
Alarcão/Folhapress
O Ocidente é obrigado a revisar a sua política de apoio unilateral e injusta ao regime sionista. Eles estão bem conscientes de que os levantes populares no Oriente Médio e no norte de África começaram graças ao despertar islâmico e têm um caráter antissionista. Esta região jamais refletirá a dominação sionista no futuro.
Atualmente, os movimentos resistentes frente ao sionismo, graças ao movimento despertar islâmico, alcançaram superioridade estratégica em relação aos sionistas.
Hoje, com o afastamento dos governantes ditadores em alguns países da região que estavam compactuados com o regime sionista, os povos da região dizem gritando que a instalação do regime sionista não tem legitimidade no território palestino, mesmo que seja no tamanho de uma palma da mão. Estamos tratando de um regime que desconsiderou mais de cem resoluções e declarações da ONU.
Mesmo os países ocidentais não estão mais dispostos a assumir incondicionalmente o peso de seus apoios ao regime sionista. Especialmente os países europeus, que têm a paciência esgotada perante a atitude reivindicadora, extremista e irracional de Israel. Pouco a pouco, ouvimos as pessoas perguntando no Ocidente: "até quando nós devemos pagar o preço da desobediência de Israel?"
Agora, chegou uma oportunidade histórica: os soberanos no mundo devem aproveitar e colocar a história na sua direção certa, tirar o invasor da cena e devolver a pátria aos palestinos.
É importante que todos os palestinos unidos resistam frente ao inimigo. Somente com a união e coesão nacional e seguindo o islã o povo palestino poderá libertar os seus territórios invadidos e recuperar os seus direitos.
A Palestina é ocupada por estrangeiros. Será que a humanidade fará silêncio perante a ocupação do território de um povo por eles?
ALI MOHAGHEGH é primeiro-secretário da Embaixada da República Islâmica do Irã no Brasil

Da Insegurança Política à Certeza Profética

O poder mundial é limitado pela impotência humana. A onipotência é ilimitada em virtude da autoridade divina. Ou, como diz a Bíblia: “O Senhor frustra os desígnios das nações e anula os intentos dos povos. O conselho do Senhor dura para sempre; os desígnios do seu coração por todas as gerações. Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança” (Sl 33.10-12).

Da insegurança política

A insegurança das nações reflete-se hoje em muitas áreas:
  • nas discussões políticas sobre as mudanças climáticas: a única certeza, sempre manifestada por unanimidade, é a concordância em marcar a próxima reunião.
  • na economia: há orgulho por causa do progresso, enquanto grandes bancos quebram e perdem bilhões.
  • na instabilidade militar: a Guerra Fria volta a tomar forma.
  • na mente das pessoas: a espiral de toda sorte de perturbações emocionais aumenta de forma crescente. Os psicoterapeutas prosperam.
  • nas questões religiosas com relação à pergunta sempre relevante: O que é a verdade?
As negociações entre Israel e os palestinos são constantemente apresentadas como perspectivas de se chegar a uma “paz justa” no mundo. O então presidente George W. Busch afirmou durante a conferência de paz de Annapolis: “Queremos estabelecer o fundamento de uma nova nação, de um Estado palestino democrático, que possa conviver com Israel em paz e segurança”.[1] Apesar de todas as declarações positivas, a realidade é outra, e a Bíblia não deixa dúvidas sobre o que virá: “Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão” (1 Ts 5.3).
Os esforços humanos, por mais bem intencionados que sejam, encontram barreiras praticamente intransponíveis. Um comentário da revista alemã Stern revela esse desamparo diante das grandes questões da humanidade: “No Ocidente, hoje mais do que há algumas décadas, vê-se com mais clareza que a política e a ciência estão sendo exigidas além de suas capacidades no esforço para se criar um mundo justo”.[2] O povo de Israel sempre sofreu decepções quando confiou em homens e na política mundial. O fato desse povo ainda existir deve-se apenas ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó, graças às promessas que Ele lhe fez. Essas promessas, registradas na Sua Palavra, são o penhor de que o futuro dessa nação tão atacada está assegurado. Mas Israel não encontrará segurança real enquanto não se voltar de todo o coração para seu Messias, Jesus. Alguém disse com razão: “Não precisamos de um programa, precisamos de uma pessoa”. E essa Pessoa é Jesus Cristo, “o qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes” (1 Pe 3.22).
Não é só o mundo como um todo e Israel como nação atacada que se ressentem da falta de segurança. Essa insegurança está aninhada nos corações dos homens individualmente.
Mas não é só o mundo como um todo e Israel como nação atacada que se ressentem da falta de segurança. Essa insegurança está aninhada nos corações dos homens individualmente, e nós, cristãos, temos toda a razão em buscar – e achar – a segurança que a Palavra de Deus nos concede.

Segurança profética

Estaremos nos baseando no livro de Isaías ao analisarmos o tema desta mensagem. Isaías é o legítimo “evangelista” dentre os profetas. Seu livro também costuma ser chamado de Bíblia em formato reduzido:
• O livro de Isaías tem 66 capítulos, e a Bíblia tem 66 livros.
• O livro de Isaías tem duas partes principais, escritas pelo mesmo autor – a Bíblia também tem duas partes, inspiradas pelo Espírito Santo.
• Os primeiros 39 capítulos de Isaías têm como tema central o juízo divino sobre os pecados. Os 27 capítulos da segunda parte falam mais de graça e restauração; essa parte também é chamada de “grandiosa poesia messiânica”. A Bíblia, por sua vez, tem 39 livros do Antigo Testamento, muitas vezes falando do juízo. E ela tem 27 livros do Novo Testamento, cujo tema central é a graça de Deus.
• O livro de Isaías é citado ou mencionado mais de 210 vezes no Novo Testamento – apenas os capítulos 40 a 66 por mais de 100 vezes. [3]
Os 27 capítulos da segunda parte de Isaías harmonizam-se surpreendentemente com os livros do Novo Testamento. Isso não pode ser mero acaso. Vejamos alguns exemplos:
• Isaías 40 é o primeiro capítulo da segunda parte do livro; corresponde ao 40º livro da Bíblia, ou seja, ao primeiro livro do Novo Testamento (Evangelho de Mateus). Está escrito:“Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo vale será aterrado, e nivelados, todos os montes e outeiros; o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos, aplanados. A glória do Senhor se manifestará e toda a carne a verá, pois a boca do Senhor o disse” (Is 40.3-5).
Em contraposição, lemos no Evangelho de Mateus: “Porque este é o referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Mt 3.3). Isso refere-se a João Batista. E no Evangelho de João está escrito:“...vimos a sua glória...” (Jo 1.14).
• Isaías 44 corresponde ao 44º livro da Bíblia, que é Atos dos Apóstolos: “Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes; brotarão como a erva, como salgueiros junto às correntes de águas. Um dirá: Eu sou do Senhor; outro se chamará do nome de Jacó; o outro ainda escreverá na própria mão: Eu sou do Senhor, e por sobrenome tomará o nome de Israel” (Is 44.3-5). Essa é uma maravilhosa indicação do tema central de Atos dos Apóstolos: o derramamento do Espírito Santo, as primeiras conversões e a mudança de rumo dos gentios, voltando-se para o Deus de Israel.
• Em Isaías 45 prenuncia-se o 45º livro da Bíblia, que á a Carta aos Romanos. Nesse capítulo do livro de Isaías a palavra “justiça” é salientada de forma especial, pois aparece seis vezes. Também se menciona que Israel será salvo (v.25). Isso corresponde com exatidão ao assunto da Carta aos Romanos.
• Na seqüência, Isaías 49 corresponde à Carta aos Efésios. Nesse capítulo vemos a salvação sendo oferecida também aos gentios e a declaração de que o Senhor foi dado como luz para os gentios (vv.1,6). Este é exatamente o tema da Carta aos Efésios: os gentios sendo incorporados à Igreja dos salvos (Ef 2.16-18; 3.5-6).
O rolo de Isaías com seu texto completo foi encontrado em Qumran em 1947. Esse achado foi datado como sendo do segundo século antes de Cristo, confirmando que essa escritura é inspirada por Deus em sua totalidade.
Outro tema é descrito assim: “Tirar-se-ia a presa ao valente? Acaso, os presos poderiam fugir ao tirano? Mas assim diz o Senhor: Por certo que os presos se tirarão ao valente, e a presa do tirano fugirá, porque eu contenderei com os que contendem contigo e salvarei os teus filhos” (Is 49.24-25). Comparemos essas palavras com Efésios 4.8: “Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens”. Jesus tomou a presa do valente e tirano, que é o Diabo, e deixou os cativos livres. Nenhum crente continua sendo uma presa da morte.
• Isaías 66 corresponde ao último livro da Bíblia, que é o Apocalipse. “...porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome” (Is 66.22). O tema do Apocalipse é a introdução no novo céu e na nova terra:“Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra já passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo” (Ap 21.1-2).
O rolo de Isaías com seu texto completo foi encontrado em Qumran em 1947. Esse achado foi datado como sendo do segundo século antes de Cristo, confirmando que essa escritura é inspirada por Deus em sua totalidade. Os rolos de Qumran foram descobertos justamente na época da fundação do Estado de Israel, o que deixa transparecer uma óbvia direção divina, e o texto de Isaías recebeu muito destaque nesse achado de inestimável valor histórico. Tudo leva a crer que o Deus de Israel estava querendo estabelecer um sinal. E o que isso significa para você, pessoalmente? Significa que você pode contar com esse Deus, que pode entregar sua vida a Ele e olhar para o futuro confiando nEle!
Baseados em Isaías 40 e 41, examinemos a confiança que Deus oferece. Mas prestemos atenção a um fato: as profecias de Isaías têm um cumprimento duplo, pois retratam juntamente a primeira e a segunda vinda de Jesus.

O duplo sofrimento e o duplo consolo

“Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém, bradai-lhe que já é findo o tempo da sua milícia, que a sua iniqüidade está perdoada e que já recebeu em dobro das mãos do Senhor por todos os seus pecados” (Is 40.1-2). Quando a iniqüidade de Israel estará perdoada, quando Israel receberá o perdão por seus pecados? Depois que Jerusalém receber em dobro das mãos do Senhor. Então o Senhor voltará a Sião para afastar de Israel a sua impiedade (veja Rm 11.25; Ez 36.33).
Jerusalém suportou uma dose dupla: o cativeiro babilônico e o cativeiro romano (em 70 d.C.), a destruição do primeiro Templo e a destruição do segundo Templo. Duas vezes Jerusalém foi consolada: uma vez por ocasião do retorno do cativeiro babilônico sob Zorobabel e Esdras (veja Zc 4; Ag 2), e pela segunda vez no retorno do cativeiro mundial, da volta da Diáspora (Dispersão) no fim dos dias (em 1948); agora, a Igreja deveria assumir esse consolo.
No passado, tratava-se da primeira vinda de Jesus, que João Batista anunciava no espírito de Elias; hoje trata-se de Sua volta, que a Igreja apregoa.
No passado, tratava-se da primeira vinda de Jesus, que João Batista anunciava no espírito de Elias; hoje trata-se de Sua volta, que a Igreja apregoa (veja Is 40.3-5). No passado, Jesus veio em humildade; apenas uma única vez Jesus deixou entrever Sua glória, o que aconteceu no monte da Transfiguração (veja Jo 1.14; Mt 17.1,13; 2 Pe 1.16-18). Ele não voltará em humildade, mas em poder supremo e glória majestosa (veja Mt 24.30).

O caminho para o retorno do Senhor em glória

A volta de Cristo se anuncia em diversas etapas:
1. O contraste entre a insegurança dos povos e a segurança da eterna Palavra de Deus torna-se cada vez mais evidente (veja Is 40.6-8). Essa Palavra é retomada por Pedro, que a aplica a nosso tempo e à Igreja (veja 1 Pe 1.23-25).
2. O Arrebatamento da Igreja se delineia (veja Is 40.9-11). De Sião partiu originalmente a boa-nova do Evangelho (v.9). Ao próprio Israel precisa-se anunciar hoje: “Eis aí está o vosso Deus!” (v.9). Ele não decepciona jamais! O Arrebatamento está às portas. “Eis que o Senhor virá com poder...” (Is 40.10). Em outras palavras, Jesus voltará em glória (veja Mt 24.30). “...e o seu braço dominará” (Is 40.10). Isso significa o domínio do Messias, Ele é o braço de Deus em ação. “...eis que o seu galardão está com ele, e diante dele, a sua recompensa” (v.10).Que galardão, que recompensa é essa? É a Igreja de Jesus, já arrebatada, que voltará com Ele em glória, sendo ela o penoso fruto do trabalho de sua alma (veja Is 53.12; 2 Ts 1.7; Ap 19.11ss.). Depois de Sua volta em poder e glória junto com Sua Igreja, o Messias apascentará Seu povo como Bom Pastor (veja Is 40.11).
3. A Grande Tribulação se anuncia (veja Is 40.15-17). Ao ler uma passagem assim, muitos acusam a Deus de lidar cruelmente com a humanidade. Em seu orgulho cego e sua rejeição da vontade de Deus, essas pessoas não percebem que é Deus quem as acusa. Nações são como um grãozinho de pó para Ele. O que o homem imagina que é? Deus deixará as nações consternadas por causa de seu orgulho; não apenas as ilhas, mas até os céus e a terra serão abalados (veja Hb 12.26-27). A insegurança que se avizinha assumirá proporções nunca vistas. Catástrofes naturais se multiplicarão, ameaças de guerra aumentarão, a economia experimentará novas e profundas quedas, a paz e a segurança anunciadas para a região de Israel se converterão no contrário.

A segurança do Deus incomparável

A insegurança que se avizinha assumirá proporções nunca vistas. Catástrofes naturais se multiplicarão, ameaças de guerra aumentarão, a economia experimentará novas e profundas quedas, a paz e a segurança anunciadas para a região de Israel se converterão no contrário.
“Com quem comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com ele?” (Is 40.18). Israel busca segurança em muitos e muitos lugares por ter perdido de vista a segurança do incomparável Deus. Mas apenas no Deus único e verdadeiro, o Deus que escreveu a profecia e se revelou em Jesus, o homem encontra seu alvo. E precisamos dessa segurança mais do que nunca!
Israel é eleito: “Os países do mar viram isto e temeram, os fins da terra tremeram, aproximaram-se e vieram” (Is 41.5):Insegurança. “Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo” (Is 41.8): Segurança. A eleição de Israel baseia-se na amizade de Deus com Abraão (veja Tg 2.23) e encontra seu ponto máximo no Servo Jesus Cristo. Por isso, Deus não termina Sua amizade, pois não é como nós, seres humanos, como os políticos do mundo (veja Gl 3.17). Existe algo melhor do que ter a Deus como amigo? Se Ele é por você, quem será contra você? Nem mesmo a morte pode separá-lo do Senhor (veja Rm 8.37-39). Jesus diz: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” (Jo 15.14).
A amizade fiel de Deus ficou provada: “tu, a quem tomei das extremidades da terra, e chamei dos seus cantos mais remotos, e a quem disse: Tu és o meu servo, eu te escolhi e não te rejeitei” (Is 41.9). Primeiramente, Deus conduziu Seu amigo Abraão das extremidades da terra (de Ur na distante Caldéia) até Canaã e prometeu-lhe a terra por possessão eterna (veja Gn 17.8). O profeta Isaías não limitou sua declaração a Abraão, Ele a estendeu profeticamente até a volta final da última semente de Abraão, que é o povo judeu. Esse é o sentido da profecia para Israel e o contexto do livro de Isaías. Por isso, Isaías fala no plural:“que eu tomei das extremidades da terra, e chamei dos seus cantos mais remotos... eu te escolhi, e não te rejeitei...”. Abraão, afinal, não veio das extremidades da terra nem dos seus recantos mais remotos – seus descendentes, sim. É o que vemos acontecendo há algumas décadas (veja Dt 30.4ss.). Essas gerações que descendem de Abraão não foram rejeitadas; por isso elas existem! O fato de Israel existir novamente como Estado é uma prova visível da fiel amizade de Deus com Abraão (veja Gl 3.17).
Israel não teria motivos para temer: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is 41.10). Essa conclamação a não temer é repetida nos versículos 13 e 14. o profeta antevê que seu povo sentirá medo repetidamente, até nos tempos finais; a história o confirma. É medo da opressão, do abandono, do isolamento e da insegurança. Por isso, as repetidas respostas de Deus a esses temores de Seu povo. Aqui, em Isaías, a segurança que vem de Deus ergue sua voz e fala para a situação de insegurança de Israel.
“tu, a quem tomei das extremidades da terra, e chamei dos seus cantos mais remotos, e a quem disse: Tu és o meu servo, eu te escolhi e não te rejeitei” (Is 41.9)
Existem seis razões porque no futuro o remanescente crente de Israel não precisará temer. E essas razões são melhores do que o exército israelense, a política, a ONU, os EUA ou a UE:
1. “eu sou contigo”.
2. “eu sou o teu Deus”.
3. “eu te fortaleço”.
4. “e te ajudo”.
5. “e te sustento”.
6. “com a minha destra fiel”.
Essas razões são concretizadas pelo Messias de Israel, que é Jesus Cristo. Ele é a destra fiel, e por Sua morte e ressurreição trouxe justiça. Em Sua volta reside a garantia de segurança para Israel. Podemos tomar essa promessa pessoalmente, aplicando-a à nossa própria vida.
As nações, essas sim, têm motivos para temer. “Eis que envergonhados e confundidos serão todos os que estão indignados contra ti; serão reduzidos a nada, e os que contendem contigo perecerão. Aos que pelejam contra ti, buscá-los-ás, porém não os acharás; serão reduzidos a nada e a coisa de nenhum valor os que fazem guerra contra ti. Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo” (Is 41.11-13). Leon de Winter escreveu: “Os países islâmicos jamais poderiam aceitar o Israel de hoje como seu igual... Israel está cercado pelo Irã, pela Síria, pelo Hezb’allah (Partido de Alá) e pelo Hamas, e o porta-voz deles, o presidente Mahmoud Ahmadinejad, expressa com clareza seus desejos mais profundos: eliminar Israel, castigar a arrogância de Israel e degradar os judeus à condição de minoria sob domínio islâmico”.[4] Mas, apesar das mais infames calúnias, das mais duras perseguições e das mais brutais tentativas de aniquilação durante sua dispersão de quase dois mil anos, o povo judeu não pereceu – pelo contrário! Os inimigos de Israel de ontem, hoje e amanhã passaram, passam e passarão ainda mais mal. Durante sua campanha pelo Oriente Médio, há 200 anos, Napoleão disse: “A História não se decide no Ocidente, mas no Oriente!”[5] Peter Scholl-Latour cita seu professor de árabe, Jacques Berque: “O destino de Jerusalém não é uma questão política; o destino de Jerusalém é uma sentença de juízo final![6] E Siegfried Schlieter comenta: “A questão de Jerusalém é politicamente insolúvel. Ela será decidida apenas no dia do juízo final”.[7]
O deserto florido e a existência das cidades israelenses são a prova de que Deus atua nos dias de hoje, e agirá no futuro: “Os aflitos e necessitados buscam águas, a não as há, e a sua língua se seca de sede; mas eu, o Senhor, os ouvirei, eu, o Deus de Israel, não os desampararei. Abrirei rios nos altos desnudos e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em açudes de águas e a terra seca, em mananciais. Plantarei no deserto o cedro, a acácia, a murta e a oliveira; conjuntamente, porei no ermo o cipreste, o olmeiro e o buxo, para que todos vejam e saibam, considerem e juntamente entendam que a mão do Senhor fez isso, e o Santo de Israel o criou” (Is 41.17-20).
Podemos confiar na palavra profética de Deus. “Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem ou fazei mal, para que nos assombremos, e juntamente o veremos. Eis que sois menos do que nada, e menos do que nada é o que fazeis; abominação é quem vos escolhe” (Is 41.23-24). A nulidade de todas as religiões, a falta de autenticidade e credibilidade da política, seus prognósticos inviáveis e seus esforços vacilantes e duvidosos estão em flagrante contraste com a confiabilidade das revelações divinas acerca do futuro. Lemos acerca da confiança que a profecia bíblica merece:“Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade; que chamo a ave de rapina desde o Oriente e de uma terra longínqua, o homem do meu conselho. Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei. Ouvi-me vós, os que sois de obstinado coração, que estais longe da justiça. Faço chegar a minha justiça, e não está longe; a minha salvação não tardará; mas estabelecerei em Sião o livramento e em Israel, a minha glória” (Is 46.9-13).
Com Jesus, a justiça de Deus, começará um novo capítulo para Israel e o mundo inteiro.
Com Jesus, a justiça de Deus, começará um novo capítulo para Israel e o mundo inteiro. Por isso, todas as promessas serão cumpridas, toda a profecia é inteiramente segura e Israel tem um futuro garantido. E este Jesus é Aquele que oferece segurança eterna também a você. Sem Jesus você não tem um chão firme debaixo de seus pés. A seguinte história ilustra essa realidade:
Quando Henrique VIII da Inglaterra (1491-1547) jazia em seu leito de morte, mandou chamar o bobo da corte... O rei disse: “Meu amigo, devo partir”. “Para onde?”, perguntou o bobo. –“Não sei”. “Quando voltareis?” – “Não vou voltar mais”. “Quem vai convosco?” – “Ninguém”. “Vos preparastes para a viagem?” – “Não”. Então o bobo da corte pegou seu cetro de bufão e seu barrete, jogou-os sobre a cama do rei e explicou: “Majestade, vós me ordenastes que eu deveria entregar meu cetro de bobo da corte a alguém que fosse mais bobo do que eu. Vós sois esse alguém, pois ides embora sem saber para onde e não tendes acompanhante”.[8]
Agarre a justiça de Deus, ela está perto de seu coração. É o Senhor Jesus. Ele quer ser seu acompanhante, Ele quer ser sua segurança. Entre com Ele em uma nova vida! (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Quem Tem a Última Palavra Sobre Jerusalém?

“Tornei a levantar os olhos e vi, e eis um homem que tinha na mão um cordel de medir. Então, perguntei: para onde vais tu? Ele me respondeu: Medir Jerusalém, para ver qual é a sua largura e qual o seu comprimento. Eis que saiu o anjo que falava comigo, e outro anjo lhe saiu ao encontro. E lhe disse: Corre, fala a este jovem: Jerusalém será habitada como as aldeias sem muros, por causa da multidão de homens e animais que haverá nela. Pois eu lhe serei, diz o Senhor, um muro de fogo em redor e eu mesmo serei, no meio dela, a sua glória. Eh! Eh! Fugi, agora, da terra do Norte, diz o Senhor, porque vos espalhei como os quatro ventos do céu, diz o Senhor. Eh! Salva-te, ó Sião, tu que habitas com a filha da Babilônia. Pois assim diz o Senhor dos Exércitos: Para obter ele a glória, enviou-me às nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho. Porque eis aí agitarei a mão contra eles, e eles virão a ser a presa daqueles que os serviram; assim, sabereis vós que o Senhor dos Exércitos é quem me enviou. Canta e exulta, ó filha de Sião, porque eis que venho e habitarei no meio de ti, diz o Senhor. Naquele dia, muitas nações se ajuntarão ao Senhor e serão o meu povo; habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos Exércitos é quem me enviou a ti. Então, o Senhor herdará a Judá como sua porção na terra santa e, de novo, escolherá a Jerusalém. Cale-se toda carne diante do Senhor, porque ele se levantou da sua santa morada” (Zc 2.1-13).
Atualmente a principal questão política é: quem é, de fato, o dono de Jerusalém – os judeus, os árabes, ou ambos? Até 1967 a parte oriental de Jerusalém estava sob o domínio jordaniano. A Jordânia simplesmente tinha anexado essa parte da cidade ao seu território. Depois Jerusalém Oriental foi conquistada pelos israelitas durante a Guerra dos Seis Dias, e finalmente, em 1982, o Knesset, o Parlamento israelense, declarou toda a cidade de Jerusalém como capital indivisível do Estado de Israel. Mas pouquíssimos países transferiram suas embaixadas de Tel Aviv para Jerusalém.
As discussões políticas dos governantes deste mundo e a luta dos palestinos têm o claro objetivo de novamente dividir a cidade e transformá-la em duas capitais. Mesmo as Nações Unidas são a favor de uma divisão e os dirigentes islâmicos chegam a reivindicar a cidade de Jerusalém inteira para o mundo árabe.
Mas de quem é a última palavra acerca de Jerusalém? O texto citado acima nos dá a resposta: “Então, o Senhor herdará a Judá como sua porção na terra santa e, de novo, escolherá a Jerusalém. Cale-se toda carne diante do Senhor, porque ele se levantou da sua santa morada” (vv.12-13). Essas palavras divinas têm um significado decisivo na resolução do conflito no Oriente Médio! Não existe forma mais clara de dizer que o Senhor é quem tem a última palavra e que as nações devem calar-se. Por mais que gritem e esperneiem, uma coisa é bem certa: Jerusalém é de Deus! O que o Senhor diz neste capítulo acaba com todos os pensamentos, opiniões e discussões das pessoas sobre Israel e Jerusalém.

1. O homem com o cordel de medir

Em 1982, o Knesset, o Parlamento israelense, declarou toda a cidade de Jerusalém como capital indivisível do Estado de Israel. Mas pouquíssimos países transferiram suas embaixadas de Tel Aviv para Jerusalém.
“Tornei a levantar os olhos e vi, e eis um homem que tinha na mão um cordel de medir” (Zc 2.1). A primeira coisa que o Senhor mostra claramente ao profeta Zacarias é um homem com um cordel de medir, com o qual Jerusalém é medida. Este cordel já apareceu no capítulo 1.16. Em meio a todas as ameaças que nos cercam precisamos dirigir o nosso olhar para Jesus, o homem que é a medida completa da salvação e que nos incluiu em Sua redenção.
Quem é este homem com o cordel, e o que a sua ação profética nos diz? Aparentemente, aqui trata-se do próprio Jesus. O profeta Ezequiel menciona uma pessoa semelhante: “Em visões, Deus me levou à terra de Israel e me pôs sobre um monte muito alto; sobre este havia um como edifício de cidade, para o lado sul. Ele me levou para lá, e eis um homem cuja aparência era como a do bronze; estava de pé na porta e tinha na mão um cordel de linho e uma cana de medir” (Ez 40.2-3). Em Ezequiel 1 esse homem é descrito com detalhes ainda mais específicos: “... havia algo semelhante a um trono, como uma safira; sobre esta espécie de trono, estava sentada uma figura semelhante a um homem. Vi-a como metal brilhante, como fogo ao redor dela, desde os seus lombos e daí para cima; e desde os seus lombos e daí para baixo...” (Ez 1.26-27; veja também Ap 1.12-15).
Acredito que foi por providência de Deus que Jesus cresceu como filho de um carpinteiro e provavelmente também tenha aprendido este ofício (Mt 13.55). Em grego usa-se para “carpinteiro” a palavra “tekton”, que significa “artífice, que trabalha com madeira e pedra”. Era natural esses artífices tirarem todas as medidas de uma casa ou de um objeto e fazerem seus cálculos antes de começar a construir: “O artífice em madeira estende o cordel e, com o lápis, esboça uma imagem; alisa-a com plaina, marca com o compasso...” (Is 44.13). Será que Zacarias já estava vendo o “filho do carpinteiro” dos evangelhos? Somente Ele pode reconhecer e apresentar o quadro geral das decisões de Deus a respeito de Israel e da Igreja.

O cordel de medir como símbolo para a reconstrução

Neste texto de Ezequiel 40.2-3ss, já citado, o cordel de medir é usado nos preparativos para a construção da cidade de Jerusalém e do templo, e também para o reinado futuro. É exatamente disso que fala Zacarias 2. Não se trata de derrubada, mas de reconstrução, não de divisão, mas de unificação. Com a medição, o Senhor faz valer o Seu direito sobre Jerusalém, isto é, Ele proclama visivelmente diante de todos os inimigos que ela é uma cidade indivisível.

O cordel de medir como símbolo da indivisibilidade

Vamos considerar três versículos em relação a este ponto: “Porque ele lançou as sortes a favor delas, e a sua mão lhes repartiu a terra com o cordel; para sempre a possuirão, através de gerações habitarão nela” (Is 34.17). Aqui o cordel representa o direito eterno de posse dos judeus sobre a terra de Israel.
“Farei do juízo a régua e da justiça, o prumo; a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas arrastarão o esconderijo” (Is 28.17). O Senhor não se deixa guiar pelas opiniões dos políticos nem pela mídia. Tampouco se guia pela opinião de uma religião ou do Corão. Sua medida são as Suas promessas a Abraão, Isaque, Jacó e Davi. O juízo e a justiça de Deus não permitem que estas promessas falhem.
“Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim” (Is 49.16). Este Senhor, que mediu Jerusalém, que andou pelos seus muros, mediu-os e tem a cidade constantemente diante de Seus olhos.

O cordel de medir como símbolo de proteção e cuidado

Será que Zacarias já estava vendo o “filho do carpinteiro” dos evangelhos? Somente Ele pode reconhecer e apresentar o quadro geral das decisões de Deus a respeito de Israel e da Igreja.
No Apocalipse vemos como o templo e o altar são medidos para proteger aqueles que estão adorando em seu interior: “Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu altar e os que naquele adoram; mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, porque foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses, calcarão aos pés a cidade santa” (Ap 11.1-2). Os versículos 4-5 de Zacarias 2 deixam claro que se trata da proteção e do direito de posse de Deus sobre a cidade de Jerusalém. Jerusalém será protegida por dentro e por fora pelo próprio Senhor. Jesus retornará em glória e edificará o Seu reino tendo Jerusalém como centro.
Em nossos dias vemos a luta por Jerusalém: querem dividir a cidade para tirá-la dos judeus e submetê-la ao Islã. Mas a resposta de Deus prova exatamente o contrário: a cidade é medida para ser edificada. Ela subsiste no Filho de Deus, Jesus Cristo, que em Sua encarnação nasceu na casa de um carpinteiro. Para Deus, Jerusalém é indivisível.
Também a nossa vida foi “medida” e é protegida contra invasões, por mais que o inimigo lute e tente fazer valer a sua reivindicação sobre nós, invadindo as fronteiras e derrubando muros. Mas podemos ter certeza de que estamos inseridos na construção de Deus. O inimigo não tem direito sobre nós se tivermos aceitado Jesus em nossas vidas, isto é, se tivermos nos voltado para Ele: “no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito” (Ef 2.21-22). Nossa vida está oculta em toda a medida do Seu amor e ali está protegida. Essa medida é descrita em Efésios 3: “A fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” (Ef 3.18-21).

2. A reunião de Israel e o juízo de Deus sobre as nações

“Eh! Eh! Fugi, agora, da terra do Norte, diz o Senhor, porque eu vos espalhei como os quatro ventos do céu, diz o Senhor. Eh! Salva-te, ó Sião, tu que habitas com a filha da Babilônia. Pois assim diz o Senhor dos Exércitos: Para obter ele a glória, enviou-me às nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho. Porque eis aí agitarei a mão contra eles, e eles virão a ser a presa daqueles que os serviram; assim, sabereis vós que o Senhor dos Exércitos é quem me enviou” (Zc 2.6-9). Os versículos 6 e 7 em Zacarias 2 têm um significado duplo. Por um lado referem-se à época de Zacarias e eram um chamado aos judeus que ainda não tinham saído da Babilônia para voltar a Israel: “...salva-te ...tu que habitas com a filha da Babilônia” (v. 7). A Babilônia é chamada de “terra do norte” porque tanto ela como todos os outros inimigos sempre atacavam Israel a partir do norte. Ainda que o rei persa tivesse possibilitado a volta dos judeus à sua terra, muitos não haviam aproveitado essa oportunidade. Apenas cerca de 50.000 pessoas tinham voltado para Jerusalém. Agora o chamado se dirigia àqueles que tinham ficado para trás, para que voltassem à sua terra e se tornassem o povo que receberia o Messias na sua primeira vinda.
Em nossa época o povo judeu foi reunido de sua segunda diáspora (dispersão) com a mesma finalidade. Ele deve ser preparado para receber o Messias que voltará. É a isto que o versículo 6 parece referir-se: “Porque vos espalhei como os quatro ventos do céu”. É interessante que os primeiros a voltarem para casa dessa segunda diáspora chegaram por volta de 1870, vindos do norte. Depois vieram dos quatro cantos do mundo (Sl 120.5 – Meseque e Quedar). As nações reagem a este segundo retorno dos judeus saqueando Israel. Brigam pela terra e querem dividir Jerusalém. Mas isto terá como conseqüência o juízo, que é indicado pelo versículo 9 (veja também Joel 3.14-17).
Jesus indicou profeticamente essa dispersão mundial do ano 70 d.C. quando disse: “Cairão ao fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles” (Lc 21.24). O tempo em que os povos serão atingidos pelo juízo de Deus está próximo, pois o tempo dos gentios terminará com a Grande Tribulação mundial. Por isso, na minha opinião as declarações dos versículos 6-9 apontam para além da época de Zacarias e também referem-se ao remanescente dos judeus que deve fugir da Grande Tribulação da Babilônia anticristã. Lemos a este respeito em Apocalipse 18.4: “Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos”.
O juízo de Deus atingirá as nações da Babilônia anticristã com toda a violência, pois elas levantaram suas mãos contra Israel. Elas despojaram o povo e a terra de Israel e, de acordo com Joel 3.2, queriam dividir a terra entre si para dominá-la em sua arrogante loucura por poder. Mas Aquele que declarou Jerusalém possessão Sua com o cordel de medir irá chamá-las à responsabilidade. Quem ataca a honra do povo judeu ataca a honra de Deus, e quem toca o povo judeu, toca a menina dos olhos de Deus.
Quem ataca a honra do povo judeu ataca a honra de Deus, e quem toca o povo judeu, toca a menina dos olhos de Deus.
A expressão “menina dos olhos” (veja também Dt 32.8-10) refere-se ao centro do globo ocular, a parte mais sensível do olho humano e a que mais precisa de proteção. Poderia haver exemplo melhor do quanto Deus se identifica com Seu povo? As promessas de Deus a respeito de Israel estão tão intimamente ligadas com Ele mesmo que cada golpe contra Israel atinge o próprio Deus. Certa vez li uma afirmativa muito significativa sobre este tema: “Nós alemães vimos alguém que tentou tocar esta ‘menina dos olhos’. Ele percebeu que na verdade foi como colocar o dedo em uma tomada de alta tensão; o choque o derrubou”. No Salmo 17.8 Davi ora: “Guarda-me como a menina dos olhos...” Certamente Deus fará isto!
As nações trataram Israel como escravo. De acordo com o versículo 9, agora elas mesmas serão o despojo deste servo. Virá um tempo em que as relações de poder deste mundo serão invertidas: “Os povos os tomarão e os levarão aos lugares deles, e a casa de Israel possuirá esses povos por servos e servas, na terra do Senhor; cativarão aqueles que os cativaram e dominarão os seus opressores” (Is 14.2). Israel, que durante milhares de anos foi servo dos povos, no reino de Jesus será elevado à posição de cabeça sobre as nações. Conosco igualmente houve essa inversão de domínio: no passado o pecado reinava sobre nós, mas agora, depois que fomos resgatados por meio de Jesus, podemos dominar o pecado (Rm 5.21). Éramos escravos do pecado, mas agora estamos libertos. No futuro, no reino de Cristo, os papéis serão trocados: Seu povo, atualmente odiado por todos os povos, mas também a Igreja de Jesus, hoje ainda perseguida e desprezada, o pequeno rebanho, reinarão como reis e sacerdotes junto com Jesus.

O orador misterioso

Quem é esta pessoa misteriosa que toma a palavra em Zacarias 2.8-9? “Pois assim diz o Senhor dos Exércitos: Para obter ele a glória, enviou-me às nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho. Porque eis aí agitarei a mão contra eles, e eles virão a ser a presa daqueles que os serviram; assim, sabereis vós que o Senhor dos Exércitos é quem me enviou”. Outra pergunta: quem vem com a glória de Deus (Mt 24.30)? Quem se deixa enviar aos gentios por amor à honra de Deus (Lc 2.32)? Quem foi instituído como juiz sobre as nações (Jo 5.22; Mt 25.32)? Quem deverá ser reconhecido como o Enviado de Deus (Lc 10.16)? Com toda certeza não é ninguém menos do que Jesus! E como todo este trecho aponta para o tempo messiânico, também aqui a única resposta possível é que se trata do próprio Messias que está falando, que Ele é o orador misterioso. Deus sabe o dia em que Seu povo reconhecerá quem é o Enviado!
O Senhor também é o “Senhor dos Exércitos” (v.8), aqui várias vezes falando na primeira pessoa do singular. É o Messias reconhecendo o Seu povo. Foi a Este que Natanael (a quem Jesus chamou de verdadeiro israelita) viu, quando disse: “Antes de Filipe te chamar, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira. Então, exclamou Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!” (Jo 1.48-49). Deus nunca deixou Seu povo sair “de sua vista” (ou de sua menina dos olhos) e, portanto, um dia este povo fará coro com a confissão de Natanael declarando que Jesus é o Messias.

3. O Senhor tem a última palavra sobre Jerusalém

Para os homens não há alegria maior e não há vida mais plena do que contar com a presença de Jesus em seu coração e em sua vida!
“Canta e exulta, ó filha de Sião, porque eis que venho e habitarei no meio de ti, diz o Senhor. Naquele dia, muitas nações se ajuntarão ao Senhor e serão o meu povo; habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos Exércitos é quem me enviou a ti. Então, o Senhor herdará a Judá como sua porção na terra santa e, de novo, escolherá a Jerusalém. Cale-se toda carne diante do Senhor, porque ele se levantou da sua santa morada” (Zc 2.10-13). Jesus retornará e tomará Jerusalém de volta para si. O Senhor chama a cidade de “filha de Sião”, expressando assim toda a Sua misericórdia com Seu povo. Sua promessa: “Eis que venho e habitarei no meio de ti”, cumpre-se em cinco etapas:
  • Primeiro Ele morou com Seu povo no tabernáculo e mais tarde no templo.
  • Deus morou entre os homens quando Cristo veio ao mundo: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14).
  • Com a morte, a ressurreição e a ascensão de Jesus o Espírito Santo mora nos corações dos renascidos desde o Pentecoste (Jo 14.23, 1 Co 3.16).
  • Depois do Arrebatamento o Senhor fará morada espiritual no remanescente de Seu povo selando os cento e quarenta e quatro mil (Ap 7.4).
  • Finalmente o Senhor retornará visivelmente e em glória para morar no meio do Seu povo (Zc 2.5,12).
Para os homens não há alegria maior e não há vida mais plena do que contar com a presença de Jesus em seu coração e em sua vida!
O Senhor fará morada em todos os povos (Zc 2.11) a partir de Israel, e do seu ponto central, Jerusalém. Muitas nações se juntarão a Ele e passarão a fazer parte de Seu povo. Então se dirá: “Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles” (Ap 21.3). Depois toda carne repousará e ninguém mais poderá dizer nada negativo a respeito de Israel ou de Jerusalém, pois o seu maior Defensor terá tomado o Seu lugar e terá a última palavra (Zc 2.12-13). Aliás, este é o único texto da Bíblia em que a terra de Israel é descrita como “terra santa”. Mas isto somente será realidade quando Jesus voltar para a edificação do Seu reino.
Vem, dia feliz, ó vem,
dia que acalma o nosso anseio,
que cumpre em sua plenitude a promessa:
‘O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos’.
Norbert Lieth É Diretor da Chamada da Meia-Noite Internacional. Suas mensagens têm como tema central a Palavra Profética. Logo após sua conversão, estudou em nossa Escola Bíblica e ficou no Uruguai até concluí-la. Por alguns anos trabalhou como missionário em nossa Obra na Bolívia e depois iniciou a divulgação da nossa literatura na Venezuela, onde permaneceu até 1985. Nesse ano, voltou à Suíça e é o principal preletor em nossas conferências na Europa. É autor de vários livros publicados em alemão, português e espanhol.

A Verdade Sobre os Sinais dos Tempos

Quais São os Sinais do Fim da Era da Igreja?

Salvo algumas exceções, a era da Igreja não é um período de cumprimento profético. Pelo contrário, a profecia será cumprida depois do Arrebatamento, em relação à ação de Deus com a nação de Israel nos sete anos da Tribulação. A atual era da Igreja, em que os crentes vivem hoje, não tem uma cronologia profética específica, como Israel e sua profecia das setenta semanas de anos (Daniel 9:14-27). No entanto, o Novo Testamento dá características gerais que descrevem a era da Igreja.
Até mesmo profecias específicas cumpridas durante a era da Igreja estão relacionadas ao plano profético de Deus para Israel e não diretamente para a Igreja. Por exemplo, a destruição profetizada de Jerusalém e seu Templo em 70 d.C. é relativa a Israel (Mateus 23.28; Lucas 19.43-44; 21.20-24). Portanto, não é contraditório que as preparações proféticas relacionadas a Israel já estejam acontecendo com o restabelecimento de Israel como nação em 1948, apesar de ainda estarmos vivendo na era da Igreja.
A era da Igreja não é caracterizada por eventos proféticos historicamente verificáveis, exceto seu início no Dia de Pentecostes e seu fim com o Arrebatamento. Mas o rumo geral desta era foi profetizado e pode oferecer uma visão panorâmica do que se pode esperar durante esta era.

Existem sinais relacionados ao plano divino do fim dos tempos para Israel?

Sim, existem muitos sinais relacionados ao programa divino do fim dos tempos para Israel. No entanto, devemos ter cuidado com a maneira como os relacionamos a nós hoje durante a era da Igreja. Já que os crentes de hoje vivem na era da Igreja, que terminará com o Arrebatamento da Igreja, sinais proféticos relacionados a Israel não são cumpridos nos nossos dias. Ao invés disto, o que Deus está fazendo profeticamente nos nossos dias é preparando o mundo ou "montando o cenário" para a hora em que Ele começará Seu plano relacionado a Israel, que envolverá o cumprimento dos sinais e dos tempos. Um indicador importante de que provavelmente estamos próximos do começo da Tribulação é o fato evidente de que a nação de Israel foi reconstituída depois de quase 2000 anos.

O que significa "montar o cenário"?

A atual era da Igreja não é uma época em que a profecia bíblica está sendo cumprida. A profecia bíblica está relacionada com um período depois do Arrebatamento (o período de sete anos da Tribulação). Porém, isto não quer dizer que durante a atual era da Igreja, Deus não esteja preparando o mundo para esse período futuro – na verdade, Ele está. Mas isto não é "cumprimento" específico de profecia bíblica. Portanto, mesmo que a profecia não esteja se cumprindo na nossa época, isto não quer dizer que não podemos identificar "tendências gerais" na atual preparação para a Tribulação vindoura, principalmente porque ela acontecerá logo depois do Arrebatamento. Chamamos esta abordagem de "montagem de cenário." Assim como muitas pessoas separam a roupa na noite anterior para usá-la no dia seguinte, Deus está preparando o mundo para o cumprimento certo da profecia no futuro.
O Dr. John Walvoord explica:
Mas se não há sinais para o Arrebatamento em si, quais são as fontes legítimas que levem a crer que o Arrebatamento esteja próximo desta geração?
A resposta não é encontrada em nenhum dos eventos proféticos previstos antes do Arrebatamento mas no entendimento dos eventos que seguem ao Arrebatamento. Assim como a história foi preparada para a primeira vinda de Cristo, ela está sendo preparada para os eventos que levam à Sua Segunda Vinda... Sendo assim, isto leva à conclusão inevitável de que o Arrebatamento pode estar inevitavelmente próximo.[1]
A Bíblia fornece profecias detalhadas sobre os sete anos da Tribulação. Na verdade, Apocalipse 4-19 oferece um esboço detalhado e ordenado dos participantes e eventos principais. Com base em Apocalipse, o estudante da Bíblia pode harmonizar as centenas de outras passagens bíblicas que falam da Tribulação num modelo claro do que será o próximo período de tempo no planeta Terra. Com esse modelo para nos guiar, podemos ver que Deus já está preparando ou montando o cenário para o mundo, no qual o grande drama da Tribulação se desdobrará. Assim, esse período futuro lança sobre a nossa época uma sombra de expectativa, de tal forma que os eventos atuais oferecem sinais discerníveis dos tempos. (Thomas Ice e Timothy Demy - http://www.chamada.com.br)

terça-feira, 14 de agosto de 2012


Antigo batistério no deserto do Neguev.
"Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim..."
(Gl 2.19b-20).

A ilusão do "símbolo" do cristianismo
Os elementos anticristãos do mundo secular dariam tudo para conseguir eliminar manifestações públicas da cruz. Ainda assim, ela é vista no topo das torres de dezenas de milhares de igrejas, nas procissões, sendo freqüentemente feita de ouro e até ornada com pedras preciosas. A cruz, entretanto, é exibida mais como uma peça de bijuteria ao redor do pescoço ou pendurada numa orelha do que qualquer outra coisa. É preciso perguntarmos através de que tipo estranho de alquimia a rude cruz, manchada do sangue de Cristo, sobre a qual Ele sofreu e morreu pelos nossos pecados se tornou tão limpa, tão glamourizada.
Não importa como ela for exibida, seja até mesmo como joalheria ou como pichação, a cruz é universalmente reconhecida como símbolo do cristianismo – e é aí que reside o grave problema. A própria cruz, em lugar do que nela aconteceu há 19 séculos, se tornou o centro da atenção, resultando em vários erros graves. O próprio formato, embora concebido por pagãos cruéis para punir criminosos, tem se tornado sacro e misteriosamente imbuído de propriedades mágicas, alimentando a ilusão de que a própria exibição da cruz, de alguma forma, garante proteção divina. Milhões, por superstição, levam uma cruz pendurada ao pescoço ou a tem em suas casas, ou fazem "o sinal da cruz" para repelir o mal e afugentar demônios. Os demônios temem a Cristo, não uma cruz; e qualquer um que não foi crucificado juntamente com Ele, exibe a cruz em vão.
A "palavra da cruz": poder de Deus
Paulo afirmou que a "palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus" (1 Co 1.18). Assim sendo, o poder da cruz não reside na sua exibição, mas sim na sua pregação; e essa mensagem nada tem a ver com o formato peculiar da cruz, e sim com a morte de Cristo sobre ela, como declara o evangelho. O evangelho é "o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1.16), e não para aqueles que usam ou exibem, ou até fazem o sinal da cruz.
O que é esse evangelho que salva? Paulo afirma explicitamente: "venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei... por ele também sois salvos... que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Co 15.1-4). Para muitos, choca o fato do evangelho não incluir a menção de uma cruz. Por quê? Porque a cruz não era essencial à nossa salvação. Cristo tinha que ser crucificado para cumprir a profecia relacionada à forma de morte do Messias (Sl 22), não porque a cruz em si tinha alguma ligação com nossa redenção. O imprescindível era o derramamento do sangue de Cristo em Sua morte como prenunciado nos sacrifícios do Antigo Testamento, pois "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hb 9.22); "é o sangue que fará expiação em virtude da vida" (Lv 17.11).
Não dizemos isso para afirmar que a cruz em si é insignificante. O fato de Cristo ter sido pregado numa cruz revela a horripilante intensidade da maldade inata ao coração de cada ser humano. Ser pregado despido numa cruz e ser exibido publicamente, morrer lentamente entre zombarias e escárnios, era a morte mais torturantemente dolorosa e humilhante que poderia ser imaginada. E foi exatamente isso que o insignificante ser humano fez ao seu Criador! Nós precisamos cair com o rosto em terra, tomados de horror, em profundo arrependimento, dominados pela vergonha, pois não foram somente a turba sedenta de sangue e os soldados zombeteiros que O pregaram à cruz, mas sim nossos pecados!
A cruz revela a malignidade do homem e o amor de Deus
Assim sendo, a cruz revela, pela eternidade adentro, a terrível verdade de que, abaixo da bonita fachada de cultura e educação, o coração humano é "enganoso... mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto" (Jr 17.9), capaz de executar o mal muito além de nossa compreensão, até mesmo contra o Deus que o criou e amou, e que pacientemente o supre. Será que alguém duvida da corrupção, da maldade de seu próprio coração? Que tal pessoa olhe para a cruz e recue dando uma reviravolta, a partir de seu ser mais interior! Não é à toa que o humanista orgulhoso odeia a cruz!
Ao mesmo tempo que a cruz revela a malignidade do coração humano, entretanto, ela revela a bondade, a misericórdia e o amor de Deus de uma maneira que nenhuma outra coisa seria capaz. Em contraste com esse mal indescritível, com esse ódio diabólico a Ele dirigido, o Senhor da glória, que poderia destruir a terra e tudo o que nela há com uma simples palavra, permitiu-se ser zombado, injuriado, açoitado e pregado àquela cruz! Cristo "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz" (Fp 2.8). Enquanto o homem fazia o pior, Deus respondia com amor, não apenas Se entregando a Seus carrascos, mas carregando nossos pecados e recebendo o castigo que nós justamente merecíamos.
A cruz prova que existe perdão para o pior dos pecados
Existe, ainda, um outro sério problema com o símbolo, e especialmente o crucifixo católico que exibe um Cristo perpetuamente pendurado na cruz, assim como o faz a missa. A ênfase está sobre o sofrimento físico de Cristo como se isso tivesse pago os nossos pecados. Pelo contrário, isso foi o que o homem fez a Ele e só podia nos condenar a todos. Nossa redenção aconteceu através do fato de que Ele foi ferido por Jeová e "sua alma [foi dada] como oferta pelo pecado" (Is 53.10); Deus fez "cair sobre ele a iniqüidade de nós todos" (Is 53.6); e "carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados" (1 Pe 2.24).
A morte de Cristo é uma evidência irrefutável de que Deus precisa, em Sua justiça, punir o pecado, que a penalidade precisa ser paga, caso contrário não pode haver perdão. O fato de que o Filho de Deus teve que suportar a cruz, mesmo depois de ter clamado a Seu Pai ao contemplar em agonia o carregar de nossos pecados ["Se possível, passe de mim este cálice!" (Mt 26.39)], é prova de que não havia outra forma de o ser humano ser redimido. Quando Cristo, o perfeito homem, sem pecado e amado de Seu Pai, tomou nosso lugar, o juízo de Deus caiu sobre Ele em toda sua fúria. Qual deve ser, então, o juízo sobre os que rejeitam a Cristo e se recusam a receber o perdão oferecido por Ele! Precisamos preveni-los!
Ao mesmo tempo e no mesmo fôlego que fazemos soar o alarme quanto ao julgamento que está por vir, precisamos também proclamar as boas notícias de que a redenção já foi providenciada e que o perdão de Deus é oferecido ao mais vil dos pecadores. Nada mais perverso poderia ser concebido do que crucificar o próprio Deus! E ainda assim, foi estando na cruz que Cristo, em seu infinito amor e misericórdia, orou: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23.34). Assim sendo, a cruz também prova que existe perdão para o pior dos pecados, e para o pior dos pecadores.
Cuidado: não anule a cruz de Cristo!
A grande maioria da humanidade, entretanto, tragicamente rejeita a Cristo. E é aqui que enfrentamos outro perigo: é que em nosso sincero desejo de vermos almas salvas, acabamos adaptando a mensagem da cruz para evitar ofender o mundo. Paulo nos alertou para tomarmos cuidado no sentido de não pregar a cruz "com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo" (1 Co 1.17). Muitos pensam: "É claro que o evangelho pode ser apresentado de uma forma nova, mais atraente do que o fizeram os pregadores de antigamente. Quem sabe, as técnicas modernas de embalagem e vendas poderiam ser usadas para vestir a cruz numa música ou num ritmo, ou numa apresentação atraente assim como o mundo comumente faz, de forma a dar ao evangelho uma nova relevância ou, pelo menos, um sentido de familiaridade. Quem sabe poder-se-ia lançar mão da psicologia, também, para que a abordagem fosse mais positiva. Não confrontemos pecadores com seu pecado e com o lado sombrio da condenação do juízo vindouro, mas expliquemos a eles que o comportamento deles não é, na verdade, culpa deles tanto quanto é resultante dos abusos dos quais eles têm sido vitimados. Não somos todos nós vítimas? E Cristo não teria vindo para nos resgatar desse ato de sermos vitimados e de nossa baixa perspectiva de nós mesmos e para restaurar nossa auto-estima e auto-confiança? Mescle a cruz com psicologia e o mundo abrirá um caminho para nossas igrejas, enchendo-as de membros!" Assim é o neo-evangelicalismo de nossos dias.
Ao confrontar tal perversão, A. W. Tozer escreveu: "Se enxergo corretamente, a cruz do evangelicalismo popular não é a mesma cruz que a do Novo Testamento. É, sim, um ornamento novo e chamativo a ser pendurado no colo de um cristianismo seguro de si e carnal... a velha cruz matou todos os homens; a nova cruz os entretêm. A velha cruz condenou; a nova cruz diverte. A velha cruz destruiu a confiança na carne; a nova cruz promove a confiança na carne... A carne, sorridente e confiante, prega e canta a respeito da cruz; perante a cruz ela se curva e para a cruz ela aponta através de um melodrama cuidadosamente encenado – mas sobre a cruz ela não haverá de morrer, e teimosamente se recusa a carregar a reprovação da cruz."
A cruz é o lugar onde nós morremos em Cristo
Eis o "x" da questão. O evangelho foi concebido para fazer com o eu aquilo que a cruz fazia com aqueles que nela eram postos: matar completamente. Essa é a boa notícia na qual Paulo exultava: "Estou crucificado com Cristo". A cruz não é uma saída de incêndio pela qual escapamos do inferno para o céu, mas é um lugar onde nós morremos em Cristo. É só então que podemos experimentar "o poder da sua ressurreição" (Fp 3.10), pois apenas mortos podem ser ressuscitados. Que alegria isso traz para aqueles que há tempo anelam escapar do mal de seus próprios corações e vidas; e que fanatismo isso aparenta ser para aqueles que desejam se apegar ao eu e que, portanto, pregam o evangelho que Tozer chamou de "nova cruz".
Paulo declarou que, em Cristo, o crente está crucificado para o mundo e o mundo para ele (Gl 6.14). É linguagem bem forte! Este mundo odiou e crucificou o Senhor a quem nós amamos – e, através desse ato, crucificou a nós também. Nós assumimos uma posição com Cristo. Que o mundo faça conosco o que fez com Ele, se assim quiser, mas fato é que jamais nos associaremos ao mundo em suas concupiscências e ambições egoístas, em seus padrões perversos, em sua determinação orgulhosa de construir uma utopia sem Deus e em seu desprezo pela eternidade.
Crer em Cristo pressupõe admitir que a morte que Ele suportou em nosso lugar era exatamente o que merecíamos. Quando Cristo morreu, portanto, nós morremos nEle: "...julgando nós isto: um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou" (2 Co 5.14-15).
"Mas eu não estou morto", é a reação veemente. "O eu ainda está bem vivo." Paulo também reconheceu isso: "...não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço" (Rm 7.19). Então, o que é que "estou crucificado com Cristo" realmente significa na vida diária? Não significa que estamos automaticamente "mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus" (Rm 6.11). Ainda possuímos uma vontade e ainda temos escolhas a fazer.
O poder sobre o pecado
Então, qual é o poder que o cristão tem sobre o pecado que o budista ou o bom moralista não possui? Primeiramente, temos paz com Deus "pelo sangue da sua cruz" (Cl 1.20). A penalidade foi paga por completo; assim sendo, nós não tentamos mais viver uma vida reta por causa do medo de, de outra sorte, sermos condenados, mas sim por amor Àquele que nos salvou. "Nós amamos porque ele nos amou primeiro" (1 Jo 4.19); e o amor leva quem ama a agradar o Amado, não importa o preço. "Se alguém me ama, guardará a minha palavra" (Jo 14.23), disse o nosso Senhor. Quanto mais contemplamos a cruz e meditamos acerca do preço que nosso Senhor pagou por nossa redenção, mais haveremos de amá-lO; e quanto mais O amarmos, mais desejaremos agradá-lO.
Em segundo lugar, ao invés de "dar duro" para vencer o pecado, aceitamos pela fé que morremos em Cristo. Homens mortos não podem ser tentados. Nossa fé não está colocada em nossa capacidade de agirmos como pessoas crucificadas mas sim no fato de que Cristo foi crucificado de uma vez por todas, em pagamento completo por nossos pecados.
Em terceiro lugar, depois de declarar que estava "crucificado com Cristo", Paulo acrescentou: "logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim" (Gl 2.20). O justo "viverá por fé" (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38) em Cristo; mas o não-crente só pode colocar sua fé em si mesmo ou em algum programa de auto-ajuda, ou ainda num guru desses bem esquisitos.
A missa: negação da suficiência da obra de Cristo na cruz
Tristemente, a fé católica não está posta na redenção realizada por Cristo de uma vez para sempre na cruz, mas na missa, que, alegadamente, é o mesmo sacrifício como o que foi feito na cruz, e confere perdão e nova vida cada vez que é repetida. Reivindica-se que o sacerdote transforma a hóstia e o vinho no corpo literal e no sangue literal de Cristo, fazendo com que o sacrifício de Cristo esteja perpetuamente presente. Mas não há como trazer um evento passado ao presente. Além do mais, se o evento passado cumpriu seu propósito, não há motivo para querer perpetuá-lo no presente, mesmo que pudesse ser feito. Se um benfeitor, por exemplo, paga ao credor uma dívida que alguém tem, a dívida sumiu para sempre. Seria sem sentido falar-se em reapresentá-la ou reordená-la ou perpetuar seu pagamento no presente. Poder-se-ia lembrar com gratidão que o pagamento já foi feito, mas a reapresentação da dívida não teria valor ou sentido uma vez que já não existe dívida a ser paga.
Quando Cristo morreu, Ele exclamou em triunfo: "Está consumado" (Jo 19.30), usando uma expressão que, no grego, significa que a dívida havia sido quitada totalmente. Entretanto, o novo Catecismo da Igreja Católica diz: "Como sacrifício, a Eucaristia é oferecida como reparação pelos pecados dos vivos e dos mortos, e para obter benefícios espirituais e temporais de Deus" (parágrafo 1414, p. 356). Isso equivale a continuar a pagar prestações de uma dívida que já foi plenamente quitada. A missa é uma negação da suficiência do pagamento que Cristo fez pelo pecado sobre a cruz! O católico vive na incerteza de quantas missas ainda serão necessárias para fazê-lo chegar ao céu.
Segurança para o presente e para toda a eternidade
Muitos protestantes vivem em incerteza semelhante, com medo de que tudo será perdido se eles falharem em viver uma vida suficientemente boa, ou se perderem sua fé, ou se voltarem as costas a Cristo. Existe uma finalidade abençoada da cruz que nos livra dessa insegurança. Cristo jamais precisará ser novamente crucificado; nem os que "foram crucificados com Cristo" ser "descrucificados" e aí "recrucificados"! Paulo declarou: "porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus" (Cl 3.3). Que segurança para o presente e para toda a eternidade! (Dave Hunt – TBC 10/95 – traduzido por Eros Pasquini, Jr.)
Dave Hunt Devido a suas profundas pesquisas e sua experiência em áreas como profecias, misticismo oriental, fenômenos psíquicos, seitas e ocultismo, realiza muitas conferências nos EUA e em outros países, também sendo entrevistado freqüentemente no rádio e na televisão. Começou a escrever em tempo integral após trabalhar por 20 anos como consultor em Administração e na direção de várias empresas. Dave Hunt escreveu mais de 20 livros com vendas totais que passam dos 3.000.000 de exemplares.

domingo, 12 de agosto de 2012

Seja Cheio do Espírito - Efésios 5.18

Para muitos, ser cheio do Espírito Santo é um assunto vago e místico. Não há uma ideia clara e definida na mente das pessoas em relação a isso, além do fato de haver muitos ensinamentos errados sobre esse ministério do Espírito. Não admira que os cristãos sejam confusos quanto a esse assunto.
Em primeiro lugar, ser cheio do Espírito deve ser diferente de Seus outros ministérios:
A habitação. Isso significa que a Terceira Pessoa da Trindade mora, literalmente, no corpo de cada crente. Nosso corpo é o templo do Espírito.
O batismo. O batismo é o ministério do Espírito que coloca uma pessoa no corpo de Cristo no momento em que ela crê. A partir de então, ela se torna membro da Igreja Universal.
O selo. Um selo é uma marca de posse e segurança. Deus Espírito marca o crente como sinal de que pertence ao Senhor e está seguro por Ele.
O penhor. Isso significa um sinal ou garantia. Alguns o comparam com a aliança de noivado. Tão certo como a pessoa possui o Espírito, ela também receberá, um dia, a herança por completo.
A unção. No Antigo Testamento, reis e sacerdotes eram ungidos com óleo em um rito inaugural. Da mesma forma, o Espírito nos unge como sacerdotes reais. A unção possui um significado adicional em 1 João 2.27. O ministério de ensino do Espírito nos permite distinguir a verdade do erro.
Todos esses ministérios do Espírito acontecem no momento em que uma pessoa é salva. Eles são automáticos. Não exigem qualquer cooperação por parte do novo crente. Não há condições a serem satisfeitas. São experiências definitivas.
Ser cheio do Espírito é diferente. Na verdade, no Novo Testamento, há duas formas de sermos cheios.
Primeiro, um crente pode ser cheio do Espírito soberanamente para alguma obra especial. Assim, lemos que João Batista foi cheio do Espírito Santo no ventre de sua mãe (Lc 1.15b). Dessa maneira, Deus o preparou para ser o precursor do Messias. É possível que essa palavra tenha sido usada nesse sentido na maioria das ocorrências no livro de Atos. Foi assim que os discípulos foram cheios do Espírito Santo como preparação para a vinda dEle no Pentecoste (At 2.4). Pedro foi cheio do Espírito, pois precisava ser equipado a fim de ser convincente na transmissão da mensagem às autoridades e aos cidadãos comuns (At 4.8). Pedro e João foram cheios a fim de proclamar a Palavra de Deus com intrepidez (At 4.31). Saulo foi cheio do Espírito para pregar de Cristo em Damasco (At 9.17,22). Depois, ele foi novamente cheio para denunciar Elimas, o mágico (At 13.9). Pelo menos algumas dessas ocasiões em que as pessoas foram cheias do Espírito foram temporárias e não houve exigências a serem satisfeitas para que isso ocorresse.
Segundo, há uma forma de sermos cheios do Espírito para a qual há condições. É isso que encontramos em Efésios 5.18. Não é algo pelo qual você ora, mas uma ordem à qual obedece. É claro na língua original do Novo Testamento que o significado desse versículo é: “Sejais continuamente cheios”. Trata-se de um processo contínuo, não de uma realização. Não é uma experiência emocional, mas uma vida de santidade constante.
Paulo escreveu: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”. Por que ele mencionou algo tão ruim quanto a embriaguez juntamente com o nosso dever de sermos cheios do Espírito? Provavelmente porque há algumas semelhanças e diferenças evidentes entre as duas coisas. Primeiro, as semelhanças. Em ambos os casos, a pessoa está sob um controle externo. Na embriaguez, ela está sob o controle da bebida alcoólica chamada, às vezes, de “espíritos”. Ser cheio do Espírito significa que ela está sob o controle do Espírito Santo. Em ambos os casos, é possível saber quem a controla pela forma como anda: o bêbado cambaleia a esmo; a pessoa cheia do Espírito anda separada do pecado e do mundo. Em ambos os casos, é possível saber quem a controla pelo modo como fala: a fala do alcoólatra é enrolada e profana; a fala do crente é edificante e exalta a Cristo.
Também há duas diferenças. Quando se está embriagado, há perda do autocontrole; quando se está cheio do Espírito, não há perda do autocontrole. Quando se está embriagado, há uma menor resistência ao pecado; quando se está cheio do Espírito, a resistência é maior.
Lembrei-me das palavras perspicazes de James Stewart: “Se é pecado embriagar-se com vinho, é um pecado ainda maior não ser cheio do Espírito”.
Conforme mencionado, ser cheio do Espírito é a vida de santidade. Você a encontra sob diferentes aspectos nestas passagens:
  • É o caráter de um cidadão do reino (Mt 5.1-16);
  • É a vida permanente (Jo 15.1-17);
  • É a vida de amor (1 Co 13);
  • É a armadura do cristão (Ef 6.10-20);
  • É a vida do caráter cristão (2 Pe 1.5-11).
A seguir, algumas coisas essenciais a fazer para ser cheio do Espírito:
  • Confesse e abandone o pecado assim que tomar consciência dele (1 Jo 1.9; Pv 28.13);
  • Submeta-se ao controle do Senhor em todos os momentos (Rm 12.1-2);
  • Encha-se com a Palavra de Deus (Jo 17.17). Você não pode ser cheio do Espírito a menos que a Palavra de Cristo habite em você ricamente (Cl 3.16);
  • Passe bastante tempo em oração e adoração (Rm 8.26; 2 Co 3.18);
  • Mantenha-se perto da comunhão cristã, evitando envolver-se com questões do mundo (Hb 10.25; 2 Tm 2.4);
  • Ocupe-se para o Senhor (Ec 9.10);
  • Diga um sonoro “não” para os apetites ilícitos da carne (1 Co 9.27). Responda à tentação pecaminosa como um morto responderia (Rm 6.11). No momento de forte tentação, clame ao Senhor (Pv 18.10). Tome medidas rigorosas para evitar qualquer pecado (Mt 18.8). Fuja, não caia (2 Tm 2.22). Aquele que luta e foge sobrevive para lutar mais um dia.
  • Controle seus pensamentos (Pv 23.7; Fp 4.8);
  • Seja Cristocêntrico, não egocêntrico (Jo 16.14).
Agora faça o que tem de fazer, crendo que o Espírito está no controle.
Como é ser cheio do Espírito? A maior parte da vida provavelmente continuará sendo o habitual trabalho duro, rotineiro e secular. Às vezes, haverá picos. Porém, você perceberá que os mecanismos da vida se encaixam, que acontecem coisas incomuns. Você terá consciência de que o Senhor está operando em você e por seu intermédio. Sua vida reluzirá com o sobrenatural e, quando você tocar outras vidas, algo acontecerá para Deus.
Além disso, haverá poder (Lc 24.49; At 1.8), intrepidez (At 4.13,29,31), alegria (At 13.52), louvor (Lc 1.67-75; Ef 5.19-20) e submissão (Ef 5.21).
Um último aviso. A pessoa que é cheia do Espírito nunca diz que é. O ministério do Espírito é exaltar Cristo, não o crente. Vangloriar-se como se o tivesse alcançado é orgulho. (William MacDonald - http://www.chamada.com.br)

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