Estado Islâmico e Boko Haram unem forças para espalhar o terror
Nigéria, Síria e Iraque são as bases dos terroristas islâmicos
Os dois grupos extremistas muçulmanos que estão levando o terror na
África e no Oriente Médio agora agirão juntos. O Boko Haram, que age na
Nigéria desde 2009,
jurou lealdade ao Estado Islâmico e recebeu uma resposta positiva, se tornando o primeiro grande grupo a ser aceito pelos extremistas.
A decisão do EI, que age na Síria e no Iraque, foi noticiada pelas
agências internacionais de notícias France Presse e Reuters após a
divulgação de um áudio feito pelo porta-voz do EI, Abu Mohammad
al-Adnani, anunciando a expansão do califado.
“Anunciamos a boa nova da expansão do califado para a África
Ocidental porque o califa, que Deus o preserve, aceitou a aliança dos
nossos irmãos do grupo sunita para a pregação e a jihad”, disse o
porta-voz fazendo alusão ao nome árabe de Boko Haram.
“Nosso califa [Abu Bakr al-Baghdadi], que Deus o abençoe, aceitou o
compromisso de lealdade de nossos irmãos do Boko Haram, então saudamos
muçulmanos e nossos irmãos da Jihad na África Ocidental”.
A decisão de se juntar ao Estado Islâmico acontece ao mesmo tempo em
que os países vizinhos da Nigéria se uniram para impedir o avanço do
Boko Haram que já estava atuando em Camarões. O Níger e o Chade, países
que também fazem fronteira com a Nigéria, entraram na luta contra os
terroristas e lançaram uma ofensiva militar.
Lealdade é propaganda dos grupos
Para o diretor do programa África do centro de reflexão Atlantic
Council de Washington, Peter Pham, ouvido pela AFP essa lealdade nada
mais é que uma operação de propaganda.
“Os dois grupos precisam disso. Ambos necessitam de um esforço de
propaganda para manter a moral de suas tropas, que sofrem derrotas em
suas campanhas militares”, disse ele.
O especialista afirma também que o Estado Islâmico precisa de uma
chance para mostrar que está avançando e não regredindo. “O EI está na
defensiva no Iraque e na Síria, isso lhe permite se apresentar como se
estivesse se espalhando a outras áreas”.
Pham afirma que a situação do Boko Haram, diante das ofensivas,
também precisa dessa propaganda para fingir forças. “Para o Boko Haram
também é uma vitória de propaganda num momento em que enfrenta uma
ofensiva coordenada de vários exércitos da região. E, para isso, a única
coisa que precisa é de uma câmera e de uma conexão à internet”.
Por falar em internet, o Boko Haram tem seguido os mesmos passos do
EI, divulgando vídeos na rede mundial de computadores para mostrar as
atrocidades que cometem no país africano, inclusive execuções de
“infiéis”.
Com informações G1