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quinta-feira, 29 de março de 2012

Programação Neurolingüística e Psicoheresia

Através dos anos, temos visto o surgimento e a queda de vários sistemas de aconselhamento psicológico. Escrevemos sobre alguns que influenciaram fortemente aqueles cristãos que buscavam incorporar sistemas de aconselhamento psicológico seculares no que eles denominavam “Psicologia Cristã” ou “Aconselhamento Cristão”. Nosso livro The End of “Christian Psychology” (O Fim da Psicologia Cristã) inclui descrições e análises de alguns dos teóricos mais importantes e seus modelos.[1]
Um sistema psicológico que não incluímos naquela época é a Programação Neurolingüística (PNL), que é a combinação de métodos de comunicação, aconselhamento, dinâmicas de grupo, manipulação e hipnose. Agora, entretanto, cremos ser necessário informar e avisar os crentes sobre a PNL.
A despeito dos poucos resultados de pesquisas sobre a PNL (ou NLP, em inglês), ela ainda está sendo usada hoje em dia por inúmeros conselheiros, inclusive conselheiros cristãos professos. Na verdade, há alguns que estão empacotando a PNL especialmente para os cristãos. Por exemplo, o site da “Christian NLP 2008” dizia sobre sua missão:
Ser uma das principais organizações centralizadas em Cristo no mundo, cujo enfoque é ensinar e treinar pastores, conselheiros e cristãos em geral, para usarem os instrumentos, padrões e processos que facilitam a realização do chamado e do mandamento de Romanos 12.2 para serem “transformados pela renovação do vosso entendimento”.[2]
Esse site estava conectado a outro site da PNL intitulado “Patterns for Renewing Your Mind International” [Padrões para Renovação de Sua Mente Internacional], projetado especialmente para cristãos.
O site incluía artigos, técnicas, testemunhos, informações para programas de treinamento, e até sermões para pastores que utilizam os instrumentos da PNL. A seção denominada “About Us” [Quem Somos] destacava um homem de nome Bob­by G. Bodenhamer (D. Min.) que, juntamente com L. Michael Hall (PhD.), escreveu um livro chamado Patterns for Renewing the Mind: Christian Communicating & Counselling (Padrões Para Renovação da Mente: Comunicação e Aconselhamento Cristãos) para animar os cristãos a usarem a PNL.
A apresentação do livro, escrita pelo Rev. Carl Lloyd, PhD., Professor e Chefe do Departamento de Sociologia e Serviço Social da Universidade George Fox em Newberg, Oregon, EUA, diz:
Seria negligência de minha parte não expressar meu profundo apreço tanto a Michael [Hall] quando a Bob [Bodenhamer] por empenharem tão diligentemente suas mentes e talentos na tarefa de integrar a PNL à sólida perspectiva judaico-cristã.[3]
Lloyd apresenta suas próprias credenciais, incluindo “quatro cursos de graduação”, “seis cursos de especialização em Saúde Mental”, experiência clínica, “mais de duas décadas” de pastorado, e sua posição atual lecionando terapia “tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação”. Mais adiante ele acrescenta:
Richard Bandler, um dos criadores da Programação Neurolingüística (PNL).
Conheço bastante sobre aprendizagem, pessoas, terapias e sobre a integração da fé com a aprendizagem. Mesmo assim, este volume me abençoou com novos conhecimentos, novas técnicas e uma paixão renovada por levar o Cristo vivo para dentro dos processos educacionais e de aconselhamento.[4]
Em seu livro, Bodenhamer e Hall instam com os cristãos para que usem a Programação Neurolingüística (PNL) para se comunicar, aconselhar, pregar e transformar o eu. Com bastante confiança, eles anunciam a PNL como o meio através do qual os cristãos podem realizar a transformação espiritual, embora a PNL em si seja uma metodologia secular projetada e usada por não-crentes. Embora Bodenhamer e Hall usem versículos das Escrituras juntamente com a PNL, seu modelo carnal não consegue tocar a nova vida em Cristo. Em vez disso, ele apela para a carne, que pode ser manipulada pela PNL. Em seu Prefácio, eles afirmam que “alguns descobriram o tremendo poder no modelo de Programação Neurolingüística e o têm usado para manipular pessoas”.[5]
Todavia, eles usam, promovem e ensinam a PNL porque crêem que ela contenha o que chamam de “estado da arte em modelos de comunicação e instrumentos de cura” e que possa ser usada por cristãos para o bem (itálico deles). O livro é cheio de promessas como: “Na PNL, descobrimos padrões incrivelmente poderosos para uma renovação rápida, eficiente e permanente da mente”.[6] Contudo, não há evidências de pesquisas que substanciem as afirmações da PNL a não ser testemunhos pessoais. Usar testemunhos pessoais sem o devido apoio científico é uma das primeiras características de charlatanismo. Mesmo assim, as promessas e expectativas continuam a atrair as pessoas para dentro dessa rede de engano.

Uma Mistura Mundana

Por todo o livro os autores citam uma passagem ou uma expressão bíblica e a transformam em um método de PNL. Por exemplo, eles relacionam as técnicas de PNL “Governe Seu Próprio Cérebro” com uma admoestação bíblica na seção denominada “Dirija Seu Próprio Cérebro ou ‘Guarde Seu Coração Com Toda Diligência”’. Eles dizem:
Quem governa seu cérebro? Se você não o governar, alguém vai rapidamente se voluntariar para fazê-lo por você! Agora, “governe seu próprio cérebro” significa pensar seus próprios pensamentos e assumir as responsabilidades de suas próprias respostas. Isso corresponde à visão cristã sobre a responsabilidade humana (Js 24.15; At 11.24; Cl 3.1).
Para “governar nosso próprio cérebro”, precisamos primeiro saber que os cérebros funcionam baseados em imagens, sons, palavras, sensações, cheiros e gostos. Controle essas informações e nós dirigiremos nosso próprio caminho. Biblicamente, isso nos capacita a “renovarmos a nossa mente” e a experimentarmos a transformação (Rm 12.2)[7] (itálico deles.)
O livro dá a distinta impressão de que a pessoa precisa conhecer a PNL para progredir efetiva e eficientemente na vida cristã. Como conseqüência, reduz a santificação à mesma metodologia usada por não-crentes para seu autodesenvolvimento. Por outro lado, a Bíblia é clara sobre a fonte da nova vida em Cristo e sobre como um crente deve caminhar de acordo com o Espírito e não segundo a carne. Sempre nos impressiona quando nos deparamos com métodos e técnicas carnais que as pessoas usam em suas tentativas fúteis de crescer espiritualmente. Esta é uma de nossas principais preocupações sobre a intrusão das teorias e métodos psicoterapêuticos no cristianismo.

Origens da PNL

Embora muitos cristãos possam não ter ouvido falar sobre a Programação Neurolingüística, ela tem estado aí desde os anos 1970 e tem sido usada por terapeutas, conselheiros, oradores motivacionais, vendedores e muitas outras pessoas por todos esses anos. A PNL é um sistema tanto de aconselhamento psicológico individual quanto de programas de conscientização de grupo, inicialmente criada por dois não-cristãos, Richard Bandler e John Grinder. Esses homens tentaram construir um sistema de técnicas de comunicação elaborado com base em três psicoterapeutas influentes e aparentemente eficientes: Virginia Satir, Fritz Perls e Milton Erickson.
Satir era conhecida por sua maneira natural de tratar as pessoas, então Bandler e Grinder tentaram elaborar e codificar os maneirismos dela, o modo como ela assimilava e até refletia os maneirismos e padrões de fala daqueles que estava aconselhando. Fritz Perls parecia ser bem sucedido com as pessoas, então Bandler, que no início começou a imitar a voz de Perls e seu uso da linguagem, tentou copiar e codificar o que Perls fazia e dizia na terapia. Erickson, um hipnoterapeuta clínico, era capaz de colocar seus pacientes em transe através da conversação. Portanto, a PNL foi primeiramente formada através da modelagem e da codificação da forma que esses terapeutas se comunicavam. Grinder era lingüista, logo estava interessado no uso que eles faziam das palavras e expressões. Bandler estava interessado em computadores e imaginava que as pessoas poderiam ser programadas da mesma maneira, através de várias técnicas selecionadas a partir da observação desses três terapeutas. Assim como Franz Anton Mesmer fez uso de técnicas para obter a concordância de seus pacientes, Bandler e Grinder codificaram técnicas psicológicas específicas para obter concordância e fazerem o aconselhando sentir-se ligado a seu terapeuta. Outras técnicas de PNL incluem fantasias direcionadas, visualização, hipnose e manipulação emocional.
Algumas das primeiras teorias da PNL tinham a ver com a idéia de que uma pessoa pode influenciar outra pessoa através do uso de qualquer “sistema representacional” que esteja sendo usado por essa outra pessoa. Por exemplo, se uma pessoa usa termos visuais, como “Vejo o que você quer dizer”, o terapeuta também buscaria falar em termos visuais. Ou, se o aconselhando usa palavras de sentimento, como “Eu realmente me senti decepcionado”, o terapeuta usaria palavras relacionadas tanto com os sentimentos emocionais quanto sinestésicos*.
Num dado momento, a PNL ostentou seis sistemas representacionais:
...a construção de imagens visuais, a lembrança de imagens visuais, a construção de imagens auditivas, a lembrança de imagens auditivas, a aplicação de sensações sinestésicas ao indivíduo e a manutenção de diálogos interiores.[8]
A teoria era que uma pessoa poderia ser mais facilmente influenciada por alguém com quem ela pudesse se identificar, neste caso alguém usando sua chamada linguagem representacional.
Bandler estava interessado em computadores e imaginava que as pessoas poderiam ser programadas da mesma maneira.
Outra técnica da PNL é a de observar e notar o movimento dos olhos do paciente enquanto ele fala. Por exemplo, à medida que o paciente fala de um incidente do passado, o conselheiro vai supostamente obtendo dicas no que se refere à pessoa estar se lembrando ou criando algo novo, ou a pessoa estar usando o modo visual, auditivo, sinestésico, ou de pensamento, simplesmente através da observação dos olhos da pessoa. Não obstante, um livro publicado pela Commission on Behavioral and Social Sciences and Education [Comissão Sobre Ciências Comportamentais e Sociais e Educação] do National Research Council [Conselho Nacional de Pesquisa] dos EUA revelou o seguinte: “Não há nenhum fundamento direto citado em favor da relação postulada pela PNL entre a direção do olhar e o sistema representacional”[9]. O livro também diz:
Em suma, o sistema da PNL dos padrões do olho, da postura, do tom, e da linguagem como padrões representacionais indexadores não é derivado nem derivável de trabalhos científicos conhecidos. E mais, não há evidências internas nem documentação para apoiar o sistema.[10]
Eles concluem: “Além de tudo, há poucas evidências empíricas, ou nenhuma, até a presente data para defender os pressupostos da PNL ou a eficiência da PNL”.[11] A PNL não é um empreendimento cientificamente comprovado. É baseado no que foi dito, em sugestões e em habilidades de vendedor.
Respondendo à pergunta, “O que é a PNL?”, The Skeptic’s Dictionary diz: “É difícil definir a PNL porque aqueles que a iniciaram e os que se envolveram com ela usam uma linguagem muito vaga e ambígua, dizendo que a PNL significa coisas diferentes para pessoas diferentes.[12] Inúmeras pessoas foram treinadas em PNL e depois continuaram a desenvolver suas próprias formas dela. Finalmente, com pessoas reivindicando direitos a suas próprias versões da PNL, Bandler tomou uma decisão através de uma ação judicial sobre propriedade intelectual, uma vez que ele reivindicava ser o único autor da PNL. Ele também tentou obter marca registrada de alguns aspectos da PNL e controlar os vários programas de treinamento e de certificação.

A Vida da PNL de Bandler

“O sistema da PNL dos padrões do olho, da postura, do tom, e da linguagem como padrões representacionais indexadores não é derivado nem derivável de trabalhos científicos conhecidos”.
De fato, Bandler desenvolveu grande parte do sistema assim chamado de transformação, que os cristãos agora usam em sua tentativa de se tornarem mais semelhantes a Cristo. Todavia, a observação do uso pessoal que Bandler faz de suas próprias técnicas conta a história de um homem que se perdeu em sua pretensão enquanto fascinava suas audiências nas inúmeras sessões de treinamento. Ele e Grinder ensinavam as pessoas a darem uma nova imagem ao passado: “Se você tiver uma [história pessoal] ruim da primeira vez, volte atrás e faça para si mesmo uma história melhor. Todo mundo deveria mesmo ter várias histórias”.[13] Bandler seguiu sua própria técnica tão bem que Frank Clancy e Heidi Yorkshire relatam o seguinte:
Bandler contou uma vasta seleção de histórias sobre sua vida pessoal e profissional... Contou às pessoas que era músico profissional de rock, que era dono de um bar de topless aos 16 anos e era milionário aos 18, e que era faixa preta no caratê.[14]
O que foi citado acima é apenas uma amostra das mentiras dele. Clancy e Yorkshire continuam:
Os enganos de Bandler foram longe. Através da PNL ele havia aprendido a estabelecer uma concordância fazendo poses em frente ao espelho e imitando a linguagem; ele levou esta ideia mais adiante, combinando história e identidade com a de seus companheiros ... Ele se perdeu em um turbilhão de imitação, engano e manipulação.[15]
Clancy e Yorkshire também relatam que Bandler “usava grandes quantidades de cocaína e álcool” e que era “obcecado pela violência”. Eles dizem:
A história de Bandler é, em certo sentido, uma parábola da Nova Era. Tendo rejeitado muitas das fronteiras que governam as relações entre as pessoas, ele era como um marinheiro sem âncora nem velas, à deriva em um mar peculiar da Nova Era. Aqui o indivíduo era soberano... e a moralidade era relativa.[16]
No que se refere à responsabilidade pessoal pelo que estavam ensinando, Bandler e Grinder “dispensavam tipicamente as questões éticas com uma mesmice perturbadora: uma pessoa não consegue evitar de manipular outras, insistiam eles; com o treinamento da PNL, pelo menos ela estará consciente – e no controle – da manipulação.[17]
Se Bandler tivesse inventado um abridor de latas melhor, sua própria vida de enganos não afetaria seu produto, mas, quando seu produto é um conjunto de métodos para ajudar as pessoas a viver uma vida melhor, precisamos questioná-lo. Ou, se ele tivesse feito uma descoberta científica que pudesse ser provada cientificamente, então diríamos que ele tem algo a apresentar ao homem natural. No entanto, ele não descobriu nada científico sobre o mundo físico. Pelo contrário, ele desenvolveu um conjunto de técnicas projetadas para manipular o âmbito não-físico da alma.
Embora o nome “neurolingüística” soe bastante científico, como se tivesse a ver com a neurobiologia e a lingüística, e, embora um sistema teórico tenha sido desenvolvido, a PNL não é um empreendimento científico. De fato, quando questionados sobre comprovações científicas, Bandler e Grinder declararam que não eram cientistas fazendo ciência, portanto, não tinham a oferecer as comprovações do que estavam fazendo.[18] A PNL não se baseia em descobertas científicas, mas em observações subjetivas. Seus métodos frustram a investigação científica e, por isso, seu pretendido sucesso se apóia em testemunhos individuais subjetivos, e no que a Bíblia denominaria de “fábulas” e “histórias de velhas caducas”.
Entretanto, a PNL continua a surgir em vários ambientes, inclusive num recente panfleto de uma conferência intitulada “Neuroscience Meets Recovery” [A Neurociência Encontra o Restabelecimento], em setembro de 2008. O subtítulo da conferência foi bem significativo: “Integrating Neurobiology with Pharmacotherapy, Psychotherapy and Spiritual Practices” [Integrando a Neurobiologia com a Farmacoterapia, a Psicoterapia e as Práticas Espirituais]. Os cristãos que acham que as Práticas Espirituais incluídas aqui podem ser algo bom precisam reexaminá-las, porque as práticas espirituais oferecidas incluem a espiritualidade em 12 passos e o budismo. O Dr. Richard Bandler é um palestrante em destaque com sua palestra denominada “NLP: A Tool for Better Living” [PNL: Um Instrumento Para Uma Vida Melhor].

Uma Mente Inconsciente Poderosa

Basicamente, a PNL é uma coletânea de idéias e técnicas, muitas das quais baseadas nas crenças freudianas de que a mente inconsciente influencia profundamente o pensamento e o comportamento conscientes, que os psicólogos podem ajudar um paciente a obter insight (percepção) sobre esse conteúdo, e que nós revelamos coisas em nosso inconsciente através de palavras e ações metafóricas. Entretanto, tudo isto é um mito! Em seu livro Therapy’s Delusions: The Myth of the Unconscious and the Exploitation of Today’s Walking Worried [As Ilusões da Terapia: O Mito do Inconsciente e a Explicação Sobre os Preocupados Andantes de Hoje], o professor Richard Ofshe, da Universidade da Califórnia, diz:
Embora seja claro que todos nós nos empenhamos em processos mentais fora da consciência, a idéia do inconsciente dinâmico propõe uma poderosa mente paralela que, desconhecida de quem a abriga, influencia obstinadamente até o mais insignificante pensamento e comportamento. Não há comprovações científicas desse tipo de inconsciente proposital, tampouco há comprovações de que os psicoterapeutas possuam métodos especiais para desnudar nossos processos mentais inconscientes. Contudo, a reivindicação dos terapeutas de serem capazes de expor e remoldar a mente inconsciente continua sendo a promessa sedutora de muitas terapias baseadas na conversação.[19]
Além disso, o Skeptic’s Dictionary revela:
Os benefícios da mente inconsciente, da hipnose e da habilidade de influenciar as pessoas através da apelação direta à mente subconsciente não são confirmados. Todas as comprovações científicas que existem em tais coisas indicam que as afirmações sobre a PNL não são verdadeiras. Não se pode aprender “a falar diretamente à mente inconsciente”, como afirmam Erickson e a PNL, exceto da maneira mais óbvia, que é usando o poder da sugestão.[20]
É evidente que, independentemente das pesquisas, Bodenhamer e Hall crêem e ensinam a noção de um poderoso inconsciente que controla as pessoas sem que elas tenham noção. Eles dizem:
A proporção em que esses processos e mecanismos [da mente] ficam do lado de fora de nossa consciência, é a proporção em que eles nos controlam. Ao desenvolver familiaridade com esses processos inconscientes, você aprenderá a lidar com eles.[21]
Na verdade, eles prometem que, à medida que uma pessoa aprende a controlar esses chamados processos inconscientes, “será cumprido o desafio de Paulo de levar “...cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10.5b).[22]
Além de revelarem sua crença em um inconsciente do tipo freudiano que controla as pessoas, essa citação é um exemplo do como eles usam mal as Escrituras. Paulo não está falando sobre pensamentos inconscientes sendo trazidos à consciência para que possam ser controlados.
Como os usuários e promotores da PNL crêem que as pessoas são controladas por processos inconscientes, as técnicas de PNL tentam ignorar o pensamento consciente para influenciarem a pessoa na consciência sensorial, no nível do sentimento profundo. Várias técnicas de PNL para obter a concordância e a confiança e até mesmo o controle colocam o paciente em um estado mental receptivo (com o raciocínio proposital e avaliativo deixado de lado), pronto para ser manipulado por meio da linguagem e dos sentidos, por meio das fantasias e da visualização, e através de estimulação emocional.
A idéia de programar o cérebro como um computador é usada bastante consistentemente. De fato, a PNL é apresentada como um manual de programação para o cérebro. Afirma-se que ela ajuda as pessoas a programar seu cérebro através da conscientização sensorial, da visualização, da reimagem do passado, da meditação, da auto-sugestão e de outras técnicas usadas na auto-hipnose. Essas manipulações mentais são as mesmas que os ocultistas usam para colocarem a si mesmos e aos outros em estado de transe. O terapeuta que está usando a PNL com um paciente aplicará os instrumentos da PNL para obter uma concordância semelhante à obtida pelo hipnotizador. O terapeuta pode trabalhar no sentido de ensinar às pessoas a técnica da PNL para reprogramarem seus cérebros, mas a maneira como isso geralmente funciona é que o terapeuta faz a reprogramação (i.e., a manipulação) através da sugestão ou da fantasia direcionada.

Os Instrumentos da PNL

Os cristãos que usam e promovem a PNL tentam mostrar que os instrumentos são apenas meios para que as coisas funcionem. Embora algumas técnicas da PNL sejam marca registrada, a maioria delas está por aí há longo tempo, mesmo antes da PNL. Muitas delas vieram da observação sobre como as pessoas se relacionam umas com as outras e como elas podem influenciar umas às outras. Outros instrumentos incorporam técnicas de ocultismo. Aqui descrevemos apenas uns poucos instrumentos da PNL: rapport (sincronia), pacing (compasso), manipulação sensorial, modelagem, Outcome Thinking (Pensamento de Resultados), e hipnose.

Sintonia e Pacing (Compasso)

Na PNL, a sintonia é uma estratégia para se conectar com outra pessoa imitando-a ou espelhando-se nela.
Na PNL, a sintonia é uma estratégia para se conectar com outra pessoa imitando-a ou espelhando-se nela. Muitos estabelecem a sintonia naturalmente à medida que se relacionam com os outros. Eles se identificam com as pessoas e até refletem o vocabulário e os maneirismos delas. A PNL tem codificado sistematicamente esses procedimentos para que as pessoas possam obter essa sintonia, não através da compaixão e do cuidado naturais, ou por se identificarem verdadeiramente com o próximo, mas através de técnicas aprendidas. A sintonia é reduzida a um conjunto de habilidades para que, havendo ou não empatia, a empatia seja comunicada. Isso é feito pela observação cuidadosa da outra pessoa e depois por meio de pacing (compasso), ou seja, fazendo a mesma coisa ou algo semelhante, como ter o mesmo ritmo de respiração e/ou usar o mesmo tipo de palavras, expressões, aparência, postura e atitudes.
Existe uma história da PNL sobre uma mulher que estava marcando o compasso de outra tão aplicadamente que entrou em um tipo de transe místico, de tal forma que, quando a outra curvou-se para a frente e caiu da cadeira, a mulher que estava fazendo o compassamento também caiu. Bodenhamer e Hall dizem: “Nós experimentamos a concordância como um estado místico no qual escutamos tão exclusivamente o outro – que perdemos a consciência de nós mesmos” (negrito acrescentado). Então, eles dizem que “Jesus escutava dessa maneira”.[23] Mas Jesus nunca se perdeu em um “estado místico”!

Conscientização Sensorial e Manipulação

À primeira vista, a idéia de conscientização sensorial soa bem, mas um exemplo de Bodenhamer e Hall revela do que realmente se trata. Eles solicitam ao leitor que participe de um experimento. Eles o instruem da seguinte maneira: “Lembre-se de uma experiência prazerosa do passado”. Depois eles prosseguem dizendo para a pessoa visualizar a experiência, lembrar-se dos sons, dos sentimentos, etc. A seguir, eles o instruem a aumentar a imagem mais e mais e dizem: “Quando você aumenta a figura, o que acontece com seus sentimentos acerca daquela experiência? Eles se intensificam?” Então, eles falam para diminuir a imagem, depois para deixá-la num tamanho confortável, a seguir mais próxima, depois mais distante, para mostrarem como nós podemos “distanciar-nos das experiências”.[24] Eles também dizem para a pessoa mudar as cores e a nitidez visual, etc. Embora essas atividades possam ser exercícios inofensivos para alguns, podem colocar outros em um estado alterado de consciência. Tais atividades de visualização podem parecer seguras, mas também podem abrir a mente para a intrusão demoníaca.

Modelagem

O instrumento denominado modelagem é usado para imitar comportamentos de pessoas que nós admiramos. Assim, os que querem tornar a PNL palatável para os cristãos dizem que ela é uma maneira de nos tornarmos mais parecidos com Jesus através de “dividirmos o caráter de Jesus em pequenos passos que podemos imitar em nossa vida”.[25] Além do fato de que nós não nos tornamos mais parecidos com Jesus por dividirmos Jesus em pedaços para podermos imitá-lO, essa técnica é uma atividade da carne, que pode fazer com que na carne nos pareçamos mais com Jesus e, assim, impedir-nos de ter um verdadeiro crescimento espiritual. Ao seguir a modelagem da PNL, sem dúvida pode-se desenvolver uma “forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder” (2 Tm 3.5).

Pensamento de Resultados

Na PNL, o pensamento de resultados não é apenas pensar sobre o futuro. É montar imagens sensoriais para criar o futuro. Portanto, eles usam a visualização. Bodenhamer relata:
Eu (BB) ouvi o Rev. Charles Stanley utilizar o modelo da PNL à medida que ele instruía sua congregação a assumir a mente de Cristo. Ele usou o modelo acima para ensinar como criar uma imagem de onde Deus quer que eles cheguem com sua vida. O Dr. Stanley mencionou, então, que “não é errado visualizar”. O que acham disso?[26] (itálico dele).
De fato, nem toda visualização é pecado, mas esse tipo de visualização pode levar à visualização ocultista. Tentar fazer alguma coisa acontecer no futuro por meio da visualização é uma prática ocultista promovida no livro popular de ocultismo The Secret [O Segredo].

Hipnose

Os cristãos precisam estar conscientes do que está emboscado por trás das promessas da PNL: um outro evangelho – um evangelho de obras, esforço próprio, manipulação, hipnose e outras práticas ocultistas.
A hipnose tem sido uma grande parte da PNL desde seu princípio. Bodenhamer e Hall tentam fazer com que a hipnose soe como uma resposta natural a determinadas formas de conversação que fazem a pessoa se sentir relaxada, confortável, aceita e confiante. Eles crêem que a hipnose ajuda a atingir a mente inconsciente. Eles dizem que:
Como nossa mente inconsciente contém vastos reservatórios de conhecimento e experiências, precisamos aprender como acessar esses reservatórios. Infelizmente, muitas pessoas deixam que eles fiquem quase sem ser tocados. Embora a maior parte de nosso comportamento funcione inconscientemente, nós apenas deixamos que ele siga – pensando (erradamente) que não podemos influenciá-lo.[27]
Eles argumentam que uma “faceta do ‘transe’ e da ‘hipnose’ (...) se correlaciona maravilhosamente com o ‘evangelho da graça de Deus”’.[28] Afirmam eles:
Portanto, para tratar com nossos programas profundos e inconscientes, as boas-novas de Jesus começam por nos enviar não ordens e comandos, mas segurança para que possamos relaxar, nos sentir seguros, descansar na certeza do trabalho redentor daquele que fez por nós o que não poderíamos fazer por nós mesmos, e que nos prometeu força interior, o testemunho do espírito em nosso íntimo, etc. Que estado interior tremendamente positivo e cheio de possibilidades para acessarmos![29] (itálico deles).
Mas, então, como é que podemos acessar esse “estado interior positivo e cheio de possibilidades”? Entrando em um estado de transe. Dizem eles:
Quão especificamente os processos da linha do tempo da PNL fornecem instrumentos para descobrir essas partes inconscientes? Utilizando o transe como um estado alterado, como um estado de mente e de emoções (relaxada, segura, aberta, confortável, receptiva, com expectativas, etc.) que nos capacita a funcionar efetiva e diretamente no nível inconsciente. Ele nos dá acesso àquela parte de nossa mente que o Senhor fez para armazenar e codificar nossos padrões habituais – ele se refere a nada mais que isso, nada misterioso, oculto, demoníaco. Isso descreve o dom de Deus em nós.[30] (itálico deles).
É claro que discordamos profundamente da convicção deles de que não há “nada misterioso, oculto, demoníaco” em entrarmos em um estado alterado de consciência através da hipnose, e escrevemos um livro tratando dessa atividade demoníaca.[31]

Cuidado com a PNL em Outros Lugares

Os vários ensinos, técnicas e instrumentos são usados por inúmeros psicoterapeutas, por outros profissionais de saúde mental psicologicamente treinados, por conselheiros, líderes de grupos, pastores e líderes de igrejas. Essas coisas são ensinadas em aulas de aconselhamento nas faculdades e universidades tanto seculares quanto cristãs. Os ensinos, as técnicas e os instrumentos da PNL também são usados em várias formas de cura interior e terapia de regressão, e contribuem para as táticas manipulativas de dinâmicas de grupo.[32]

Os Perigos Implícitos da PNL

Pode-se ver, a partir das práticas da PNL descritas acima, que há sérios perigos no uso da PNL. Os cristãos precisam estar conscientes do que está emboscado por trás das promessas da PNL: um outro evangelho – um evangelho de obras, esforço próprio, manipulação, hipnose e outras práticas ocultistas. Através da sedução dos que proporcionam a PNL, os cristãos são arrastados para longe da dependência da Palavra de Deus e da obra do Espírito Santo, sendo enganados a usarem um atalho carnal para a transformação espiritual. Concluíndo, a PNL é uma das falsificações satânicas do crescimento espiritual, que nutre a carne e faz morrer o espírito. De fato, é um engano do inimigo que afastará as pessoas de Deus, mesmo que elas pensem que estão crescendo espiritualmente.
Finalmente, as pessoas se colocam em uma posição espiritual vulnerável às forças ocultas do mal. Em vez de usarem a armadura espiritual que Deus lhes deu, elas estão abaixando a guarda e não usando a Palavra de Deus para resistirem ao que está sendo dito, e não estão levando cativo todo pensamento ao senhorio de Cristo. Isso exige pensamento consciente, e não a passividade de um transe. Tenha cuidado com aqueles que misturam a sabedoria dos homens, sobre a qual Deus alertou Seu povo, com as Escrituras e então seduzem os cristãos com promessas de transformação espiritual através de técnicas, metodologias e fórmulas. (
Martin e Deidre Bobgan - PsychoHeresy Awareness Letter - http://www.chamada.com.br)

segunda-feira, 26 de março de 2012

Doadores internacionais garantiram quase 4,5 bilhões de dó­lares como ajuda para Gaza no iní­cio deste mês. Nestes últimos anos, tem sido muito penoso para mim testemunhar a situação de deterioração humana na estreita faixa onde morei quando era criança, nos anos 1950.
A mí­dia tem a tendência de atribuir o declí­nio de Gaza somente às ações militares e econô­micas israelenses contra o Hamas. Mas tal aná­lise míope ignora a causa fundamental do problema: 60 anos de polí­tica árabe objetivando a perpetuação do status dos palestinos como refugiados sem pá­tria, a fim de usar o sofrimento deles como uma arma contra Israel.
Quando eu era criança, em Gaza, nos anos 1950, experimentei os primeiros resultados dessa polí­tica. O Egito, que então controlava o territó­rio, realizava operações do tipo guerrilha contra Israel a partir do territó­rio de Gaza. Meu pai comandava essas operações, executadas pelos “fedayeen”, palavra árabe que significa “auto-sacrifí­cio”. Naquela época, Gaza já era a linha de frente da jihad [guerra santa] árabe contra Israel. Meu pai foi morto pelas forças israelenses em 1956.
Yasser Arafat disse que o útero de uma mulher palestina era a melhor arma que ele possuía.

Foi naqueles anos que a Liga Árabe iniciou sua polí­tica de refugiados palestinos. Paí­ses árabes criaram leis especiais projetadas para tornar impossí­vel a integração de refugiados palestinos da guerra dos árabes contra Israel em 1948. Mesmo os descendentes dos refugiados palestinos que nascem em outro país árabe e moram nele por toda a sua vida não podem, jamais, obter passaporte daquele país. Mesmo que se casem com cidadãos de um país árabe, não podem se tornar cidadãos do país de seu cônjuge. Devem permanecer “palestinos”mesmo que jamais tenham colocado os pés na Margem Ocidental ou em Gaza.
Essa polí­tica de forçar uma identidade palestina sobre essas pessoas eternamente e de condená-las a uma vida miserá­vel em um campo de refugiados foi projetada para perpetuar e exacerbar a crise dos refugiados palestinos.
O mesmo se deu com a polí­tica árabe de superpopular Gaza. A UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência Para os Refugiados Palestinos), cujo principal apoio polí­tico vem de paí­ses árabes, estimula altas taxas de natalidade, premiando as famí­lias que têm muitos filhos. Yasser Arafat disse que o útero de uma mulher palestina era a melhor arma que ele possuía.
Paí­ses árabes sempre se esforçam por classificar tantos palestinos quanto possí­vel como “refugiados”. Como resultado, cerca de um terço dos palestinos em Gaza ainda vive em campos de refugiados. Durante 60 anos os palestinos têm sido usados e abusados por governos árabes e terroristas palestinos na guerra contra Israel.
Agora é o Hamas, uma organização terrorista islâ­mica apoiada pelo Irã, que está usando e abusando dos palestinos para seus pró­prios propó­sitos. Enquanto os lí­deres do Hamas se escondiam em seus bunkers e tú­neis cheios de provisões, os quais eles prepararam antes de provocarem Israel a atacá-los, civis palestinos eram expostos e pegos no fogo cruzado mortal entre o Hamas e os soldados israelenses.
Como resultado de 60 anos dessa polí­tica árabe, Gaza se tornou um campo de prisioneiros para 1,5 milhões de palestinos. Tanto Israel quanto o Egito temem a infiltração terrorista de Gaza – mais ainda desde que o Hamas assumiu o governo – e mantêm controle acirrado sobre suas fronteiras com Gaza. Os palestinos continuam a sofrer dificuldades porque Gaza continua a servir como plataforma de lançamento para ataques terroristas contra cidadãos israelenses. Esses ataques vêm na forma de mísseis do Hamas que, indiscriminadamente, têm como alvo jardins de infância, casas e estabelecimentos comerciais.
O Hamas continuou com esses ataques por mais de dois anos depois que Israel se retirou de Gaza na esperança de que esse passo daria iní­cio ao processo de construção de um Estado palestino, levando finalmente à solução pací­fica de dois Estados para o conflito entre Israel e a Palestina. Não havia “ciclo de violência” na época, nenhuma justificativa para nada que não fosse paz e prosperidade. Mas, em vez disso, o Hamas escolheu a jihad islâ­mica. As esperanças dos moradores de Gaza e de Israel foram “satisfeitas”com misé­ria para os palestinos e mísseis para os israelenses.
O Hamas, um representante do Irã, tornou-se um perigo não apenas para Israel, mas para os palestinos, e também para os Estados árabes vizinhos, que temem que o avanço do islã radical possa desestabilizar seus paí­ses.
Os árabes alegam amar o povo palestino, mas parecem mais interessados em sacrificá-lo. Se realmente amassem seus irmãos palestinos, eles pressionariam o Hamas para parar de atirar mísseis contra Israel. Em longo prazo, o mundo árabe deve terminar com o status de refugiados dos palestinos e seu conseqüente desejo de prejudicar Israel. Está na hora de os 22 paí­ses árabes abrirem suas fronteiras e absorverem os palestinos de Gaza que desejam começar vida nova. Está na hora do mundo árabe realmente ajudar os palestinos, e não apenas usá-los. (Nonie Darwish, extraí­do de The Wall Street Journal - http://www.beth-shalom.com.br)
"Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo. Cinco dentre elas eram néscias, e cinco, prudentes. As néscias, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo; no entanto, as prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas. E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram. Mas, à meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro! Então, se levantaram todas aquelas virgens e prepararam as suas lâmpadas. E as néscias disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão-se apagando. Mas as prudentes responderam: Não, para que nãos nos falte a nós e a vós outras! Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o. E, saindo elas para comprar, chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta. Mais tarde, chegaram as virgens néscias, clamando: Senhor, senhor, abre-nos a porta! Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço" (Mateus 25.1-13).
Três Épocas da História da Igreja
Primeira época: a era dos apóstolos e os tempos pós-apostólicos (de Pentecostes até o início do século 3 d. C.)
Esse foi o tempo do primeiro amor, caracterizado por uma espera diária e viva pela volta de Jesus Cristo, que o Senhor descreve da seguinte maneira: "Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo" (Mt 25.1).
Na época dos apóstolos e nos primórdios da Igreja, a Palavra ainda era tão viva e eficaz entre os crentes, que eles esperavam constante e intensamente pelo Senhor e por Sua volta. Era costume na época, por exemplo, cumprimentar-se com a saudação "Maranata", que significa "Vem, nosso Senhor!"
Havia nesse tempo um movimento evangelístico, orientado pelo Senhor, indo em Sua direção como que com tochas acesas e brilhantes. Em quase todas as suas cartas, os apóstolos escreviam sobre a esperança viva da volta de Jesus, apresentando-a às igrejas como sendo possível a qualquer momento. Paulo, por exemplo, alegrou-se com a igreja de Tessalônica e confirmou para os cristãos dali: "pois eles mesmos, no tocante a nós, proclamam que repercussão teve o nosso ingresso no vosso meio, e como, deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro e para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura" (1 Ts 1.9-10). E a Timóteo ele fez saber: "já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda" (2 Tm 4.8).
Os quase 270 capítulos do Novo Testamento mencionam aproximadamente 300 vezes a volta do Senhor Jesus. Um comentário bíblico diz o seguinte:
Só alcançaremos o nível espiritual e a vida santificada que o Novo Testamento ensina, quando a espera pelo Senhor receber tanto espaço em nossos corações como o tinha nas igrejas dos tempos apostólicos. O Dr. Kaftan disse: "O maravilhoso poder da Igreja primitiva residia única e exclusivamente em sua esperança viva pela volta visível e pessoal de Cristo".
Uma afirmação de Pedro, que se ajusta muito bem à parábola das dez virgens, mostra quanto o tempo dos apóstolos ainda era impregnado pela expectativa da volta de Jesus: "Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração" (2 Pe 1.19). De que modo as dez virgens foram ao encontro do Senhor? Com suas candeias acesas. Isso simboliza a palavra profética, que deve ser colocada no velador. A exortação do Senhor Jesus é: "Cingido esteja o vosso corpo, e acesas, as vossas candeias. Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de casamento; para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram" (Lc 12.35-37). De fato, a era da igreja primitiva era fortemente caracterizada pela espera pelo Senhor, como Jesus disse na parábola: "Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram e encontrar-se com o noivo".
Segunda época: Perda do primeiro amor e sono espiritual
Rapidamente o primeiro amor ao Senhor Jesus e à Sua Palavra foi se extinguindo. Assim, houve um bloqueio na espera por Sua volta, que adormeceu. Esse período é descrito em Mateus 25.5: "E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram".
Já nas cartas às igrejas transcritas no Apocalipse, o Senhor teve de dizer: "Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas" (Ap 2.4-5).
Logo após a morte dos apóstolos, a luz em relação à volta de Jesus começou a se extinguir nas igrejas. Certamente ainda havia muita atividade, mas a espera ardente, o primeiro amor de uma noiva por seu noivo, começou a diminuir. A espera adormeceu.
As virgens prudentes tinham suas lâmpadas bem acesas e brilhantes – elas serviam para iluminar a chegada do noivo. Elas fizeram aquilo que Jesus havia exigido: deixaram suas luzes brilhar e esperavam por Ele. Elas firmaram-se na palavra profética e deram-lhe atenção "como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração".
Nesse contexto, creio que o Senhor estava tentando dizer à igreja de Éfeso aproximadamente o seguinte: "Você não é mais como uma virgem ou uma noiva, que vai ao encontro de seu noivo com a lâmpada acesa. Você abandonou o primeiro amor, mesmo possuindo a palavra profética. Mas de que ela serve, se você não a utiliza para iluminar seus passos para vir ao meu encontro? Por isso, arrependa-se, pois se você não o fizer, eu virei e tomarei de você o candelabro da palavra profética." E foi justamente isso que aconteceu: a luz da palavra profética quase perdeu-se completamente nos séculos subseqüentes.
"E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram." Na história da Igreja, as coisas desenrolaram-se exatamente como está descrito aqui de maneira figurada. O Senhor Jesus tardou em vir. Ele demorou para voltar. E aí o cristianismo foi tomado de sono espiritual, que fez adormecer todas as esperanças pela volta do Senhor. Os cristãos deixaram de vigiar, exatamente o que deveriam ter feito seguindo as repetidas e claras ordens de Jesus. E por saber dessa situação, Ele exortou Sua Igreja:
"Cingido esteja o vosso corpo, e acesas, as vossas candeias" (Lc 12.35).
"Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de casamento; para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram" (v. 36).
"Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo" (Mc 13.35-36).
Com o desaparecimento da espera pela volta de Jesus, foi minguando também o conhecimento sobre o assunto. É assustador observar que aproximadamente a partir do ano 300 d. C. não se acham mais menções da volta de Jesus na literatura cristã da época. Praticamente nenhum hino daquele tempo e nenhum comentário bíblico, do ano 300 d. C. até o século 18, fala da espera pela volta de Jesus para buscar Sua Igreja, para arrebatar Sua noiva. Mesmo nos tempos da Reforma existem poucos registros de referências ao arrebatamento da Igreja. O retorno à Palavra de Deus nesse tempo foi maravilhoso e havia a crença na volta de Jesus, mas apenas para o fim dos dias, no dia do Juízo Final. Todo o restante a respeito da volta do Senhor desapareceu do cristianismo. A espera pela volta de Jesus foi como que encoberta, soterrada.
Gerhard Herbst escreveu:
Nas igrejas e denominações, inclusive na hinologia, a diferença entre o arrebatamento e a volta de Jesus praticamente inexiste ou é desconsiderada. Quando se chega a falar sobre a volta de Jesus, pensa-se sempre na volta visível do Senhor sobre o monte das Oliveiras. Mas essa é a esperança de Israel e não da Igreja de Jesus... O arrebatamento da Igreja de Jesus é o próximo acontecimento para a Igreja, o próximo evento pelo qual ela deve esperar. E essa volta não está condicionada a sinais prévios.
Terceira época: Despertamento espiritual
Essa última fase tem mais ou menos 150 a 200 anos. Ela coincide praticamente com a volta dos primeiros imigrantes judeus para sua pátria. Por quê?
Essa terceira época situa-se no final do tempo da graça e é o chamado "tempo do fim". Na parábola das dez virgens esse período é descrito da seguinte maneira: "Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro! Então, se levantaram todas aquelas virgens e prepararam suas lâmpadas" (Mt 25.6-7).
A partir do início do século 19 (e mesmo um pouco antes) o cristianismo vivenciou uma forte ação do Espírito Santo. Surgiram movimentos avivalistas, sociedades missionárias floresceram. Novos hinos foram compostos, e a volta de Jesus para o arrebatamento da Sua Igreja passou a ser novamente proclamada. Um dos pregadores dessa época foi o inglês John Nelson Darby (1800 – 1882), fundador das Igrejas dos Irmãos. A luz voltou a brilhar e resplandeceu claramente, ao ser anunciada novamente a vinda de Jesus para buscar Sua Igreja – a candeia voltou a ser colocada no velador. Mas esse movimento não se restringiu apenas à Inglaterra. Também nos Estados Unidos muitos se levantaram e começaram a publicar material falando da volta de Jesus para a Igreja e tornando esse o tema central de suas pregações.
Darby era de opinião que a Igreja tinha entrado em decadência desde o tempo dos apóstolos. Ele pretendia contribuir para um renascimento dos tempos apostólicos. Uma enciclopédia teológica diz de Darby: "Extensas viagens pela Europa ocidental, à América do Norte e à Austrália contribuíram para o ajuntamento espiritual da igreja de Filadélfia nos tempos finais, preparando-a para a volta de Jesus".
No século 19 descobriu-se novamente a diferença entre o "arrebatamento" e o "Dia do Senhor". Paralelamente surgiram muitas igrejas independentes, pois havia homens e mulheres corajosos que romperam com os sistemas eclesiásticos vigentes na época, passando a pregar a mensagem clara da iminente volta do Senhor.
Como aconteceu esse despertamento, como foi redescoberta a verdade sobre o arrebatamento? Foi como se, de repente, as pessoas acordassem de um longo e profundo sono! Certamente esse foi um chamado do Espírito Santo de Deus, que repentinamente despertou a muitos por estarmos nos aproximando da volta de Jesus! Sim, realmente nos encontramos na hora da meia-noite, quando soará o chamado do Espírito: "Eis o noivo! Saí ao seu encontro!"
Certamente não foi por acaso que, paralelamente com esse reavivamento espiritual da Igreja de Jesus, tenha se iniciado também a restauração de Israel e o repentino despertar dos judeus para retornarem à sua pátria. Esses dois movimentos são dirigidos pelo Espírito Santo. Maranata! Vem, nosso Senhor!

(Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
A astuciosa negação do direito dos judeus à terra de Israel



No artigo "Quem deslocou o Templo?" falei sobre algumas tentativas islâmicas que procuram provar que jamais houve um templo judeu no monte do Templo. Isso acontece para negar a Israel qualquer direito de reivindicar o local.
Há alguns anos folheei um livro que negava não apenas o direito de Israel ao monte do Templo mas a toda a terra de Israel (e, naturalmente, a Jerusalém). Na época não percebi o alcance dessa argumentação, pois a considerei absurda. Por isso não comprei o livro. Hoje, porém, ele poderia me servir para documentar a deturpação de fatos históricos. Entretanto, o conteúdo ainda está bem nítido em minha mente. Em primeiro lugar o livro tratava da saída do povo de Israel do Egito e do seu caminho pelo deserto. Achei positivo que o autor parecia crer no relato bíblico; o que não é comum hoje em dia. Em geral tenta-se modificar o sentido dos relatos bíblicos através de explicações "lógicas". Realmente, é difícil entender certas partes do Êxodo. Algumas dessas questões em aberto são a rota dos israelitas, o local exato da travessia do Mar Vermelho e a localização do monte Sinai. Principalmente a identificação desse monte permite diferentes interpretações. O autor do livro mencionado, por exemplo, diz que o monte Sinai não deve ser procurado na península do Sinai, mas na atual Arábia Saudita. Nesse caso, a rota da saída do Egito, logicamente, iria até ao extremo sul da península do Sinai. Ali, no estreito de Tiran, os israelitas teriam atravessado o Mar Vermelho. Até esse ponto os dados seriam aceitáveis. Mas absurda era a afirmação de que a Terra Prometida também se encontrava na Arábia Saudita. Na época rejeitei o livro por essa razão, considerando essa argumentação um disparate. Porém, essas alegações mostram que os inimigos de Israel usam de todos os meios para questionar o direito de Israel à sua terra.
O êxodo de Israel do Egito.
(mapa da Bíblia Letra Gigante/SBB)
Segundo essa teoria, Israel teria vivido nessa parte da Arábia Saudita até que as dez tribos foram levadas para o cativeiro assírio (e Judá, posteriormente, para o cativeiro babilônico). Para dar uma base "científica" a essa afirmação, o livro se referia a supostas descobertas arqueológicas. A existência de todos os lugares mencionados na Bíblia teria sido comprovada por escavações arqueológicas na Arábia Saudita. Mais tarde, quando os judeus retornaram do cativeiro, eles teriam encontrado a terra ocupada por outros povos. Por isso, seu retorno para lá teria sido impossível. Em dificuldades, os judeus teriam procurado uma alternativa, decidindo ir para a terra de Canaã. Assim, porém, a povoação de Canaã pelos judeus seria muito mais recente do que se supunha, e a reivindicação da terra por Israel estaria enfraquecida. Acompanhando algumas das atuais alegações dos árabes, percebi que justamente esse deve ter sido o alvo do livro. É relativamente fácil criar teorias inverídicas, pois a averiguação científica na Arábia Saudita não é possível, porque ali os estrangeiros não podem locomover-se livremente.
Não é preciso mencionar o quanto essa teoria é absurda. Mas torna-se claro que todos os meios são utilizados para negar a Israel o direito à existência. Esse parece ser o alvo de tais publicações. Talvez os leitores digam: "Tudo isso é absurdo. É perda de tempo ocupar-se com essas coisas". Mas, assim deixamos de levar a sério o fato dessas teorias pseudocientíficas questionarem continuamente a credibilidade da Bíblia. Esse é o objetivo final dessas alegações. A aceitação de críticas à Bíblia no meio cristão tem fornecido ainda mais alento a essas teorias insustentáveis. O mesmo acontece na arqueologia moderna: ela não procura mais, como no passado, entender os relatos bíblicos, mas busca provar que eles são apenas lendas e mitos.
Graças a Deus, porém, porque ainda existem teólogos e arqueólogos tementes a Deus, que constantemente fornecem provas de que a Bíblia é verdadeira e continua sendo o livro histórico mais confiável, desmascarando ataques pseudocientíficos à sua credibilidade. (Fredi Winkler - http://www.Beth-Shalom.com.br)

quinta-feira, 22 de março de 2012

A Ligação Com Sião: Um Mandamento Bíblico
Falando através de Seu profeta Jeremias, o Senhor insistiu que antes quebraria Sua aliança com relação ao ciclo do dia seguido pela noite, do que Sua promessa de restaurar Israel à sua terra
(Jr 33.25-26).


Quando Abrão obedeceu a Deus e partiu de sua amada terra natal, Deus o guiou a uma nova terra, exatamente como tinha prometido. Logo que Abrão chegou a ela, o Senhor (Yahweh, Javé) lhe apareceu e disse: “Darei à tua descendência esta terra” (Gn 12.7). Desde o momento em que chegou àquele pequeno pedaço de terra às margens do Grande Mar, a identidade de Abrão – bem como a de seus descendentes – ficou ligada àquele lugar.
A promessa daquela terra, feita pelo Senhor em Gênesis 12.7, foi a primeira de muitas. Por várias e várias vezes Ele reiterou Sua promessa de aliança com a nação descendente de Abraão. Por muitas vezes, esses lembretes e reafirmações do relacionamento através da aliança incluíram referências explícitas à terra que Deus havia prometido àquele povo. Somente no livro de Deuteronômio, enquanto o povo estava na divisa da terra, o Senhor lhe lembrou dezoito vezes que a havia prometido a ele. O tema é tão constante que ha-aretz (a terra, em hebraico) é o quarto substantivo mais usado no Antigo Testamento.
Por diversas vezes, inclusive de forma dramática, a promessa foi reiterada. Quando Yahweh firmou a aliança com Abraão, passando em meio aos pedaços de animais sacrificados a fim de estabelecer a inviolabilidade de Suas promessas, a garantia específica foi: “À tua descendência dei esta terra” (Gn 15.18). Mais tarde, falando através de Seu profeta Jeremias, o Senhor insistiu que antes quebraria Sua aliança com relação ao ciclo do dia seguido pela noite, do que Sua promessa de restaurar Israel à sua terra (Jr 33.25-26). Resumindo, a realidade das promessas não pode ser negada. A terra, e tudo o que ela contém, pertence a Yahweh (Sl 24.1), porém, Deus fala de uma forma especial sobre o pequeno Israel: “a terra é minha” (Lv 25.23). Deus é o dono daquela terra, e Ele a deu a Israel. As Suas promessas concedendo aquela terra a Israel são eternas, imutáveis e irrevogáveis (Hb 6.13-18).
Contudo, entre os que crêem na Bíblia há ainda hoje um grande debate sobre a questão se os judeus têm ou não o “direito” a Eretz Israel (a terra de Israel). Lendo as Escrituras, muitos cristãos questionam a afirmação de que Israel tem, de fato, ainda hoje, o direito dado por Deus de possuir a terra que Ele lhe prometeu tantas vezes e tão claramente. Assim, eles também negam que os crentes tenham o dever de apoiar Israel em sua luta. Qual a razão disso?
Acho que existem três explicações possíveis:
Lendo as Escrituras, muitos cristãos questionam a afirmação de que Israel tem, de fato, ainda hoje, o direito dado por Deus de possuir a terra que Ele lhe prometeu tantas vezes e tão claramente.


A primeira é pura e simples negligência. Um número espantoso de filhos de Deus sinceros e nascidos de novo, simplesmente não dá muita importância ao relacionamento atual entre Deus e o Seu povo escolhido. Na verdade, uma das decepções mais lamentáveis e impressionantes quando analisamos a história cristã é constatarmos a capacidade dos crentes do Novo Testamento de esquecer que, espiritualmente, estão sendo levados nos ombros do povo com quem Deus celebrou a aliança – Israel. Essa tendência de amnésia espiritual tornou-se menos expressiva no século passado, devido à grande obra que Deus realizou restaurando Israel à sua terra. Mas, mesmo assim, ainda existem muitos que, ao ponderarem a questão do direito dos judeus ao pequeno pedaço de terra que hoje possuem em parte, não param para considerar as promessas das Escrituras que dizem respeito a esse assunto.
A segunda explicação é “a teologia da substituição”. Ela ensina que “a Igreja tomou o lugar de Israel enquanto nação, como receptora das bênçãos de Deus”, dizendo que “a Igreja cumpriu os termos das alianças feitas com Israel, que os judeus rejeitaram”, e que, portanto, a nação judaica perdeu todo e qualquer direito que possuía com base nas promessas que Deus lhe fizera.[1] Embora este não seja o momento para discutir tal assunto, é suficiente dizer que a teologia da substituição começa onde deveria terminar, e termina onde nunca deveria ter chegado. Isto é, ela começa com o Novo Testamento, insistindo que o Antigo Testamento não tem significado algum, a não ser quando interpretado pelo Novo Testamento. Dizendo que Jesus e os apóstolos são a única fonte confiável da verdade, a teologia da substituição conclui que, se o Novo Testamento [supostamente] mostra que algo no Antigo Testamento não era o que Deus realmente queria dizer, teremos de aceitar que o Novo Testamento pode desmentir o que consta no Antigo Testamento. Por outro lado, a teologia da substituição termina insistindo que as promessas de Deus não são tão confiáveis como aparentam ser. Porém, é melhor deixar que a Bíblia fale por si mesma, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. É melhor reconhecer que Jesus, que é a verdade, não se referiu a Si mesmo como uma fonte de verdade mais segura que as Escrituras. Ele nunca teria ensinado nada contrário às afirmações claras das Escrituras hebraicas que tanto amava. É melhor lembrar que, qualquer que seja a parte das Escrituras que estivermos estudando, Deus espera que relacionemos tudo que Ele revelou no passado e que tratemos essa revelação anterior não como uma massa qualquer a ser moldada da forma que quisermos, mas como palavras do próprio Deus, que têm autoridade e são verdadeiras. As promessas de Deus são verdades eternas. Elas não podem ser adulteradas ou postas em dúvida por nada e por ninguém, muito menos pelas palavras posteriores do mesmo Deus imutável!
A “teologia da substituição” diz que “a Igreja cumpriu os termos das alianças feitas com Israel, que os judeus rejeitaram”, e que, portanto, a nação judaica perdeu todo e qualquer direito que possuía com base nas promessas que Deus lhe fizera.


Mas ainda há uma terceira explicação para o ceticismo de alguns cristãos quanto ao direito dos judeus sobre a terra que Deus lhes prometeu. Eles alegam que a nação de Israel foi posta de lado judicialmente, de forma temporária. Na verdade, Deus não rejeitou permanentemente o Seu povo (Rm 11.1), mas os ramos naturais foram quebrados e um dia eles serão enxertados novamente (Rm 11.19-24). Admitindo o fato de que, no futuro, a nação será restaurada em sua terra, alguns cristãos acreditam, mesmo assim, que o julgamento atual de Israel mostra que os judeus perderam temporariamente seus direitos sobre a terra. Portanto, os crentes não são obrigados a apoiar Israel em sua luta.
Entretanto, essa perspectiva é seriamente equivocada. Ela reconhece corretamente que, de alguma forma profunda, Deus deixou Israel de lado, e que hoje o povo judeu não goza do mesmo relacionamento da aliança que já teve com o Senhor. Além disso, essa posição vê o julgamento de Israel, corretamente, como apenas temporário e, portanto, compartilha da esperança de seu arrependimento nacional e da sua restauração. Ela ignora, contudo, o que a Palavra de Deus diz sobre o relacionamento entre Deus e os judeus durante este período em que Israel está temporariamente cego.
Como devemos compreender o relacionamento atual de Deus com Israel? Na minha opinião, o melhor lugar para se procurar ajuda a respeito desse assunto é o notável e agradável livro de Ester. De fato, sua história é tão encantadora que o foco teológico e histórico central acaba passando despercebido. Esse ponto central fala sobre o assunto de que estamos tratando.
Pense rapidamente sobre a história: Ester, uma jovem judia, foi participar de um concurso de beleza, o que era totalmente inadequado para quem estava proibida de se casar com alguém que não compartilhasse da mesma fé. Se ganhasse o concurso, ela se casaria com o rei e se tornaria rainha da Pérsia. Mordecai, seu primo mais velho e pai adotivo, era um funcionário da corte do rei e aconselhou Ester a manter sua identidade judaica em segredo, para que pudesse sobreviver, caso necessário, no mundo dos gentios. Afinal, essa tinha sido a estratégia do próprio Mordecai. Então, Hamã criou uma trama terrível para matar todos os judeus daquela terra. Quando Mordecai soube a respeito, repentinamente sua herança judaica tornou-se mais importante para ele e o levou a buscar fazer tudo que estivesse ao seu alcance para impedir tal atrocidade. Como Ester estava em uma posição estratégica, eles elaboraram juntos um plano para revelar ao desapercebido soberano a maldade que estava para acontecer no seu reino. O problema é que Ester não se encontrava bem preparada para o papel que teria de desempenhar, e o plano teria realmente fracassado se não fosse por uma série de coincidências absolutamente impressionantes. Por acaso, o rei não conseguiu dormir e mandou chamar seus servos para lerem o livro de registro das crônicas. Por acaso, eles leram um trecho que falava sobre uma ocasião em que Mordecai tinha salvado a vida do rei. Mais tarde, naquela noite, aconteceu que o rei, cujo coração já era favorável a Mordecai e Ester, ficou sabendo do plano maligno de Hamã e que Mordecai e Ester eram judeus. Enraivecido com a atitude de Hamã, o rei ordenou a sua execução. Por coincidência, ele foi enforcado na própria forca que havia mandado construir naquele dia [para matar o judeu Mordecai].
Ester diante de Assuero. Pintura de Nicolas Poussin.


Creio que o Senhor deseja que leiamos o livro de Ester como a representação do grande paradigma do Seu relacionamento com o povo da aliança – e do relacionamento dos judeus com Ele – durante os anos em que estiverem “deserdados” judicialmente da bênção completa dessa aliança. Considere os paralelos: no livro de Ester, os personagens principais são duas pessoas de origem judaica, que haviam abandonado seu relacionamento com Deus e estavam determinados a fazer o possível para ter sucesso no mundo gentio. Mas ainda havia um resquício de judaísmo neles, que se manifestou na determinação em não permitir que o povo judeu fosse destruído.
O paralelismo com a realidade do povo judeu nestes últimos dois mil anos não poderia ser mais exato. Seja por escolha própria ou por coação, os judeus tiveram de conquistar seu espaço em um mundo gentio hostil, e  conseguiram mostrar que são muito habilidosos neste aspecto. Durante séculos, uma das ameaças mais constantes para a sobrevivência do povo judeu se encontra dentro deles mesmos: o impulso de assimilação. Mas quando surgia uma ameaça externa, a assimilação era abandonada, o judaísmo era orgulhosamente reafirmado e todas as energias eram direcionadas para libertação do povo de qualquer destruidor.
Agora, voltemos ao livro de Ester. O que nos chama mais a atenção nesse livro? O nome de Deus nunca é mencionado. Isso não foi porque Ele não estava agindo; mas porque se ocultava de todos, menos dos que criam nEle. Na verdade, foi Yahweh que tirou o sono daquele monarca e que guiou as mãos dos servos enquanto desenrolavam os rolos dos registros das crônicas. Resumindo, foi Deus quem libertou os judeus de Hamã, tanto quanto foi Deus quem libertou os judeus de Faraó. No caso de Hamã, contudo, é necessário ter os olhos da fé para ver a mão do Todo-Poderoso em ação.
Apesar de desprezado e perseguido nestes últimos dois mil anos, Israel sobreviveu como um povo. Nos últimos cinqüenta anos, foi vitorioso em três memoráveis guerras e continua a sobreviver como nação.


Voltando para Israel nestes últimos dois mil anos: desprezado e perseguido, apesar disso sobreviveu como um povo. Nos últimos cinqüenta anos, foi vitorioso em três memoráveis guerras e continua a sobreviver como nação. Os não-crentes e céticos atribuem essas vitórias à coragem do povo e à pura sorte; os crentes reconhecem novamente a mão discreta mas poderosa de Deus, que prometeu preservar o Seu povo.
Agora, retornemos à questão inicial: os crentes devem apoiar Israel em sua luta pela terra? Creio que a mesma pergunta pode ser feita de uma forma um pouquinho diferente: se vivesse na corte persa há 2.500 anos atrás, você estaria do lado de Hamã ou do lado de Ester? (Douglas Bookman - Israel My Glory - http://www.beth-shalom.com.br).
A conexão Islêmico-Nazista
Em outubro de 1938, numa reação ao Pacto de Munique que Neville Chamberlain fizera com Adolf Hitler, Winston Churchill fez a seguinte advertência no Parlamento inglês:
Setembro de 1938: o primeiro-ministro da Inglaterra, Neville Chamberlain sendo recebido em Munique pelo ditador alemão, Adolf Hitler, para a assinatura do Pacto de Munique, o qual concordava com a exigência de Hitler de que a região dos montes Sudetos na República Tcheca fosse entregue à Alemanha.

Vocês precisam considerar o caráter do movimento nazista e o domínio que ele implica. Nunca poderá haver amizade entre a democracia britânica e o poder nazista, poder esse que despreza a ética cristã, que saúda com aplausos seu avanço conquistado por meio de um paganismo cruel, que se gaba do espírito de agressão e conquista, que da perseguição extrai força e prazer pervertido, bem como usa o ameaçador impulso assassino com impiedosa brutalidade. Tal poder nunca poderá ser um amigo confiável da democracia britânica.
Um ano depois, com a deflagração da Segunda Guerra Mundial, naturalmente ficou comprovada a advertência de Churchill de que o Pacto de Munique era “o começo da consideração do problema” com um inimigo implacável.
Em 2005, naquelas semanas que sucederam os ataques terroristas ocorridos em Londres, ouvimos, por várias vezes, a analogia entre aqueles atentados à bomba e o bombardeio nazista contra a Inglaterra durante a Segunda Guerra. A maioria dessas analogias mencionava a famosa resistência inglesa diante do terror e da carnificina. Algumas dessas comparações tinham relação com a decisão anunciada pela rainha Elizabeth e pelo primeiro-ministro Tony Blair de nunca se render às forças que estavam por trás daquelas bombas. De fato, na maioria dos casos, as analogias feitas entre as duas circunstâncias diziam respeito à reação dos ingleses aos ataques e não à natureza similar dos culpados daqueles atos.
Entretanto, a verdade é que assim como a resistência paciente dos ingleses relembra a mesma de 65 anos atrás, também há uma semelhança profunda e pedagógica entre os nazistas que atacaram outrora e os combatentes islâmico-fascistas que atacam hoje em dia. Mais importante ainda do que invocar a célebre “resistência paciente” dos ingleses, o cerne da questão é que, para lutar e vencer esta guerra atual, é necessário que se entenda e aceite as similaridades existentes entre os nazistas e os exércitos terroristas árabe-islâmicos.

A conexão islâmico-nazista de Munique

Em julho de 2005, o The Wall Street Journal publicou uma reportagem investigativa sobre o estabelecimento e o crescimento do Centro Islâmico em Munique. Conforme Stefan Meining, um historiador alemão, relatou ao jornal, “se você quer entender a estrutura do Islã político, precisa considerar aquilo que aconteceu em Munique”.
Winston Churchill.

De acordo com a reportagem, a mesquita de Munique foi fundada por muçulmanos nazistas que se estabeleceram na Alemanha Ocidental depois da guerra. Esses homens, que estavam entre os mais de 1 milhão de cidadãos das repúblicas soviéticas, unidos aos nazistas enquanto sob a ocupação alemã, foram transferidos para o Ocidente nos momentos finais da guerra, por ordem de seu comandante nazista, para protegê-los do avanço do Exército Vermelho.
A reportagem do jornal esclarece que o primeiro líder da mesquita era oriundo do Uzbequistão e se chamava Nurredin Nakibhidscha Namangani. Ele serviu na SS nazista como imame (i.e., líder espiritual muçulmano) e participou do extermínio do Gueto de Varsóvia, bem como da repressão à revolta judaica em 1943.
Segundo aquele artigo, Said Ramadan, o líder da Irmandade Muçulmana Egípcia, que estava exilado, participou da Conferência de 1958, organizada por Namangani e seus correligionários muçulmanos nazistas com o objetivo de angariar recursos financeiros para a construção da mesquita. Depois o artigo resume o momento subseqüente em que a Irmandade Muçulmana assume o controle daquela mesquita na década de 60 e de sua transformação, com o patrocínio financeiro saudita e sírio, numa conexão para a propagação da ideologia islâmico-fascista em sua convocação para a jihad (guerra santa) e para o domínio do mundo.

Os nazistas apoiaram os terroristas árabes

Mulheres muçulmanas numa manifestação em Islamabad (Paquistão). O cartaz diz: “Deus abençoe Hitler”.

A reportagem ignorou o fato de que não havia nenhuma razão específica, exceto talvez uma hostilidade enciumada por causa da intrusão, para que os nazistas tivessem qualquer problema com a Irmandade Muçulmana. Tal como o cientista político alemão Matthias Kuntzel registrou em seu livro intitulado Islamic anti-Semitism and its Nazi Roots (“O anti-semitismo islâmico e suas raízes nazistas”), a Irmandade Muçulmana que gerou a Fatah da Organização de Libertação da Palestina (OLP), bem como a Al Qaeda, o Hamas e a Jihad Islâmica egípcia, deve muito de seu sucesso ideológico e de suas raízes pseudofilosóficas ao nazismo.
Nos idos de 1930, o mufti [líder e intérprete oficial da lei islâmica – N.T.] de Jerusalém, Amin el-Husseini, cortejou exatamente os nazistas. Em 1936, quando iniciou sua guerra de terror contra os yishuv (“assentamentos”) judaicos na Palestina governada por mandato britânico, Amin el-Husseini, por várias vezes, solicitou apoio financeiro aos nazistas, patrocínio esse que começou a chegar em 1937.
De 1936 a 1939, as tropas terroristas de Husseini assassinaram 415 judeus. Anos mais tarde, Husseini comentou que se não fosse o dinheiro nazista, sua investida violenta contra os assentamentos judeus teria sido derrotada em 1937. O movimento que ele liderava estava impregnado de nazismo. Seus homens cumprimentavam-se com saudações nazistas e os membros de seu movimento jovem ostentavam os uniformes da juventude nazista.
Husseini tinha relações de parentesco com o novo movimento da Irmandade Muçulmana, fundado pelo sogro de Ramadan, Hassan al-Banna, na década de 20. O impacto que sua guerra terrorista causou no movimento foi profundo. De uma lista com 800 membros em 1936, as fileiras da Irmandade cresceram em número para 200 mil membros oficiais nos idos de 1938, apoiados, talvez, por um número igual de simpatizantes ativos.
Recrutas do Hizb’allah (Partido de Alá) prestam juramento. Observe o gesto semelhanteà saudação nazista.

Conforme Kuntzel demonstrou, a noção de uma violenta guerra santa ou jihad contra não-muçulmanos não fazia parte de nenhuma doutrina islâmica em vigor até a década de 30 e, segundo ele observou: “Sua cooperação para o advento de um novo anti-semitismo virulento está comprovada em termos bastante claros”. As gangues de Husseini que atuavam no Mandato Palestino foram efusivamente aplaudidas pela Irmandade Muçulmana no Egito, que mobilizou manifestações em massa portando slogans tais como: “Judeus, saiam do Egito e da Palestina” e “Morte aos judeus!”.
Para os nazistas, os judeus eram considerados a principal força que os impedia de atingir seu objetivo de dominar o mundo. Como Hitler expressou: “Vocês verão que precisaremos de pouco tempo para reorientar os conceitos e critérios do mundo inteiro pura e simplesmente pelo ataque ao judaísmo”. Em sua concepção, Hitler achava que, após destruir os judeus, o resto do mundo estaria a seus pés por causa dessa conquista. Ele declarou: “A luta pelo controle do mundo será travada exclusivamente entre alemães e judeus. O resto é fachada e ilusão”.
Husseini se tornou um efetivo agente nazista. Fomentou um golpe pró-nazista em Bagdá no ano de 1942 e fugiu em seguida para a Alemanha, onde passou o resto da guerra treinando uma tropa de jihadis composta de muçulmanos bósnios, exortando o mundo árabe a se levantar contra os Aliados, participando do Holocausto e planejando a construção de um campo de extermínio em Nablus, semelhante ao de Auschwitz, depois da [esperada] vitória alemã. Após a guerra, com ajuda francesa, ele conseguiu escapar para o Cairo, no Egito. Lá, Husseini foi recebido como herói de guerra.
Husseini se tornou um efetivo agente nazista. Fomentou um golpe pró-nazista em Bagdá no ano de 1942 e fugiu em seguida para a Alemanha, onde passou o resto da guerra treinando uma tropa de jihadis composta de muçulmanos bósnios, exortando o mundo árabe a se levantar contra os Aliados, participando do Holocausto e planejando a construção de um campo de extermínio em Nablus, semelhante ao de Auschwitz, depois da [esperada] vitória alemã. Na foto: o grão-mufti passa em revista tropas muçulmanas das SS.

A idéia obcecada de Hitler de que os judeus eram a fonte de todos os males do mundo, ficou tão enraizada nas mentes nacionalistas árabe e islâmica, que passou a ser uma segunda índole.
Em 2002 na Alemanha, durante o julgamento de Mounir al-Moutassadeq, acusado de colaborar com os seqüestradores dos aviões nos atentados de 11 de setembro, testemunhas fizeram uma descrição da visão de mundo de Muhammad Atta, o líder dos terroristas naquele atentado. Uma das testemunhas declarou:
A [visão de mundo] de Atta baseava-se num modo de pensar nacional-socialista. Ele se convencera de que “os judeus” estão determinados a conquistar o domínio do mundo. Ele considerava a cidade de Nova York como o centro da comunidade judaica do mundo todo, esta que, em sua concepção, era o Inimigo Número Um.

A mesma guerra continua

À luz da fartura de documentação histórica acerca das raízes nazistas do fascismo islâmico, é absolutamente evidente que a cooperação dos nazistas com a Irmandade Muçulmana na construção e desenvolvimento do Centro Islâmico de Munique foi tudo, menos coincidência ou fato isolado.
Também não é surpresa nenhuma que o chefe da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, cujo antecessor, Yasser Arafat, era um seguidor de Husseini, tenha feito sua dissertação de doutorado para negar o Holocausto e justificar o nazismo.
A realidade disso é que, à semelhança dos nazistas, é impossível separar a busca ideológico-militar islâmica pelo domínio mundial de seu anti-semitismo genocida. Como no caso dos nazistas, são dois lados da mesma moeda. E, tal como aconteceu desde o momento da ascensão dos nazistas ao poder em 1933 até o fim da Segunda Guerra Mundial, os ingleses e, em grau menor, todavia crescente, os americanos, se recusaram a admitir que a guerra contra os judeus e Israel era a mesma guerra travada contra eles.
Existem motivos para as tentativas de separar o inseparável. A descoberta de que os responsáveis pelos atentados à bomba em Londres pertenciam à mais distinta classe de imigrantes da Inglaterra é prova de que, hoje em dia, o inimigo é produzido em casa. Um exemplo disso é o daquele grupo organizado anglo-paquistanês, ligado à Al-Qaeda e ao Hamas, que praticou o atentado suicida no Mike’s Place, na cidade de Tel-Aviv, em abril de 2003 e de Omar Sheikh, o inglês de origem paquistanesa ligado à Al-Qaeda que seqüestrou e assassinou o repórter Daniel Pearl do Wall Street Journal numa execução ao estilo nazista em janeiro de 2002.
Não é surpresa nenhuma que o chefe da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, cujo antecessor, Yasser Arafat, era um seguidor de Husseini, tenha feito sua dissertação de doutorado para negar o Holocausto e justificar o nazismo.

Um dos desafios mais difíceis para uma sociedade democrática é enfrentar corajosamente a “quinta coluna”* que vive em seu meio. À parte disso, a grande verdade é que a economia global é movida a petróleo, o qual é controlado pelos mesmos poderes que se encontram na base da atual guerra contra Israel e a civilização ocidental.
É mais fácil engajar-se no partido dos que negam tais realidades do que lutar contra elas. Assim como os ingleses e franceses outrora responsabilizaram o empobrecimento e a humilhação [alemãs] resultantes do Tratado de Versalhes como a causa do anti-semitismo e espírito belicoso alemão na década de 30, atualmente os ingleses, à semelhança de seus aliados europeus e de grande parte da sociedade americana, consideram que as causas do anti-semitismo e das aspirações árabes e islâmicas de dominar o mundo são a pobreza, resultante da aparente humilhação de estarem nas mãos dos imperialistas ocidentais, bem como o estabelecimento do Estado de Israel e [as ações para garantir] sua contínua viabilidade.
O Estado de Israel tem o dever (negligenciado em grande parte pelas próprias autoridades israelenses no atual momento) de chamar a atenção do resto do mundo para essa realidade inconveniente. A responsabilidade e o dever de todos os que prezam a liberdade e o direito de viver sem medo é admitir tal realidade, apesar de sua inconveniência. Recusar-se a admiti-la não é uma mera questão de covardia. É a receita do suicídio. (Caroline Glick, www.carolineglick.com - extraído de Israel My Glory - http://www.beth-shalom.com.br)

quarta-feira, 21 de março de 2012

Depois do Calvário, o Sepulcro Vazio – Júbilo de Páscoa
“Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição” (Rm 6.5).

Através da morte de Jesus abriu-se a porta do céu para nós

Os três dias entre a Sexta-Feira da Paixão e a Páscoa, entre a morte e a ressurreição de Jesus, não são apenas os dias mais importantes da Sua vida, mas também os mais importantes para toda a humanidade. Se esses dois acontecimentos não tivessem ocorrido, seríamos as criaturas mais miseráveis do mundo. Não teremos vida eterna no céu a não ser que entreguemos nossas vidas a Jesus durante nossa existência terrena. Que permuta abençoada! Você está disposto a entregar ao Senhor sua vida pecaminosa? Em troca Ele lhe dará Sua vida eterna! De outro modo, Jesus não precisaria ter suportado a crucificação por nós. Prezado leitor, tenha consciência disto: a morte e a ressureição de Jesus têm conseqüências pessoais para seu futuro eterno. Pense no caminho de salvação pelo qual Deus conduziu Israel no passado, e que teve cumprimento em Seu Filho Jesus. Avalie as implicações para sua vida e tome uma decisão!

A festa judaica de pessach é uma festa memorial da noite anterior à libertação do cativeiro e da escravidão no Egito, que duraram 430 anos. Na foto, o prato tradicional da seder (ceia pascal).


Nosso modelo: o procedimento de Deus com Israel

Israel comemora na páscoa (pessach) o que nós lembramos na Sexta-Feira da Paixão. Mas, infelizmente, Israel ainda não entende a Páscoa. A festa judaica de pessach é uma festa memorial da noite anterior à libertação do cativeiro e da escravidão no Egito, que duraram 430 anos. Deus havia ordenado ao povo da Sua aliança que passasse o sangue de um cordeiro nas ombreiras e vergas das portas de suas casas, para poupar da morte os primogênitos dos hebreus, levando-os à libertação do jugo egípcio. Com esse sangue Israel foi protegido do juízo de Deus sobre o Egito e salvo para partir em liberdade. Isso teve grande significado profético, pois assim Deus anunciou nossa salvação a ser realizada no Calvário.
Deus ordenou ao povo da Sua aliança que mantivesse viva a lembrança dessa libertação maravilhosa e comemorasse anualmente a festa da páscoa como recordação. Essa maravilhosa história é contada no livro do Êxodo. Também Jesus sempre comemorava a festa da páscoa. Da última vez, Ele a comemorou consciente de Sua morte iminente, quando Ele próprio seria o Cordeiro Pascal, conforme a vontade de Seu Pai.
Assim como a salvação de Israel aconteceu por meio de um sacrifício de sangue, é necessário o sangue de Jesus para nossa salvação eterna. Deus disse ao povo da Sua aliança: “Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida” (Lv 17.11). Hebreus 9.22 confirma: “...sem derramamento de sangue, não há remissão”. Precisamos ter em mente: o perdão dos nossos pecados sempre depende do sangue expiatório inocente. Essa é a eterna e imutável lei de Deus!
Por essa razão, na Antiga Aliança foram derramados rios de sangue de animais, conforme as leis dos sacrifícios. Esse sangue cobria o pecado, mas não podia eliminá-lo. Incontáveis animais inocentes morreram pelas pessoas. Que coisa desagradável, brutal e macabra! Mas para Deus o pecado é ainda mais repugnante, brutal e macabro! E naturalmente a morte de animais inocentes tinha de acontecer por imolação. Quando se conta essa história às crianças, inevitavelmente elas dizem que os animais inocentes não tinham culpa e sentem pena deles. Certo! Mas justamente esse é o significado do sacrifício. Trata-se de bem mais que um simples ritual, porque somente sangue inocente pode produzir expiação. Jesus estava disposto a oferecer Sua vida singular, inocente e santa em sacrifício no altar. Por você e por mim! Só por esse caminho foi possível realizar a expiação pelos seus e pelos meus pecados. Isto não existe em nenhuma outra religião: plena libertação do fardo do pecado. A Epístola aos Hebreus explica a respeito de Jesus: “Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção” (Hb 9.12).

A ceia pascal (seder) durante a época do segundo templo (desenho do “Instituto do Templo”, Jerusalém).

A morte de Jesus não é algo vago

Em outras palavras: a morte de Jesus não deve deixar indiferentes, neutros ou apáticos nem aos judeus nem aos gentios, nem a você nem a mim. Pois, em primeiro lugar, a morte de Jesus está diretamente relacionada com nosso pecado e, em segundo lugar, todos nós teremos de comparecer diante dEle e prestar contas de nossos atos e das nossas omissões.
“Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte...” Você já meditou a respeito do Calvário, também chamado de Monte da Caveira, onde Jesus expirou com as palavras “Está consumado!”? É algo profundo e emocionante lembrar desse lugar tão significativo! Mas meditar e chorar pelo fato histórico da morte brutal de Jesus não é nada mais que uma emoção passageira, se você não estiver completamente identificado com Jesus, caso você não se tenha tornado um com Cristo em Sua terrível morte. Isso vale para todos nós, independentemente do lugar em que vivemos. A Bíblia Viva diz em Romanos 6.5: “Vocês são agora uma parte dEle, e assim é que morreram com Ele, por assim dizer, quando Ele morreu, e agora participam da sua vida nova, e ressuscitarão como Ele ressuscitou.” Para você (e naturalmente também para mim) isso significa, falando de maneira bem simples: é preciso tornar-se um com Cristo em Sua morte. O que quer dizer isso? É preciso ser crucificado? Não! Alguém já fez isso por você! O apóstolo Paulo diz: “sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Rm 6.6), e: “Estou crucificado com Cristo” (Gl 2.19).
Quem recebeu de Jesus o perdão de seus pecados e uma nova vida, tem a imperiosa necessidade de agradecer ao seu Salvador e, mais ainda, de ficar íntima e eternamente em comunhão com Ele. Essa é a característica de uma conversão verdadeira. Uma pessoa renascida reconhece pelas Sagradas Escrituras que tem a possibilidade e a obrigação de entregar sua vida na morte de Jesus. Por exemplo, quando um crente é batizado e submerso nas águas, isso significa simbolicamente para ele: “Estou sendo batizado na morte de Jesus no sepulcro das águas. Entrego à morte minha natureza adâmica pecaminosa. Separo-me de minha velha vida de pecados e vou levantar na certeza da ressurreição. Sepultado com Cristo, ressurreto com Cristo!” Isso é salvação! Isso é certeza de salvação! “Quem crer e for batizado será salvo” (Mc 16.16). Porém, o batismo em si não tem poder de salvar e também não nos torna “melhores”, pois a fé em Jesus Cristo é a condição para a salvação. “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Rm 6.4). A morte de Jesus, portanto, não deve continuar sendo indiferente para nós, ela não deve nos deixar apáticos, mas precisa manifestar-se em nós de maneira salvadora pela entrega consciente de nossa vida ao Salvador.

“...certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição”

Desviemos nosso olhar do Calvário para o sepulcro. Ele está aberto, a pedra se foi. Pode-se entrar. Nem o cadáver nem os ossos foram jamais encontrados ali dentro, pois o sepulcro estava vazio. “Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia” (Mt 28.5-6). Mais tarde Ele apareceu a Seus discípulos temerosos, sem censurá-los por não terem sido fiéis até o fim. Ele colocou-Se em seu meio saudando: “Shalom! Paz!”
Jesus, que esteve antes dependurado na cruz, rompeu as correntes da morte e saiu do sepulcro como herói ressurreto. Que enorme poder foi manifestado ali! Jamais, no Universo inteiro, havia entrado em ação uma energia tão grande, milhões de vezes superior a qualquer energia atômica. A morte, o último inimigo, foi vencida por Jesus! Todos os descendentes de Adão estavam sujeitos a ela, que fazia da terra um cemitério. Muitos ignoram a morte, lançando-se em prazeres, agitação e euforia. Outros lutam desesperadamente contra a morte, mas ela prende a todos em sua maldição. Quaisquer tratamentos de rejuvenescimento, toda a revolta contra a morte, qualquer resistência, são inúteis: a morte alcança a todos com implacável certeza: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12). “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto o juízo” (Hb 9.27). Jamais conseguiremos avaliar a profundidade dos sofrimentos da morte de Jesus. Nunca poderemos entender a gravidade da ira de Deus sobre o pecado, a gravidade do juízo que Jesus tomou sobre Si. Esse foi o preço que Ele pagou pela vitória da ressurreição: “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade” (Hb 5.7). A Bíblia Viva diz: “Ainda mais, enquanto estava aqui na terra, Cristo suplicou a Deus, orando com lágrimas e agonia de alma ao único que O salvaria da morte (prematura). E Deus ouviu as orações dEle por causa do seu intenso desejo de obedecer a Deus em todos os momentos.” O profeta Isaías já profetizou 700 anos antes: “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.4-5).

Quando um crente é batizado e submerso nas águas, isso significa simbolicamente para ele: “Estou sendo batizado na morte de Jesus no sepulcro das águas. Entrego à morte minha natureza adâmica pecaminosa. Separo-me de minha velha vida de pecados e vou levantar na certeza da ressurreição. Na foto: batismos no rio Jordão.

Como foi grande o Seu amor por nós, fazendo-O tomar o amargo cálice do sofrimento até a última gota! Só isso levou ao triunfo: “vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem” (Hb 2.9). Ele fez isso por você e por mim! Será possível que um amor tão grande deixe você indiferente?
Desde o Calvário, todos os filhos de Deus são incluídos no triunfo da ressurreição de nosso Salvador Jesus Cristo: “...o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho” (2 Tm 1.10). Quem nasceu de Deus é participante da ressureição e da vida eterna na glória: “Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte, eternamente” (Jo 8.51). Um ser humano jamais poderia afirmar algo assim a respeito de si mesmo. Mas essas são palavras ditas na autoridade suprema e com o poder dAquele que venceu a morte.
Agora a morte não consegue mais reter nenhum filho de Deus. Aqueles que são propriedade de Jesus, que têm fé no Senhor, não verão a morte nem o inferno quando falecerem. Nem o purgatório ou algum “fogo purificador” são mencionados em qualquer parte da Palavra de Deus. Caso existisse essa possibilidade após a morte, Jesus nos teria informado a respeito. Mesmo ao malfeitor na cruz o Senhor disse: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). Se morrermos na fé em Jesus Cristo, estaremos com o Senhor e ficaremos eternamente com Ele. Se não morrermos no Senhor, então as orações também não nos levarão ao céu, pois entre o céu e o inferno existe um abismo intransponível. Encontramos a confirmação desse fato na história do rico e de Lázaro no Evangelho de Lucas, capítulo 16.

Júbilo de Páscoa


Quaisquer tratamentos de rejuvenescimento, toda a revolta contra a morte, qualquer resistência, são inúteis: a morte alcança a todos com implacável certeza: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12).

Paulo, o apóstolo judeu, estava seguro em sua esperança eterna ao dizer: “Estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor” (2 Co 5.8). Então, se você é propriedade de Jesus, alegre-se, pois vale para você aquilo que Jesus falou a Seus discípulos: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar” (Jo 14.1-2). Portanto, não se assuste, prezado filho de Deus, e não tenha medo do sepulcro! Se viveu no Senhor, você também vai morrer no Senhor, e ressuscitará quando a trombeta soar. Então também o seu sepulcro estará vazio! Quem foi crucificado com Cristo também ressuscitará com Ele: “Pois se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Ts 4.14-16). Esse é o nosso júbilo de Páscoa! O que você ainda tiver de sofrer – sofra-o com Jesus! O Vencedor da morte o conduzirá em Sua vitória para muito além do sepulcro, até a grandiosa glória do céu!

Ressurreição e renascimento de Israel

Em Israel, em Jerusalém, aconteceu o maior erro judiciário de todos os tempos. Um judeu absolutamente inocente, Rei e Messias de Israel, Filho de Deus, foi executado como criminoso. Israel, como povo, até aos dias de hoje ainda está cego e morto em seus pecados, por ter rejeitado o Messias. Preocupa-nos que Israel não conheça a Páscoa, com exceção dos judeus que crêem no Messias. Mas no fim dos dias, quando Israel clamar por ajuda em meio à sua maior aflição, quando Zacarias 12-14 estiverem cumpridos, e quando tiver sido tirado o véu de seus olhos, eles verão Aquele a quem traspassaram – vão reconhecê-lO e aceitá-lO. Esse será o renascimento e a conversão de Israel. Então Israel passará a ser um testemunho confiável e uma bênção para o mundo todo – e nós entoaremos juntamente com eles o júbilo de Páscoa: Jesus vive, e com Ele eu também vivo! (Burkhard Vetsch - http://www.beth-shalom.com.br/)

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