WebRádio Nova Esperança

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domingo, 26 de maio de 2013

Os Grandes Reinos do Mundo

É uma experiência fantástica! Todos os presentes ficam em pé à medida que a melodia triunfante do “Coro de Aleluia” invade o auditório:
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
Pois o Senhor onipotente reina...
O reino deste mundo
Se tornou o reino do Senhor e do Seu Cristo...
E Ele reinará para sempre...
Rei dos reis! E Grande Senhor!
Aleluia!
O clímax do Messias de Georg Friedrich Händel, extraído do último livro da Bíblia, descreve o evento mais significativo nas profecias: a revelação de Jesus Cristo. O apóstolo João escreveu as palavras, e elas ampliam uma profecia do Livro de Daniel, o qual apresenta o esboço da progressão da história humana, que culmina no mesmo glorioso evento.
No ano 605 a.C., Nabucodonosor invadiu Jerusalém. Tendo recebido a notícia que seu pai, Nabopolasar, havia morrido, ele voltou à Babilônia para assumir o trono, levando consigo utensílios saqueados do Templo e também um seleto grupo de jovens judeus cativos. Daniel estava entre eles. Esta foi a primeira deportação. A última terminou em 586 a.C., com a destruição de Jerusalém e do Templo que o rei Salomão havia construído.
Na Babilônia, Daniel serviu a Deus com toda a dedicação. Ele demonstrava uma sabedoria tamanha que conquistou um lugar de proeminência que durou o tempo do reinado de vários reis, prolongando-se além da época do Império Babilônico. Não nos surpreende que Deus tenha confiado a ele a sinopse da história do mundo, uma vez que ele era “muito amado por Deus” (Dn 9.23; Dn 10.11,19).
Logo depois de chegar à Babilônia, Daniel interpretou o sonho problemático de Nabucodonosor a respeito de uma grande imagem com a cabeça de ouro, peito e braços de prata, abdômen e coxas de bronze, pernas de ferro e pés de ferro e de barro (Dn 2.21-35). Enquanto o rei a observava, uma pedra esmagou os pés da imagem, fazendo aquele colosso se despedaçar no chão.
Daniel explicou que a cabeça de ouro representava a Babilônia. Depois se seguiram três impérios gentílicos sucessivamente inferiores, que finalmente foram transformados em pó e espalhados pelo vento.

Os Três Primeiros Animais

Aproximadamente 50 anos mais tarde, Daniel teve um sonho que se assemelhava ao sonho de Nabucodonosor. De dentro de um mar turbulento e agitado emergiram quatro animais correspondendo aos quatro reinos do sonho de Nabucodonosor. Os dois sonhos enfatizam os mesmos impérios mundiais. Vistos de uma perspectiva humana, escreveu o estudioso da Bíblia John Walvoord, parecem “gloriosos e impositivos”; mas, do ponto de vista divino, as características dominantes são “a imoralidade, a brutalidade e a depravação”.[1]

Leão

O primeiro animal era como um leão, tinha asas de águia, e é quase que universalmente reconhecido como a Babilônia (Dn 7.4; cf. Jr 49.19-22). Enquanto Daniel olhava, as asas foram arrancadas, limitando seu potencial para futuras conquistas (Dn 7.4).[2] Ele foi“levantado da terra e posto em dois pés, como homem; e lhe foi dada mente de homem” (v.4).Muitos crêem que isso se refere ao tempo em que Deus julgou Nabucodonosor por seu orgulho, fazendo-o ficar como um animal durante sete anos. Ele emergiu com uma nova atitude diante de Deus (Dn 4.36).

Urso

Movendo-se com dificuldade pela praia atrás do leão com asas, estava uma criatura“semelhante a um urso, o qual se levantou sobre um de seus lados; na boca, entre os dentes, trazia três costelas” (Dn 7.5). O urso lento e desajeitado com um apetite voraz representa acuradamente o Império Medo-Persa. Grande e poderoso, ele conquistava através da “força dos números, por meio de uma capacidade elástica de absorver as causalidades”.[3] O urso levantado sobre um de seus lados parece indicar a crescente dominação da Pérsia, que finalmente absorveu os medos.[4]
As costelas entre os dentes do urso representam três reinos que ele devorou; são provavelmente o reino da Lídia, que caiu sob o poder de Ciro em 546 a.C.; o Império Caldeu anexado em 539 a.C.; e o Império Egípcio dominado sob o poder de Cambises em 525 a.C.[5] Ao urso foi dito: “Levanta-te, devora muita carne” (Dn 7.5).
Em outra das visões de Daniel, o império é retratado como um carneiro com um chifre mais alto do que o outro, que “dava marradas para o ocidente, e para o norte e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir” (Dn 8.4).

Leopardo

A próxima criatura que surgiu da arrebentação era “semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio” (Dn 7.6). A velocidade do leopardo, acelerada por quatro asas, caracterizava com precisão os exércitos da Grécia comandados por Alexandre o Grande, que conquistou o mundo em aproximadamente uma década. A história mostra que logo após sua morte, em 323 a.C., o Império Grego foi dividido em quatro partes, entre Antípater (que foi sucedido por Cassandro), Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu.[6]
Na visão subseqüente, o Império Grego é representado por um bode com um grande chifre que é quebrado e substituído por quatro chifres notáveis (Dn 8.5,8,21). Depois, de um dos quatro chifres, surgiu um pequeno chifre, historicamente personificado por Antíoco IV, que governou a Síria de 175 a 164 a.C. (v.9). Buscando helenizar Israel, ele baniu o judaísmo, sacrificou um porco no altar do Templo, e erigiu uma estátua de Zeus nos átrios do templo. Essa estátua tinha a aparência do próprio Antíoco. O Templo foi mais tarde retomado e novamente dedicado a Deus, como Daniel profetizou (v.14).

A Besta Terrível

O último animal que emergiu do mar era “terrível, espantoso, e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; ... e tinha dez chifres” (Dn 7.7). Sem possuir nenhum equivalente no mundo animal, esse monstro simboliza “um poder mundial singularmente voraz, cruel e também vingativo”.[7]
Segundo Walvoord: “O Império Romano foi sem escrúpulos e implacável na destruição de civilizações e povos, matando cativos aos milhares ou vendendo-os como escravos às centenas de milhares”.[8]
Nada na história até hoje equivale à descrição: “Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino” (v.24). Como os artelhos no sonho de Nabucodonosor, os dez chifres indicam uma futura coalizão de governadores que existirão contemporaneamente.
Enquanto Daniel olhava, ele viu “que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com insolência” (v.8). Não devendo ser confundido com o “pequeno chifre” associado ao Império Grego, o chifre de Daniel 7.8 emerge depois de haver deposto três governadores e representa o ditador mundial final (cf. Dn 7.24-25; Dn 11.36-45; 2 Ts 2.3-8; Ap 13.1-8).[9] Sob sua liderança, o Império Romano ressurge refletindo seu caráter enganoso, blasfemo e implacável.
Exigindo que o mundo o adore e destruindo todos os que se recusam a se sujeitar, esse líder mundial final é o Anticristo. Ele concentrará sua hostilidade contra o povo judeu, resultando em “grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (Mt 24.21).
Uma moeda de bronze, cunhada após a destruição de Jerusalém ocorrida em 70 d.C. Na frente/cara vê-se um retrato do imperador romano Vespasiano; no verso/coroa, vê-se a inscrição latina “Judea Capta”, que significa “A Judéia está vencida”.
Alarmado, Daniel ficou olhando até que viu“que o animal foi morto, e o seu corpo desfeito e entregue para ser queimado” (Dn 7.11), fazendo um paralelo com a revelação do apóstolo João na qual “a besta foi aprisionada (...) [e ela, juntamente com o falso profeta,] foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre” (Ap 19.20).
O Anticristo será o primeiro habitante do Lago de Fogo, e sua destruição põe fim à dominação gentílica do mundo.
O Messias, representado pela pedra que “foi cortada sem auxílio de mãos” no sonho de Nabucodonosor, então estabelecerá Seu reino, como descrito por Daniel: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído” (Dn 7.13-14).
Naquele momento, “o reino do mundo [se tornará] de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11.15). Aleluia! (Charles E. McCracken - Israel My Glory - http://www.chamada.com.br)

Notas:

  1. John Walvoord, Daniel: The Key to Prophetic Revelation [A Chave Para a Revelação Profética] (Chicago: Moody Press, 1971), 151.
  2. Albert Barnes, Notes on the Old Testament [Notas Sobre o Antigo Testamento], “Daniel” (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1980), 47.
  3. Will Durant, Our Oriental Heritage [Nossa Herança Oriental] (New York: Simon and Shuster, 1954), 360.
  4. Walvoord, 156.
  5. Frank E. Gabelein, Ed., Expositors Bible Commentary [Comentário Bíblico de Expositores] (Grand Rapids: Zondervan, 1985), 7:86.
  6. Ibid.
  7. H. C. Leupold, citado em Walvoord, 161.
  8. Ibid.
  9. H. A. Ironside, Lectures on Daniel the Prophet [Palestras Sobre Daniel o Profeta] (Neptune, NJ: Loizeaux Brothers, 1982), 133.
Preterismo e Zacarias 12 -14
Há algum tempo ministrei um curso sobre Escatologia (profecia bíblica) no Chafer Theological Seminary (Seminário Teológico Chafer, na cidade de Orange, California/EUA). Como o preterista* Ken Gentry mora perto do Seminário Chafer, eu o convidei a vir para falar à classe. Apesar do Seminário Chafer ser uma escola dispensacionalista, achei que seria saudável expor os alunos a uma posição oposta aos nossos pontos de vista, através da visita do Dr. Gentry. O Dr. Gentry foi bastante cortês em vir e nos dar uma apresentação de sua visão preterista do livro de Apocalipse.

Levantando a questão

Durante um tempo de perguntas, indaguei-lhe sobre a relação entre Zacarias 12-14 e o preterismo. Primeiro lhe perguntei se, como preterista, ele acreditava que Zacarias 12-14 era uma passagem paralela ao “Sermão Profético” de Jesus (Mt 24-25; Mc 13; Lc 21.5-36). Ele disse que concordava. Observei, então,  que Zacarias fala de “todos os povos” (Zc 12.2), “contra ela, (Jerusalém) se ajuntarão todas as nações da terra” (Zc 12.3), e “eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém” (Zc 14.2). Argumentei que esses versículos não pareciam estar falando dos romanos em 70 d.C. Mais adiante, Zacarias continua dizendo: “Naquele dia o Senhor protegerá os habitantes de Jerusalém” (Zc 12.8) e: “Então sairá o Senhor e pelejará contra as nações, como pelejou no dia da batalha” (Zc 14.3). Concluí que tudo isso não se encaixa com o que aconteceu a Jerusalém em 70 d.C., quando os romanos conquistaram Israel. Finalmente, a passagem diz que o Senhor salvará Israel naquele dia (Zc 14.3), ao passo que, em 70 d.C., o Senhor julgou Israel como está escrito em Lucas 21.20-24. Perguntei ao Dr. Gentry: “Como os preteristas podem dizer que Zacarias fala de 70 d.C. se, nessa passagem, o Senhor está salvando o Seu povo?”

Posição preterista

É importante lembrar que o Dr. Gentry é um dos mais importantes preteristas do planeta. Sua resposta, em resumo, foi dizer que a Igreja havia substituído Israel. Isso é parecido com o que o falecido David Chilton disse em seu comentário preterista sobre o Apocalipse:
Outra passagem paralela a essa é Zacarias 12, que retrata Jerusalém como um cálice de tontear para todos os povos (Zc 12.2; cf. Ap 14.8-9), um braseiro ardente que consumirá os pagãos (Zc 12.6; Ap 15.2). A ironia é que no Apocalipse, como temos visto repetidamente, o próprio Israel do primeiro século tomou o lugar das nações pagãs nas profecias, sendo consumido no braseiro ardente – o Lago de Fogo – enquanto a Igreja, tendo passado pelo holocausto, herda a salvação.[1]
“Naquele dia o Senhor protegerá os habitantes de Jerusalém” (Zc 12.8).

Interpretando o texto

Falei ao Dr. Gentry que sua resposta não passava de “divagação teológica”. Ele havia chegado a uma mera conclusão teológica sobre o assunto, mas tinha falhado em dar uma interpretação textual. Perguntei-lhe objetivamente: “O senhor pode dar uma interpretação textual dessa passagem em Zacarias?” Ele respondeu: “Não”.
Os preteristas não conseguem dar uma interpretação textual de Zacarias 12-14 porque acreditam que a passagem se refere ao julgamento de Deus sobre Israel através dos romanos em 70 d.C. – o que é seu primeiro erro. Greg Beale diz: “Zacarias 12 não profetiza o julgamento de Israel e, sim, a sua redenção”.[2] Zacarias 12-14 fala claramente de um tempo quando Israel será salvo pelo Senhor de um ataque de “todas as nações da terra”, não somente dos romanos – e esse é o segundo erro. Nesse contexto, evidentemente, “Israel” tem de ser uma referência a Israel (e não à Igreja). Como essa é a verdade, o evento de Zacarias 12-14 ainda não aconteceu na História. Isso significa que se trata de um evento futuro. O Dr. Beale faz um comentário sobre Daniel que se aplica também a Zacarias:
O ônus da prova recai sobre os preteristas, para que forneçam um raciocínio exegético, tanto no que diz respeito a trocarem uma nação pagã por Israel como objeto principal do julgamento final de Daniel, como por limitarem o julgamento final principalmente a Israel e não o aplicarem universalmente.[3]

A posição textual (futurista, bíblica)

Tanto os preteristas quanto os futuristas (como eu) acreditam que em Lucas 21.20-24 Jesus profetizou a destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. Usando Lucas 21.20-24 como base, observe os contrastes entre essa passagem e Zacarias 12-14, conforme observado por Randall Price:

Contrastes entre Lucas 21.20-24 e Zacarias 12-14

Lucas 21.20-24:
  • Cumprimento passado: “levados cativos para todas as nações” (Lc 21.24).
  • Dia da devastação de Jerusalém (Lc 21.20).
  • Dia de vingança contra Jerusalém (Lc 21.22).
  • Dia de ira contra o povo judeu (Lc 21.23).
  • Jerusalém pisada por gentios (Lc 21.24).
  • Tempo de domínio dos gentios sobre Jerusalém (Lc 21.24).
  • Grande aflição na terra (Lc 21.23).
  • Israel cairá a fio da espada (Lc 21.24).
  • Jerusalém destruída (70 d.C.) “para se cumprir [no futuro] tudo o que está escrito” [em relação ao povo judeu] (Lc 21.22).
  • A desolação de Jerusalém tem um limite de tempo: “até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21.24). Isso significa que haverá um tempo de restauração para Jerusalém.
  • O Messias virá com poder e grande glória para ser visto pelo povo judeu somente depois “destas coisas” – os eventos de Lucas 21.25-28 – que são posteriores [futuros] aos acontecimentos de Lucas 21.20-24.
Zacarias 12-14:
  • Cumprimento escatológico – “naquele dia” (Zc 12.3,4,6,8,11; 13.1-12; 14.1,4,6-9).
  • Dia de livramento para Jerusalém (Zc 12.7-8).
  • Dia de vitória para Jerusalém (Zc 12.4-6).
  • Dia de ira contra as nações gentias (Zc 12.9; 14.3,12).
  • Jerusalém transformada por Deus (Zc 14.4-10).
  • Tempo de submissão dos gentios em Jerusalém (Zc 14.16-19).
  • Grande libertação para a terra (Zc 13.2).
  • As nações trarão suas riquezas para Jerusalém (Zc 14.14).
  • Jerusalém salva e redimida, para que tudo que está escrito [em relação ao povo judeu] possa se cumprir (Zc 13.1-9; Rm 11.25-27).
  • O ataque a Jerusalém é a ocasião para a destruição final dos inimigos de Israel, encerrando, assim, “o tempo dos gentios” (Zc 14.2-3,11).
  • O Messias virá em grande poder e glória durante os eventos da batalha (Zc 14.4-5).[4]
Em razão das diferenças apontadas entre as passagens, é impossível harmonizar Zacarias 12-14 com eventos que já aconteceram. Trata-se de uma tentativa que agride a lógica. Mas algumas das maiores sumidades do preterismo continuam insistindo nesse absurdo.
Alto-relevo no Arco de Tito que mostra os romanos conduzindo os utensílios
do templo em triunfo (70 d.C.).

Israel e as nações

O preterista Gary DeMar recentemente tentou uma interpretação de Zacarias 14.[5] Como era de se esperar, ele disse que Zacarias 14 “descreve eventos que antecedem a devastação e, inclusive, a própria destruição de Jerusalém em 70 d.C.”[6] DeMar não consegue mostrar a destruição de Jerusalém no texto de Zacarias. Ele interpretou a passagem de uma forma que eu chamaria de abordagem temática. Ele “pulou” e “dançou” em torno da passagem, desnudando-a do seu contexto. Pior ainda, ele a reembalou num falso contexto. Analisando apenas Zacarias 14, DeMar falha em oferecer qualquer evidência de que Deus está submetendo Israel ao juízo, como é claramente perceptível em Lucas 21.20-24. Na verdade, Deus está julgando as nações, pois o texto diz: “Procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém” (Zc 12.9), e: “Eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém... sairá o Senhor e pelejará contra essas nações” (Zc 14.2-3). Ao contrário do que diz DeMar, Deus está defendendo (Zc 12.8) e salvando (Zc 14.3) Israel dessas nações. Exatamente como em Mateus 24, em nenhum lugar o texto fala do Senhor vindo em julgamento contra o Seu povo. Tanto Zacarias quanto Mateus estão falando da salvação de Israel (Mt 24.31), e é por isso que o cumprimento das profecias de ambas as passagens será no futuro.

Conclusão

A única maneira que os preteristas encontram para lidar com Zacarias 12-14 é não considerar as palavras e frases no seu contexto literário, mas simplesmente declarar – como fizeram Chilton e Gentry – que a Igreja substituiu Israel. O texto das Escrituras deve ser a base sobre a qual desenvolvemos a sã teologia. Ao invés disso, os preteristas impõem suas crenças teológicas falsas sobre a Palavra infalível de Deus. Walt Kaiser é muito feliz ao fazer o seguinte comentário sobre o texto de Zacarias:
Em nenhum outro capítulo da Bíblia a interpretação de “Israel” é mais importante do que em Zacarias 14. Dizer que “Israel” significa a “Igreja”, como muitos têm feito, levaria a uma grande confusão nesse capítulo e no final do capítulo 13. Por exemplo, Zacarias 13.8-9 afirma que dois terços de toda a terra (Israel) morrerão, mas poucos se arriscam a dizer que dois terços da Igreja sofrerão um massacre no dia final. É muito claro que “Israel” se refere à unidade geopolítica atualmente conhecida como o Estado de Israel.[7]
A Palavra de Deus exorta Sua Igreja a viver na expectativa de um futuro seguro e na certeza da vitória. Mantendo essa perspectiva, os crentes podem viver confiantes no presente por causa do futuro. O passado é igualmente importante. No entanto, uma falsa visão do passado roubará do crente, no presente, a esperança de que precisamos para viver corajosamente para o nosso Senhor. Maranata! (Thomas Ice - http://www.beth-shalom.com.br)

Notas:

  1. David Chilton, The Days of Vengeance: An Exposition of the Book of Revelation (Fort Worth: Dominion Press, 1987), pp. 385-86.
  2. G.K. Beale, The Book of Revelation: A Commentary on the Greek Text (Grand Rapids: Eerdmans, 1999), p. 26.
  3. Beale, Revelation, p. 45.
  4. Randall Price, Charting the Future (San Marcos, Tex.: gráficos com publicação privada), n.p.
  5. Gary DeMar, Last Days Madness: Obsession of the Modern Church (Atlanta, American Vision: 4th edition, 1999), pp. 437-43.
  6. DeMar, Madness, p. 437
  7. Walter C. Kaiser, The Communicator’s Commentary: Micah-Malachi (Dallas: Word, 1992), p. 417.
* Os preteristas ensinam que a maior parte, ou até mesmo todas as profecias já se cumpriram. Eles dizem que as principais porções proféticas das Escrituras (como o Sermão Profético e o livro de Apocalipse) se cumpriram nos eventos relacionados à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d. C.
Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-Trib Research Center (Centro de Pesquisas Pré-Tribulacionistas) e professor de Teologia na Liberty University. Ele é Th.M. pelo Seminário Teológico de Dallas e Ph.D. pelo Seminário Teológico Tyndale. Editor da Bíblia de Estudo Profética e autor de aproximadamente 30 livros, Thomas Ice é também um renomado conferencista. Ele e sua esposa Janice vivem com os três filhos em Lynchburg, Virginia (EUA).

sábado, 25 de maio de 2013

Uma planta do deserto como representação de Israel
“Planta sionista” foi como os pesquisadores chamaram uma variedade de dente-de-leão recentemente descoberta no deserto israelense. Sua estrutura celular se assemelha à estrela de Davi. Seu nome científico é “ranunculus asiaticus”.
Uma reportagem dizia dessa flor peculiar:
Ela é conhecida como especialista na arte da sobrevivência e cresce de forma selvagem em Israel, num clima que mataria muitas outras plantas. Estamos falando do dente-de-leão persa. Ao examinar o “ranúnculo asiático” sob o microscópio, uma surpresa esperava pelos pesquisadores do Instituto Volcani de Israel: sua estrutura celular tinha o formato da estrela de Davi.
O ranunculus asiaticus.
“É realmente simbólico”, declarou a Dra. Rina Kamenetsky, que se defrontou com a curiosa formação celular ao pesquisar os mecanismos de sobrevivência dessa flor incomum. Essa espécie vegetal da Terra Santa também é conhecida nos meios botânicos como “planta da ressurreição”, que sobrevive sem água e “desperta” quando volta a chover, diz Kamenetsky.
As paredes das células reservatórias servem de escudo protetor. Por ocasião das primeiras chuvas no inverno, as membranas celulares bloqueiam o repentino excesso de água, que poderia romper as células, mas permitem que elas absorvam o suficiente para que estas não ressequem. Essa “armadura” é semelhante a uma estrela de Davi, que em hebraico se chama “escudo de Davi” (Magen David).
“Até hoje não vimos uma estrutura assim em outras membranas celulares vegetais”, comentou Kamenetsky. “Ela é muito rara – talvez única”.

Israel em clima inóspito

Sem dúvida, essa planta é uma ilustração maravilhosa da resistência de Israel! Os judeus viveram e vivem em um clima hostil. Durante a Diáspora (Dispersão), em perseguições, sofrendo desprezo e rejeição, e mesmo depois de sua volta à própria terra, eles sempre estiveram cercados de inimigos, de ódio e guerras. Assim como a “planta da ressurreição”, os judeus também demonstraram ser mestres na arte da sobrevivência. Foram privados das fontes de água, excluídos de agremiações, organizações e corporações, expulsos de cidades e Estados, expropriados de seus bens, mas sobreviveram e floresceram.

Israel é indestrutível

Onde qualquer outra planta morreria, o “taraxaco”, como essa flor também é conhecida, sobrevive e floresce. Podemos mais uma vez compará-la com Israel. Qualquer outra nação que estivesse dispersa durante quase dois mil anos por todos os continentes e exposta a um clima tão adverso não teria sobrevivido nem conservado seu idioma, sua cultura e sua identidade nacional. Mas o povo de Israel é diferente – ele sobreviveu, ele vive e viverá. Israel é um milagre! Nações vieram e se foram, tiveram um grande nome e depois desapareceram – muitas vezes em poucos séculos. O povo judeu sobreviveu a todas elas. Em Deuteronômio 14.2 está escrito: “Porque sois povo santo ao Senhor, vosso Deus, e o Senhor vos escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe serdes seu povo próprio.”

A prosperidade do povo de Israel

Assim como essa flor é conhecida nos meios acadêmicos como uma espécie de “planta da ressurreição”, Israel tornou-se conhecido entre os povos como “povo da ressurreição”. Durante séculos os judeus estiveram nos “sepulcros” das nações (veja Ez 37). Eles tinham se tornado um povo ressequido, a ponto de serem comparados a ossos sequíssimos (veja Ez 37.1-4), mas quando voltaram à sua terra, na região do Rio Jordão e do Lago de Genesaré, começaram a desabrochar. Israel “ressuscitou”, pois voltou a ter vida, superou as adversidades e fez a terra frutificar. Fisicamente Israel já reviveu, mas espiritualmente ainda não. Cumpriu-se o que está escrito em Amós 9.14-15: “Mudarei a sorte do meu povo de Israel; reedificarão as cidades assoladas e nelas habitarão, plantarão vinhas e beberão o seu vinho, farão pomares e lhes comerão o fruto. Plantá-los-ei na sua terra, e, dessa terra que lhes dei, já não serão arrancados, diz o Senhor, teu Deus”.
O núcleo de cada floco de neve é
enfeitado com a estrela de Davi.

Israel é único

Os cientistas afirmaram acerca da “flor da ressurreição”: “Nunca encontramos semelhante estrutura em membranas celulares de outras plantas... Essa é uma estrutura muito rara – talvez única”.
Essa descrição não poderia ser mais adequada ao povo de Israel, que realmente é singular. A passagem de Isaías 66.8 proclama que Israel é especial:“Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa semelhante? Pode, acaso, nascer uma terra num só dia? Ou nasce uma nação de uma só vez? Pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à luz seus filhos”.

Israel sob o microscópio

Assim como os pesquisadores descobriram o segredo do dente-de-leão apenas através do microscópio, nós também precisamos olhar pelo “microscópio” da profecia bíblica para entender o milagre que é Israel. Se observarmos Israel a olho nu, esse milagre permanecerá oculto. Somente através da Palavra de Deus a maravilha que é Israel se desvendará diante de nossos olhos, e somente pela Bíblia podemos avaliar corretamente o povo judeu. Essa será uma grande surpresa para o mundo, que costuma ver Israel apenas com olhos humanos. Deus não arranca aquilo que plantou e não permitirá que a semente de Israel pereça: “Assim diz o Senhor: Se a minha aliança com o dia e com a noite não permanecer, e eu não mantiver as leis fixas dos céus e da terra, também rejeitarei a descendência de Jacó e de Davi, meu servo, de modo que não tome da sua descendência quem domine sobre a descendência de Abraão, Isaque e Jacó; porque lhes restaurarei a sorte e deles me apiedarei” (Jr 33.25-26).

O Deus de Israel

Israel é um povo único e singular porque um Deus único e singular é fiel às Suas promessas. As pessoas já teriam quebrado suas promessas há muito tempo, mas a Bíblia diz: “...que deus há, nos céus ou na terra, que possa fazer segundo as tuas obras, segundo os teus poderosos feitos?” (Dt 3.24). Ela também afirma: “Que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que o invocamos?” (Dt 4.7).

O escudo de Davi

O segredo da sobrevivência do “ranunculus asiaticus” é o “escudo de Davi”, que circunda e protege suas células. O segredo da sobrevivência de Israel é o Davi celestial, o Messias de Israel, Jesus Cristo. O salmista diz que Ele é “o Senhor, nosso auxílio e escudo” (Sl 33.20). E, por Seu amor, Israel não perecerá. A realidade desse amor de Deus por Seu povo não poderia ser descrita mais adequadamente do que através das palavras do profeta Oséias: “Serei para Israel como orvalho, ele florescerá como o lírio e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano. Estender-se-ão os seus ramos, o seu esplendor será como o da oliveira, e sua fragrância, como a do Líbano. Os que se assentam de novo à sua sombra voltarão; serão vivificados como o cereal e florescerão como a vide; a sua fama será como a do vinho do Líbano. Ó Efraim, que tenho eu com os ídolos? Eu te ouvirei e cuidarei de ti; sou como o cipreste verde; de mim procede o teu fruto” (Os 14.5-8).

A estrela de Davi

O escudo protetor das células dessa planta tem o formato da estrela de Davi. Isso deve ser um consolo para todos os amigos de Israel que usam uma estrela de Davi em solidariedade a Israel e como identificação com seu Messias, Jesus. A estrela de Davi não tem origem ocultista. Ela já aparece na criação, e o próprio Deus a formou, colocando-a em uma flor e enfeitando o núcleo de cada floco de neve. Mesmo que muitos usem esse símbolo para fins ocultos, isso não deve nos perturbar. Para nós a estrela de Davi é mais uma referência à fidelidade de Deus para com Seu povo Israel. Quando Balaão pretendia amaldiçoar o povo judeu, mas pela vontade de Deus foi obrigado a abençoá-lo, profetizou: “Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro que ferirá as têmporas de Moabe e destruirá todos os filhos de Sete” (Nm 24.17).
Devemos confiar plenamente nas promessas de Deus, pois está escrito: “Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel” (Hb 10.23).(Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
Era uma vez um homem nos Estados Unidos que morava às margens de uma rodovia e ganhava seu sustento vendendo cachorros-quentes na beira da estrada. Sua audição já não era muito boa, por isso ele nunca ouvia rádio. Sua visão já não era muito boa, por isso ele nunca lia jornais.
Mas bons eram os cachorros-quentes que ele vendia, e ele colocou placas na estrada para anunciar isso ao mundo. Ele sempre ficava na beira da estrada e gritava: "Quem quer cachorro-quente? Olha o cachorro quente!" E cada vez mais pessoas compravam seus lanches ali.
Ele aumentou suas encomendas de pão e salsicha. Comprou um forno maior para acompanhar o aumento do negócio. No fim, ele precisou de um ajudante e tirou seu filho do colégio para ajudá-lo.
Aí aconteceu o seguinte:
O filho falou: "Pai, você não ouve rádio? Você nunca lê jornal? Temos uma enorme recessão. A situação na Europa está horrível. E a nossa situação na América é pior ainda. Tudo está virado num caos."
Ao que o pai respondeu: "Meu filho foi ao colégio. Ele ouve rádio e lê jornal. Ele deve saber das coisas."
Aí ele reduziu suas encomendas de pão e salsicha, recolheu os cartazes de propaganda e poupou o esforço de se colocar ao lado da estrada anunciando seus cachorros-quentes.
E de um dia para o outro seu negócio quebrou.
"Você tem razão, meu filho", falou o pai. "Nós realmente nos encontramos em uma grande recessão" (P.-D. 1/1997)
Essa "fábula moderna" pode ser transportada muito bem para os nossos dias. Aqui vemos um homem que empenhou todas as suas forças para vender cachorros-quentes. Ele era dinâmico, tinha boas idéias e perseverança. E também não temeu um certo risco para expandir seu negócio.
A Igreja de Jesus não tem uma incumbência profana como vender cachorros-quentes, mas de passar adiante o pão da vida através do Evangelho. E para isso são necessários filhos de Deus que empenhem toda a sua vida, que tenham uma fé corajosa, que sejam criativos e não tenham receio de avançar pela fé enfrentando novos desafios.
Mas com muita facilidade – como na nossa história – os cristãos se deixam influenciar pelos acontecimentos negativos que acontecem no mundo. O som da "Boa Nova" é superado pela avalanche de más notícias que correm o mundo, e muitos filhos de Deus lhes dão crédito. Ouve-se dizer: "O Evangelho está ultrapassado. – Os tempos mudaram. – O dinheiro está escasso. Por isso não podemos começar com novos projetos. – A recessão está por tudo, e o mundo ficou tão mau que o Evangelho não interessa mais às pessoas." Muitos desanimam diante dos sinais dos tempos e só esperam por um juízo. Por se deixarem influenciar pelo mundo, deixam de aproveitar o tempo oportuno. Reduzem suas encomendas de boa literatura cristã. Retiram das ruas os cartazes que anunciam o pão da vida. Já há muito tempo deixaram de ir para as "ruas e becos da cidade" anunciando o Evangelho. Mesmo que não se fale sobre o assunto em voz alta, as atividades, que não são mais atos de fé, falam uma clara linguagem. Tudo está reduzido à edificação própria e contenta-se com o mínimo. E aí os resultados são "segundo a nossa fé", ou melhor, segundo a nossa falta de fé. De uma hora para outra "o negócio vai à falência". Será que temos o nome de que vivemos, mas na verdade estamos mortos (Ap 3.1)?
Em relação ao período compreendido entre a Ascenção de Jesus e a Sua volta, o Senhor fez a séria admoestação: "Então disse: Certo homem nobre partiu para uma terra distante, com o fim de tomar posse de um reino, e voltar. Chamou dez servos seus, confiou-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu volte" (Lc 19.12-13). Querido irmão, querida irmã: não devemos parar de anunciar o Evangelho ao mundo! Nem as tendências da época nem o espírito do tempo em que vivemos ou qualquer opinião negativa devem nos impedir de tomarmos posse de mais e mais terreno para a maravilhosa obra de Jesus! Bem pelo contrário, devemos empenhar todos os esforços para fazer aquilo que Ele nos ordena com tanta insistência: "Negociai até que eu volte." Para a cristandade, todo o tempo é tempo de semear a Palavra de Deus e de ir em frente pela fé. O apóstolo Paulo podia dizer: "desde Jerusalém e circunvizinhanças, até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo" (Rm 15.19b). Nós, cristãos, não esperamos pela recessão, mas pelo Todo-Poderoso e Sua Palavra: "Muito mais do que isso pode dar-te o Senhor"(2 Cr 25.9b). Não devemos pensar que "não vale a pena", mas vamos nos firmar em promessas bíblicas, assim como Paulo, que escreveu as palavras que tanto fortalecem nossa fé: "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão"(1 Co 15.58). Não esperamos pelo fim do mundo; esperamos pela volta do Senhor Jesus Cristo (1 Co 1.7-8). Também não esperamos por um juízo sobre o mundo, muito pelo contrário, esperamos por Aquele que pelo alto preço de Seu sangue derramado resgatou Sua Igreja (1 Pe 1.18-19), para colocá-la diante de Si gloriosa, sem mácula nem ruga (Ef 5.27). Nós esperamos por Aquele que em breve virá para buscar a Sua Igreja.
Por isso não devemos desanimar em pregar o Evangelho e não devemos fazê-lo de maneira tímida e reservada, mas com todos os recursos de que dispomos. E é por isso que continuamos a dizer uns aos outros e ao mundo: "Maranata! O Senhor vem!" (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)

quinta-feira, 23 de maio de 2013


Em busca do homem forte
- Arno Froese -
Necessitamos urgentemente de lideranças políticas mais fortes
O cenário é Davos, na Suíça, um local de esportes de inverno e de repouso dos super-ricos em meio à neve. Nas ruas se vêem grandes Mercedes com vidros fumê, mulheres elegantes em casacos de visom e soldados do exército suíço. Os últimos porém, até onde pude constatar, não usam punhais decorativos, mas metralhadoras de verdade. Um ambiente estranho para a política? Não, pois se existe algo como um governo mundial, uma elite global, então ela se encontra aqui, onde uma vez por ano os pesadelos de adeptos das teorias de uma conspiração mundial se tornam realidade: o Fórum Econômico Mundial, organizado por um patriarca suíço chamado Klaus Schwab, reúne um seleto grupo de políticos, de Al Gore a Nelson Mandela, de Gordon Brown a Yasser Arafat; megaempreendedores como Bill Gates e centenas de "Mestres do Universo" que comandam grandes bancos, empresas de computadores e fábricas de equipamentos. Juntamente com dezenas de autores, economistas, cientistas e representantes governamentais, realiza-se uma troca livre de idéias sobre a situação do mundo. Estabelecem-se contatos, novas preocupações são discutidas, negócios privados são fechados. Mas o que há de novo nisso?
Saí desse encontro bastante abalado: é possível que tempos ruins estejam se aproximando. A economia americana ainda continua crescendo de maneira excepcional, e esse desenvolvimento impede uma recessão mundial. Mas os Estados Unidos gastaram as suas economias. Bancos americanos concederam empréstimos inquietantemente altos a países com economias quebradas, e o déficit da balança comercial dos americanos com o resto do mundo chega a 300 bilhões de dólares – ele é tão alto como nunca foi antes. Especialistas do governo americano temem por um retorno das antigas barreiras comerciais. Por isso, cabe aos sistemas econômicos da Europa a responsabilidade de proporcionar um crescimento contínuo, protegendo o resto do mundo de uma derrocada econômica. Mas isso realmente ocorrerá? Temo que o novo Banco Central da Europa, diferentemente do Banco da Inglaterra, adote medidas duras demais contra a inflação. Justamente agora que o mundo precisa de um rápido crescimento da União Européia, este será mais lento.
Mas tanto para o nosso bem-estar geral como também para a nossa segurança, necessitamos urgentemente de lideranças políticas mais fortes. Necessitamos delas na Europa, para que sejam adotadas as medidas políticas corretas para um maior crescimento. (The Express)
Aqui nem se faz a tentativa de encobrir a verdade. O mundo, e especialmente a Europa, necessita de maior firmeza das lideranças políticas, ou melhor, precisa-se de uma personalidade política forte no comando. De acordo com nosso entendimento sobre o desenrolar dos acontecimentos na Europa e no mundo, essa personalidade de pulso firme já está sendo preparada. Trata-se do anticristo, sobre o qual lemos em Apocalipse 13.1-4: "Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia. A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão. E deu-lhe o dragão (Satanás) o seu poder, o seu trono e grande autoridade. Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta; e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?" É possível que seja mais tarde do que imaginamos! (Arno Froese)
Arno Froese É o Diretor-Executivo da Obra Missionária Chamada da Meia-Noite nos Estados Unidos. Realiza várias conferências anualmente nos EUA e edita as revistas “Chamada da Meia-Noite” e “Notícias de Israel” em língua inglesa. Arno Froese é autor dos livros: “A Misteriosa Babilônia de Saddam”, “Rumo ao Sétimo Milênio”, “O Arrebatamento” (em língua inglesa) e “Como a Democracia Elegerá o Anticristo” (disponível em

Unidade no Espírito

João 16.13-14 fala do Espírito da verdade. Há nessa passagem alguma referência à unidade espiritual dos crentes?
No sermão de despedida de nosso Senhor encontramos em João 14.18 uma declaração muito comovente, em que Ele comunica a Seus discípulos: “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós outros”.
O Senhor Jesus fala de três coisas:
  1. De Sua morte próxima (indiretamente).
  2. Sobre Sua ressurreição; Ele vol­tará.
  3. Sobre o envio do Espírito Santo, por meio de quem Ele estaria para sempre com Seus discípulos.
É tocante ver o Senhor preocupando-se com Seus discípulos e encorajando-os, ao descrever a grande bênção do envio do Espírito Santo, o Consolador: “Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (Jo 16.7). Nos versículos 8-15 o Senhor fala ainda mais sobre o Espírito Santo. Os versículos 13-14 merecem ser analisados da perspectiva de “unidade promovida pelo Espírito”: “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (Jo 16.13-14). É claro que esse texto não fala diretamente de unidade. Ele fala do ministério especial e da ação do Espírito Santo que tem, sim, muito a ver com unidade espiritual.

União que vem de baixo

Hoje já existe uma “união”, não produzida pelo Espírito. É uma “unidade promovida por espíritos”, que vem de baixo. Essa chamada unidade segue sobre dois trilhos: por um lado, é a globalização política mundial e, por outro, a união religiosa, conhecida há muitos anos como “movimento ecumênico”. As terríveis maquinações, justamente por essa globalização religiosa, são bem conhecidas. A globalização política se propõe a formar a união secular; o ecumenismo, a união “cristã”. Mas os dois movimentos se originam da mesma fonte: vêm de baixo e são obra do grande inimigo de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Globalização política significa a soma de esforços do mundo inteiro, que cria cada vez mais instâncias impelindo o mundo à sua unificação. E o ecumenismo nada mais é do que uma aliança religiosa mundial que pretende ser uma “plataforma comum” a cristãos de todas as variantes. Mas filhos de Deus que são fiéis à Bíblia sabem que tanto uma como a outra iniciativa de união global acabará por servir a apenas um senhor, que será o Anticristo. É ele que um dia dominará o mundo todo. Ele ainda não chegou. O homem forte ainda não está entre nós, mas sua rede fatal já está sendo diligentemente tecida há anos – tanto em seu formato religioso quanto na sua configuração política. Afinal, tudo deve estar preparado quando ele vier a público.
O homem forte ainda não está entre nós, mas sua rede fatal já está sendo diligentemente tecida há anos – tanto em seu formato religioso quanto na sua configuração política.
No livro de Provérbios encontramos uma declaração interessante justamente sobre união e soma de forças. O texto fala de pessoas que tentam prender outros a si e a seus planos, dizendo: “acharemos toda sorte de bens preciosos; encheremos de despojos a nossa casa; lança a tua sorte entre nós; teremos uma só bolsa” (Pv 1.13-14). Na Bíblia Viva lemos: “Conseguiremos riquezas de toda espécie e ficaremos ricos de verdade! Venha fazer parte de nosso bando; tudo que ganharmos será dividido igualmente” (Pv 1.13-14). Percebe-se nitidamente a busca de união, que culmina na declaração: “tudo que ganharmos será dividido igualmente”. É justamente aí que a Bíblia nos alerta com veemência a não tomarmos parte nesse tipo de fraternidade: “Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; guarda das suas veredas os teus pés; porque os seus pés correm para o mal e se apressam a derramar sangue” (Pv 1.15-16). Essas palavras certamente representam uma advertência muito enfática a nos mantermos afastados da união tão buscada atualmente – tanto política como religiosa. Os esforços por unificação política não nos afetam realmente, mas tanto mais os esforços na área religiosa-espiritual. Esses impulsos ruinosos já existem há décadas com suas tentativas de infiltração na Igreja de Jesus. Queridos amigos, diante desse desenvolvimento funesto precisamos marcar presença e nos posicionar firmemente contra essa falsa doutrina.

Unidade bíblica

Primeiramente, precisa ficar estabelecido que a Bíblia nunca, jamais, fala de paz e união a qualquer preço. É fatal fazer tudo, estar disposto às maiores concessões, pagar qualquer preço – apenas para que haja uma união duvidosa. Na Bíblia não encontramos união a qualquer preço, mas encontramos Cristo a qualquer preço! União verdadeira é uma Pessoa: Jesus Cristo.
Por mais simples que pareça, é fato que a Igreja de Jesus tem, na Pessoa de seu Senhor e Salvador Jesus Cristo, todos os pré-requisitos para ser uma unidade genuína. A unidade real está personificada em Jesus. Mas não só isso: ela está fundamentada na comunhão com o Pai e o Filho. Basta pensar na oração sacerdotal, onde nosso Senhor fez declarações tão grandiosas como: “eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim” (Jo 17.23). Ou pensemos em Colossenses 3.3, onde Paulo escreve: “porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus”.
Oculta juntamente com Cristo, em Deus.” Essas palavras descrevem expressivamente o fundamento da unidade cristã! É essa unidade que nos mantém juntos e ligados. Pois todos nós, que somos filhos de Deus, podemos testemunhar juntamente com Paulo: “...já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Se Jesus personifica a união, então tem imenso significado o fato de Ele viver em nós. Fundamentalmente, Ele habita em cada crente. Mas, apesar disso, Jesus pode estar fora da porta de muitos corações de filhos de Deus. Em Apocalipse 3.20 o Senhor teve de dizer à igreja cristã de Laodicéia: “Eis que estou à porta e bato”. Naquela época, a igreja havia se contaminado pelo pecado. Por isso, Jesus não se encontrava mais em seu meio, mas fora da porta.
Se nos contaminarmos por um pecado qualquer e não o levarmos imediatamente à cruz para recebermos perdão, nossa comunhão com o Salvador fica interrompida. Quando isso está acontecendo, obviamente é um despropósito falar de unidade e união. Portanto, a cada novo dia, esteja preocupado em poder exclamar juntamente com Paulo: “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim!” (Gl 2.20).
Isto é unidade verdadeira: Cristo em mim! Cristo está em mim e em todos os meus irmãos – isso é unidade vivida na prática. Que atmosfera de força e de alegria pode existir dentro da Igreja de Jesus se os filhos de Deus se preocuparem em estar, de fato, cheios de Cristo e plenos do Seu poder! Pois nEle temos recebido, todos nós, a base real para formarmos uma unidade.
Essa morada interior do Único Salvador em todos os crentes tem uma conseqüência grandiosa, descrita em Colossenses 3.9-10: “...vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou”. Portanto, a unidade na Igreja é possível porque cada um que vem se juntar a ela revestiu-se do caráter de Cristo, revestiu-se de Jesus. Cristo vive nele e também em cada um dos outros. Todos nós fomos renovados segundo a imagem de nosso Salvador. O maravilhoso nesse processo é que, com base nessa unidade, um dia será possível o arrebatamento da Igreja plenamente unida!

Unidade promovida pelo Espírito

Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (Jo 16.13-14). Esse texto obviamente nos diz muitas coisas, mas acima de tudo fala da unidade espiritual. A habitação do Espírito Santo em todos os filhos de Deus corporifica a unidade da Igreja de Jesus. O que acontece na prática quando Jesus habita em mim pelo Espírito Santo? Nada mais e nada menos do que aquilo que o Senhor disse acerca do Seu Espírito Santo:“Ele me glorificará” (Jo 16.14).
“...da mão do meu Pai ninguém pode arrebatar” (Jo 10.19).
Unidade promovida pelo Espírito é realmente a obra do Espírito Santo nos filhos de Deus. Para que essa unidade – a sobrepujante vida do Salvador – possa desabrochar plenamente em mim, faz-se necessário o ministério do Espírito Santo. Ele quer glorificar a Cristo em nós em toda a plenitude. Exemplos disso são fornecidos pelo apóstolo Paulo na Carta aos Romanos: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). “E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo” (Rm 15.13). Coisas como justiça, paz, alegria, esperança nos são dadas exclusivamente em Jesus Cristo, como explica o apóstolo Pedro: em Jesus “...nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua glória e virtude” (2 Pe 1.3). Paulo também proclama a boa-nova: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Rm 8.32).
Como é que todas essas virtudes e bênçãos adquirem vida prática? Pelo poder do Espírito Santo. É o que diz João 16.13-14, que já citamos. É o Espírito Santo que deseja proclamar e engrandecer a vitória de Jesus no nosso dia-a-dia. Ele quer transformar em experiência real a vida superabundante que há em Cristo. O Espírito Santo quer tornar efetivo em nossa existência tudo o que tem a ver com Jesus. Nosso Senhor resume a maravilhosa ação do Espírito Santo em poucas palavras: “Ele me glorificará” (Jo 16.14).
Em João 16.13 nosso Senhor diz acerca do Espírito Santo: “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade”. A verdade em pessoa é o próprio Jesus Cristo (Jo 14.6). Portanto, se o Senhor Jesus fala a respeito da verdade dizendo que é o Espírito Santo que nos conduzirá a toda ela, então está em primeiro plano o próprio Salvador. A declaração em si já prova a unidade espiritual entre Jesus e Seu Espírito. O Espírito Santo conduz a toda a verdade, que é Jesus.
João 16.13-14 continua falando do ministério do Espírito Santo: “...não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”. Esse texto também enfatiza a unidade espiritual. Pois o Espírito Santo fala apenas aquilo que diz respeito diretamente ao Senhor Jesus. O Espírito Santo não fala de coisas novas, Ele não traz novos ensinamentos. Somente fala do que tem relação com o Salvador. Você reconhece a clareza da mensagem? Você percebe o testemunho imponente do que significa unidade no Espírito? É ministério do Espírito Santo transformar em vida abundante em nós tudo aquilo que recebemos de Jesus e por meio de Jesus. E isso nada mais é do que unidade espiritual.

Unidos, mas nem sempre da mesma opinião

Será que unidade espiritual significa necessariamente a inexistência de opiniões diferentes? Não, pois todos nós sabemos que existem assuntos em que os cristãos têm o direito de ter opiniões diferentes. Mas onde Cristo realmente é o centro da comunhão, onde Ele de fato tem todo o direito de habitar e agir, coisas secundárias deixam de ser motivo de desavença. Onde Jesus ocupa o Seu devido lugar, os crentes se concentram no que é essencial. Isso não quer dizer que somente eu tenho a verdadeira visão das coisas e que todos os outros precisam pensar como eu. Significa que eu me empenho com todos os meios de que disponho para que meu próximo, que talvez tenha outra opinião acerca de algum assunto menos importante, veja o Senhor em mim, e eu O veja nele. Isso nos fará estender as mãos fraternalmente apesar das diferenças. E ambos não olharemos mais para o que nos separa, mas para o que nos une.
Para muitos, unidade espiritual significa que todos precisam pensar como eles pensam. Mas é justamente isso que cria tantos conflitos e brigas. Unidade espiritual significa que Cristo cresça mais e mais em mim, pelo Espírito Santo. E quanto mais isso for acontecendo, mais estarei em condições de viver conforme 2 Coríntios 5.16: “Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne...” Na prática, significa que deixo de julgar meu próximo com base nas minhas próprias convicções e passo a avaliá-lo conforme nosso comum Senhor. Quanta paz, quanto amor e compreensão poderiam advir entre cristãos fiéis à Bíblia se todos adotassem essa postura! Quantas querelas inúteis seriam evitadas ou nem chegariam a surgir!
No Livro de Eclesiastes encontramos uma passagem muito peculiar: “Quem é como o sábio? E quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz reluzir o seu rosto, e muda-se a dureza da sua face” (Ec 8.1). Aqui vemos a Cristo, pois conforme 1 Coríntios 1.30, Ele se tornou sabedoria para nós. Nosso Salvador está apto a iluminar de tal forma o semblante de alguém que até suas feições são transformadas. Seu coração será repleto de amor fraternal. Se o Senhor Jesus consegue habitar cada cantinho da nossa vida e estar presente em cada situação por que passamos, então seremos capazes de amar, independentemente de tudo. Sem dúvida precisamos nos submeter à ordem de Filipenses 2.3, onde Paulo escreve: “...por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo”. Sejamos francos: não é nosso orgulho que muitas vezes nos impede de estender a mão a nosso irmão ou irmã quando não nos entendemos? Como cristãos renascidos, deveríamos tentar enxergar as coisas que nos unem, não as que nos dividem! Obviamente precisamos ser cautelosos. Às vezes, o caminho entre diferença de opinião e falsa doutrina é bem curto. Por isso, deveríamos examinar atentamente se está em jogo alguma bagatela sem relevância, algo que é secundário, ou se estamos discutindo uma falsa doutrina.

O Consolador

“A sabedoria do homem faz reluzir o seu rosto, e muda-se a dureza da sua face” (Ec 8.1).
No Evangelho de João, por quatro vezes o Senhor Jesus fala do Espírito Santo como Consolador (Jo 14.16,26; Jo 15.26; Jo 16.7).
Para o Senhor Jesus era muito importante não deixar os discípulos órfãos. Ele tomou providências para que nada lhes faltasse depois de Sua despedida. Ele não os abandonou à própia sorte. O Consolador lembrá-los-ia de Suas palavras. Por duas vezes o Senhor fala de forma marcante sobre esse anseio: “mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14.26). “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim” (Jo 15.26).Essa preocupação de Jesus é compreensível, uma vez que na ascensão uma nuvem O encobriu diante dos olhos dos discípulos, e então Ele desapareceu definitivamente (At 1.9). Pouco tempo depois, os discípulos foram expostos a uma tempestade impetuosa: não demorou muito, e Pedro e João já se encontravam como se fossem criminosos diante do Sinédrio em Jerusalém. E esse foi apenas o começo. Os discípulos de Jesus foram muitas vezes antagonizados e perseguidos implacavelmente. Nesse contexto conseguimos entender como era maravilhoso o presente que o Senhor deu a Seus discípulos.
O Senhor Jesus não apenas lhes enviou o Consolador, mas também confiou a Ele a tarefa especial de lembrá-los sempre de Suas palavras. Isso pode e deve nos alegrar e animar. Hoje sentimos mais do que nunca a resistência e oposição do inimigo, fazendo-nos perceber nossos limites. As provações dentro de nós tornaram-se enormes, às vezes assustadoras. Mas isso não deve nos apavorar. Pois quanto mais proclamamos a unidade em Cristo, mais o inimigo ficará motivado a nos atacar. Justamente nessa circunstância é válido o legado que o Senhor deixou a Seus discípulos.
Em nossos dias, o Espírito Santo continua nos lembrando do Senhor Jesus e nos recordando as Suas palavras. Ele almeja nos conduzir pessoalmente a toda a verdade (Jo 16.13). Ele deseja glorificar o Senhor em nós, para podermos resistir ao inimigo.
Quando um filho de Deus insiste e permanece em algum pecado, infelizmente a ação do Espírito Santo é reduzida a um mínimo. Isso não quer dizer que o Espírito Santo abandona os filhos de Deus – uma vez que Ele habita permanentemente nos cristãos renascidos. Mas Ele se retrai quando existem pecados não perdoados. Paulo fala sobre isso em Efésios 4.30 e 1 Tessalonicenses 5.19: “...não entristeçais o Espírito Santo”; “Não apagueis o Espírito”.
Portanto, tiremos imediatamente do caminho toda e qualquer diferença ou divergência com nossos irmãos. Só assim o Espírito Santo poderá efetuar Sua maravilhosa obra em nós. Ele nos lembrará de Jesus, que disse, por exemplo: “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do meu Pai ninguém pode arrebatar” (Jo 10.28-29). Eterna certeza de salvação – uma âncora segura que nos firma na eternidade. O que mais um filho de Deus poderia desejar? (Marcel Malgo - http://www.chamada.com.br)

terça-feira, 21 de maio de 2013


Auto-Estima Para Cristãos?

Crianças e adultos precisam realmente de auto-estima? A baixa auto-estima conduz a sérios problemas na vida? Os pais deveriam se esforçar para desenvolver a auto-estima em seus filhos? A Bíblia incentiva a auto-estima? Muitos cristãos têm suposições sobre este assunto; mas, o que diz a Bíblia? O que dizem as pesquisas?

A gênese da auto-estima

O movimento da auto-estima tem seus fundamentos mais recentes na psicologia clínica, isto é, nas teorias da personalidade elaboradas por Wiliam James, Alfred Adler, Erich Fromm, Abraham Maslow e Carl Rogers, cujos seguidores popularizaram o movimento. Contudo, as raízes do movimento da auto-estima retrocedem aos primórdios da história humana.
Tudo começou no terceiro capítulo de Gênesis. Inicialmente, Adão e Eva tinham consciência de Deus, consciência um do outro, das coisas à sua volta e não de si próprios. A percepção de si mesmos era incidental e secundária na sua focalização em Deus e um no outro. Adão compreendia que Eva era osso dos seus ossos e carne de sua carne (comp. Gn 2.23), mas não estava consciente de si do mesmo modo que seus descendentes seriam. O ego não era problema até a queda.
Comer da árvore do conhecimento do bem e do mal não trouxe a sabedoria divina. Resultou, sim, em culpa, medo e na separação de Deus. Assim, quando Adão e Eva ouviram que Deus se aproximava, esconderam-se entre as árvores. Mas Deus os viu e perguntou: "Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?" (Gn 3.11).

O ego pecaminoso

Adão e Eva responderam dando-nos o primeiro exemplo de autojustificação. Primeiro Adão culpou Eva e Deus, e então Eva culpou a serpente. O fruto do conhecimento do bem e do mal gerou o ego pecaminoso representado pelo amor-próprio, auto-estima, auto-aceitação, autojustificação, hipocrisia, auto-realização, autodifamação, autopiedade, e outras formas de autofocalização e egocentrismo.
Desse modo, o atual movimento da auto-etc. tem suas raízes no pecado de Adão e Eva. Através dos séculos, a humanidade continua a se deleitar na árvore do conhecimento do bem e do mal, que tem disseminado seus ramos do saber mundano, incluindo as vãs filosofias humanas e, mais recentemente, as filosofias "científicas" e a metafísica da psicologia moderna.
Do berço ao túmulo, os defensores do ego prometem a cura de todos os males da sociedade por meio de doses de auto-estima, valor-próprio, auto-aceitação e amor-próprio.
As fórmulas religiosas do valor-próprio, do amor-próprio e da auto-aceitação escorrem do tubo da televisão, fluem pelas ondas do rádio e seduzem através da publicidade. Do berço ao túmulo, os defensores do ego prometem a cura de todos os males da sociedade por meio de doses de auto-estima, valor-próprio, auto-aceitação e amor-próprio. E todo mundo, ou quase todos, repetem o refrão: "Você só precisa amar e aceitar a si próprio como você é. Você precisa se perdoar", e: "Eu só tenho de aceitar-me como sou. Eu mereço. Eu sou uma pessoa digna de amor, de valorização, de perdão."

A resposta cristã para o mundo

Como o cristão deve combater o pensamento do mundo, que exalta o ego e o coloca no centro como a essência da vida? Como o cristão deve ser fiel à ordem de nosso Senhor, de estar no mundo mas não ser do mundo? Ele pode adotar e adaptar-se à filosofia/psicologia popular de sua cultura, ou ele deve manter-se como quem foi separado por Deus e encarar sua cultura à luz da Palavra? Jesus disse: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mt 11.28-30).
Este é um convite para deixarmos o nosso próprio caminho, submetendo-nos a um jugo de humildade e servidão – com ênfase no jugo – num relacionamento de aprendizado e vida. Jesus fez Seu convite ao discipulado com palavras diferentes, mas para o mesmo relacionamento e o mesmo objetivo, quando disse: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á" (Mt 16.24-25).

Nenhum mandamento para amar a si próprio

Jesus não nos ordena que amemos a nós mesmos, mas que amemos a Deus e ao próximo. A Bíblia apresenta uma base para o amor completamente diferente daquilo que a psicologia humanista anuncia. Ao invés de promover o amor-próprio como a base para amarmos os outros, a Bíblia diz que o amor de Deus é a fonte verdadeira. O amor humano é misturado com o amor-próprio e, em última análise, pode estar em busca de seus próprios interesses. Mas o amor de Deus entrega a si mesmo. Portanto, quando Jesus convida Seus discípulos a negarem a si próprios e tomarem sobre si o Seu jugo e a Sua cruz, Ele os conclama a um amor que doa a si mesmo, não a um amor que satisfaz a si mesmo. Até o advento da psicologia humanista e de sua intensa influência na igreja, os cristãos geralmente consideravam a auto-estima como uma atitude pecaminosa.
Apesar da Bíblia não ensinar o amor-próprio, a auto-estima, o valor-próprio ou a auto-realização como virtudes, recursos ou objetivos, um grande número de cristãos de hoje têm sido enganado pelos ensinos pró-ego da psicologia humanista. Ao invés de resistirem à sedução do mundo, eles se submetem à cultura do mundo. Não somente eles não resistem à gigantesca onda do egocentrismo; como estão na crista da onda da auto-estima, da auto-aceitação e do amor-próprio. Na área do ego, dificilmente se pode perceber a diferença entre o cristão e o não-cristão, exceto que o cristão afirma ser Deus a fonte principal de sua auto-estima, auto-aceitação, auto-valorização e amor-próprio.
Através de slogans, bordões e textos bíblicos deturpados, muitos crentes professos seguem a onda existencial da psicologia humanista e estabelecem seu próprio sistema motivacional. Desse modo, qualquer crítica contra os ensinamentos do valor-próprio, amor-próprio e auto-estima é considerada, por isso mesmo, como prova de que se deseja que as pessoas sejam infelizes. Além do mais, qualquer crítica contra o movimento da auto-estima é vista como um perigo para a sociedade, já que a auto-estima é considerada como panacéia para seus males. Então se alguém, na igreja, não apóia completamente a teologia da auto-estima, é acusado de promover uma teologia desprezível.
Este é um convite para deixarmos o nosso próprio caminho.
Se há algo que o mundo e muitos na igreja têm em comum nos dias atuais, é a psicologia da auto-estima. Embora cristãos professos possam discordar em algumas das nuanças da auto-estima, auto-valorização, auto-aceitação, e mesmo em alguns dos pontos mais delicados de suas definições e de como elas são alcançadas, muitos têm reunido forças contra o que acreditam ser um inimigo terrível – a baixa auto-estima. Contudo, mesmo o mundo ainda não consegue justificar o incentivo da alta auto-estima pelos seus próprios métodos de pesquisa.

As pesquisas não apresentam justificativas em favor da auto-estima

Há alguns anos, o legislativo da Califórnia aprovou o projeto de criação da "Força-Tarefa Californiana para Desenvolver a Auto-Estima e a Responsabilidade Social e Pessoal". O legislativo reservou para o projeto 245.000 dólares ao ano durante três anos, num total de 735.000 dólares. O duplo título da Força-Tarefa foi realmente muito pretencioso. Ninguém nunca conseguiu demonstrar que o estímulo à auto-estima está, de algum modo, ligado com a responsabilidade social e pessoal. Nem se provou que todos aqueles que demonstram responsabilidade social e pessoal possuem auto-estima elevada. Na verdade a auto-estima e a responsabilidade social e pessoal têm relação negativa e não positiva.
A Declaração do Objetivo da Força-Tarefa foi a seguinte:
Procurar determinar se a auto-estima e a responsabilidade social e pessoal são as chaves para descobrir os segredos do desenvolvimento humano sadio, de modo que consigamos atingir as causas e desenvolver soluções eficazes para os principais problemas sociais, fornecendo a cada californiano as mais recentes experiências e práticas quanto à importância da auto-estima e da responsabilidade social e pessoal.(1)
Apesar da Bíblia não ensinar o amor-próprio, a auto-estima, o valor-próprio ou a auto-realização como virtudes, recursos ou objetivos, um grande número de cristãos de hoje têm sido enganado pelos ensinos pró-ego da psicologia humanista.
A Força-Tarefa acreditava que apreciar a si mesmo e fortalecer a auto-estima reduziria "dramaticamente os níveis epidêmicos dos problemas sociais que enfrentamos atualmente".(2)

Há uma relação positiva entre a alta ou baixa auto-estima e a responsabilidade social e pessoal?

Com o objetivo de pesquisar esta relação, a Força-Tarefa estadual contratou oito professores da Universidade da Califórnia para examinar a pesquisa sobre a auto-estima e sua relação com as seis áreas seguintes:
  1. Crime, violência e reincidência;
  2. Abuso de drogas e álcool;
  3. Dependência da Previdência Social;
  4. Gravidez na adolescência;
  5. Abusos sofridos por crianças e esposas;
  6. Deficiência infantil no aprendizado escolar.
Sete dos professores pesquisaram as áreas acima e o oitavo resumiu os resultados, que foram publicados num livro intitulado The Social Importance of Self-Esteem (A Importância Social da Auto-Estima).(3) Esta pesquisa confirmou a relação entre a auto-estima e os problemas sociais?
David L. Kirk, colunista do jornal San Francisco Examiner, disse rudemente:
Esse... volume erudito, The Social Importance of Self-Esteem, resume todas as pesquisas sobre o assunto numa ridícula abordagem maçante de cientistas pretensiosos. Economize seus 40 dólares que o livro custa e conclua: Há pouquíssima evidência de que a auto-estima seja a causa de nossos males sociais. (ênfase acrescentada.)
Mesmo tendo procurado uma conexão entre a baixa auto-estima e o comportamento problemático, eles não puderam encontrar uma relação de causa e efeito. (Contudo, estudos mais recentes indicam uma clara relação entre o comportamento violento e a alta auto-estima.) Apesar disso, a fé na auto-estima não morre, e as escolas continuam a trabalhar para elevar a auto-estima.
Pior do que a continuação nos ensinamentos da auto-estima no mundo é a confiança que cristãos professos continuam a depositar nos ensinamentos da autovalorização e do amor a si próprios.
Pior do que a continuação nos ensinamentos da auto-estima no mundo é a confiança que cristãos professos continuam a depositar nos ensinamentos da autovalorização e do amor a si próprios. Assim, o movimento secular da auto-estima não é um ataque frontal contra a Bíblia com linhas de batalha claramente demarcadas. Ao invés disso, é habilidosamente subversivo, e realmente não é obra de carne e sangue, mas dos principados e potestades, dos dominadores deste mundo tenebroso, das forças espirituais do mal nas regiões celestes, como Paulo diz em Efésios 6.12. Lamentável é que muitos cristãos não estão alertas para os perigos. Muitos mais do que podemos enumerar estão sendo sutilmente enganados por um outro evangelho: o evangelho do ego.

O amor bíblico

Jesus convida os Seus para um relacionamento de amor com Ele e de um para com o outro. A alegria dos Seus deve ser encontrada nEle, não em si mesmos. O amor vem de Seu amor por eles. Assim o amor deles, de um para o outro, não vem do amor-próprio e da auto-estima, tampouco aumenta a auto-estima. A ênfase está na comunhão, na frutificação e na prontidão para ser rejeitado pelo mundo. A identificação do crente está em Jesus ao ponto de sofrer e segui-lO até a cruz. Somente através da semântica forçada, da lógica violentada e da exegese ultrajada alguém pode querer demonstrar que a auto-estima é bíblica ou mesmo parte da tradição ou do ensino da igreja.
O foco do amor na Bíblia é para cima e para fora ao invés de ser para dentro. O amor é tanto uma atitude como uma ação de uma pessoa para com a outra. Embora o amor possa incluir sentimentos e emoções, ele é essencialmente uma ação determinada pela vontade para a glória de Deus e para o bem dos outros. Assim, quando Jesus disse: "Amarás, pois o Senhor, teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força" (Mc 12.30), Ele quis explicar que todo o nosso ser deve estar comprometido para amar e, portanto, agradar a Deus. O amor a Deus é expresso com um coração agradecido e determinado a fazer o que agrada a Ele de acordo com o que está revelado na Bíblia. Não se trata de um tipo de obediência mecânica, mas de um desejo para conformar-se à Sua graciosa vontade e de concordar que Deus é a fonte e o padrão para tudo que é certo e bom.
A segunda ordem é uma extensão ou expressão da primeira: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mc 12.31). João acrescentou detalhes a respeito. Ele descreveu a seqüência do amor. Em contraste com os mestres do amor-próprio, que dizem que as pessoas não podem amar a Deus e aos outros até que amem a si mesmas, João diz que o amor começa em Deus e, então, se estende aos outros: "Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão" (1 Jo 4.19-21).
Deus nos amou primeiro, o que nos capacita a amá-lO, o que se expressa, então, em amar uns aos outros.
Deus nos amou primeiro, o que nos capacita a amá-lO, o que se expressa, então, em amar uns aos outros.
Desde o primeiro fôlego de Adão, os homens foram destinados a viver em relacionamento com Deus, e não como egos autônomos. A Bíblia inteira está apoiada nesse relacionamento, porque após responder ao fariseu, afirmando que o grande mandamento é amar a Deus e o segundo é amar ao próximo como a si mesmo, Jesus acrescentou: "Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas " (Mt 22.40). Jesus veio para nos livrar do ego e para restabelecer esse relacionamento de amor para o qual fomos criados. Durante séculos, foram escritos livros sobre amar a Deus e uns aos outros. Contudo, atualmente, cada vez mais, a igreja está sendo inundada por literatura ensinando-nos como amar-nos melhor, nos estimarmos mais, aceitar-nos como somos e desenvolvermos o nosso próprio valor. (Martin e Deidre Bobgan BDM 12/97 – extraído e/ou adaptado das edições 3-4 e 5-6/96 da PsychoHeresy Awareness Letter - http://www.chamada.com.br).

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