WebRádio Nova Esperança

Image and video hosting by TinyPic

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Na Corda Bamba

A vida e os passos de um cristão renascido se assemelham à caminhada sobre uma corda bamba. Um filho de Deus não deve pender nem para a direita nem para a esquerda, mas cuidar para manter sempre o equilíbrio. O autor tem grande urgência em falar com você sobre este equilíbrio tão importante para a sua vida de fé.
Há algum tempo li a seguinte notícia:
Falha tentativa de quebra de recorde mundial na Suíça. No sábado à noite, depois de caminhar cerca de 600 metros sobre os cabos de sustentação do teleférico da montanha Säntis, o equilibrista Freddy Nock, de 40 anos, teve de desistir de sua tentativa de quebra de recorde. Por motivos até agora desconhecidos, a vara de equilíbrio escorregou das suas mãos, de forma que ele não pôde continuar. Nock conseguiu segurar-se no cabo e descer imediatamente para o bondinho do teleférico que o acompanhava. O equilibrista Freddy Nock, originário da cidade de Müllheim, no cantão de Thurgau, pretendia subir pelos cabos do teleférico até a estação da montanha. Mas ele só conseguiu percorrer 600 metros.
A sua vida como cristão também não se parece muitas vezes com a caminhada sobre uma corda bamba? O desfiladeiro sem fim se abre debaixo de você, e adiante está apenas um caminho muito inseguro. Como o equilibrista, você sobe a montanha, em direção ao Senhor. Mas você só consegue dar um passo por vez, timidamente, num esforço extremo para não perder o equilíbrio.
O equilibrista teve de desistir de sua tentativa de quebrar um recorde mundial porque tinha perdido a vara de equilíbrio. Você também não conseguirá avançar espiritualmente se perder o equilíbrio entre o legalismo e o mundanismo.
Também para os cristãos é muito importante encontrar o equilíbrio entre direita (legalismo) e esquerda (mundanismo). Nem um, nem outro lado é correto. Só quando você encontrar o equilíbrio é que a glória de Jesus pode ser refletida em sua vida: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Co 3.18). Também 2 Coríntios 2.15 fala algo a respeito: “Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem”. Só que essa glória não pode ser obtida por meio de legalismo ou amizade pecaminosa com o mundo, mas apenas se você levar isto em conta: “Contemplai-o e sereis iluminados, e o vosso rosto jamais sofrerá vexame” (Sl 34.5). Você brilha assim por Jesus?
No momento em que você se sobrecarregar com atitudes legalistas ou brincar com o pecado, a glória sairá de sua vida!
O equilibrista teve de desistir de sua tentativa de quebrar um recorde mundial porque tinha perdido a vara de equilíbrio. Você também não conseguirá avançar espiritualmente se perder o equilíbrio entre o legalismo e o mundanismo.

Legalismo

O legalismo, isto é, a idéia de que é preciso contribuir de alguma forma para a própria salvação, está profundamente arraigado no coração do homem. Isso pode ser visto até mesmo na época dos Atos dos Apóstolos (no tempo da igreja primitiva). Quando o carcereiro de Filipos se abriu para o Evangelho, sua primeira pergunta foi: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?” (At 16.30). A iniciativa de agir é totalmente humana e permeia todas as religiões. O budismo, por exemplo, exige: “Anule-se para penetrar no eterno nada”. O islamismo ensina: “Cumpra os mandamentos do profeta e Alá terá misericórdia de você”. E a igreja católica diz: “Receba os sacramentos e faça o bem, para ganhar o céu”.
Para nós, seres humanos, é difícil aceitar algo de graça ou não retribuir um presente. Um missionário alemão teve uma experiência dessas: a fim de chamar a atenção para o Evangelho, certo dia ele se sentou no chão no meio de um movimentado calçadão de pedestres. Na sua frente, ele tinha um pote com moedas e uma plaquinha que dizia: “Recebi muitos presentes, por favor, aceite um pouco”. As pessoas passavam e sacudiam a cabeça. Era muito raro alguém criar coragem e tirar alguma coisa do pote. Provavelmente pensavam: “Como assim, simplesmente pegar dinheiro, sem precisar fazer nada por isso? Com certeza aí tem alguma pegadinha. Acho que ele está só querendo se divertir às nossas custas”.
A iniciativa de agir é totalmente humana e permeia todas as religiões. O budismo, por exemplo, exige: “Anule-se para penetrar no eterno nada”.
E o céu? Ele pode ser obtido de forma gratuita! Alguém pagou o ingresso na cruz do Gólgota. Você não precisa fazer nada. Não é preciso jejuar nem praticar exercícios de meditação para satisfazer a Deus. Basta aceitar a oferta!
Mas, infelizmente, muitas pessoas se esforçam; elaboram regras e tentam alcançar a maior perfeição possível. Isso nem mesmo é uma atitude nova. Até na igreja primitiva havia quem defendesse esse conceito: “Alguns indivíduos que desceram da Judéia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos” (At 15.1). Naquela época, a Igreja de Jesus tinha só alguns anos de idade. Mesmo assim, o fantasma do legalismo já havia conseguido espaço. Mas Paulo se opôs terminantemente a esse processo: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo. (...) Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados. (...) Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem. Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade” (Cl 2.8,16,20-23). Ainda mais claro é o seguinte texto: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição” (Gl 3.10). O legalismo desvia, pois acaba com a liberdade em Cristo. Até mesmo a glória de Jesus perde o brilho; a graça cede ao mérito próprio. A vida eterna não é mais um presente de Deus, mas uma recompensa pelos próprios esforços.

Mundanismo

A advertência é inequívoca: “Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4). Sendo cristão, brincar com o pecado é perigoso! A corda bamba da fé não permite testes deste tipo: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Sl 1.1-3).
Árvore plantada junto a corrente de águas, assim é aquele que não brinca com o pecado!
Por favor, não se engane: Deus é santo! Ele não vai e não quer aceitar um estilo de vida pecaminoso, mesmo que este seja socialmente aceito e cultivado por certos cristãos. É impossível cruzar a corda bamba da fé nessa falsa liberdade: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).

Princípios

Em todo o Antigo Testamento valia a lei que Deus tinha dado a Moisés: “O homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela” (Rm 10.5). “Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo” (Dt 27.26). A Antiga Aliança é exigente. Ela diz: “Você deve!”
Já os cristãos são chamados para a liberdade: “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Co 3.17). “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5.1).

Liberdade

Para a igreja de Jesus vale o seguinte princípio: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). Os crentes da Nova Aliança não estão mais debaixo da lei, mas desfrutam da liberdade em Cristo: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36). Liberdade é a grande manchete do Novo Testamento: livres da lei, livres da escravidão do pecado, livres para servir a Deus da forma certa! Mas a Bíblia adverte contra a tentação de levar uma vida pecaminosa com a desculpa de viver em liberdade: “Como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus” (1 Pe 2.16).
Paulo enquadra a liberdade em Cristo com uma moldura que não deve ser quebrada. Essa moldura se chama amor: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gl 5.13-14). O próprio Senhor Jesus também disse: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo 13.34). Esse amor determina os limites.
Liberdade é a grande manchete do Novo Testamento: livres da lei, livres da escravidão do pecado, livres para servir a Deus da forma certa!
Entretanto, a palavra “amor” não significa o hoje tão banalizado sentimento “eros”, mas: “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Co 13.4-7).
Um cristão renascido, que respeita essa moldura, sabe exatamente onde estão os limites. Isso vale em todos os sentidos: nos pensamentos, nos relacionamentos, no trato com o cônjuge e os filhos, no lazer, etc. A Bíblia diz a respeito: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir” (Jo 16.13). Assim, a sua pergunta não deve ser o que pode ou não pode ser feito, mas: “Estou permitindo que o Espírito de Deus me guie?” O Espírito de Deus nunca ultrapassa a moldura do amor (como descrita acima). Ele também não dá conselhos contrários à Palavra de Deus.
Quando você aprender a viver dentro da moldura da liberdade em Cristo, o Salmo 34.6 se tornará realidade na sua vida: “Contemplai-o e sereis iluminados”.
Moisés ocultou seu rosto depois de ter recebido a lei. Ele fez isso como símbolo do fato de que o brilho da lei desvanece (cf. 2 Co 3.9-13). A lei escraviza as pessoas. Ela precisa dar lugar a algo melhor, isto é, ao Evangelho, que leva à liberdade: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.14-16).

Liberdade divina

A liberdade só funciona se o direito do próximo for respeitado. Do contrário haverá violência e anarquia. Paulo explica como você pode praticar a liberdade em Cristo no seu dia-a-dia: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.25-27).
O seu relacionamento com Jesus deve ser como o relacionamento de duas pessoas que casam por amor: “Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja” (Ef 5.31-32).

As regras da liberdade

1. Deixar

Duas pessoas que se amam do fundo do coração só têm um desejo: deixar a casa dos pais o mais rapidamente possível. Querem estar com o parceiro que lhes significa tudo. O amor move montanhas. Você também não deixaria seu lar por amor a alguém? O amor já fez pessoas abdicarem de tronos e heranças. E o amor nunca é forçado.
Quando alguém realmente ama, “deixar” não é uma obrigação, mas o mais profundo desejo do coração.
Como cristão, você deveria se perguntar regularmente: “Eu também amo Jesus desse jeito?” Se você fizer isso, abandonar os hábitos, amigos e locais pecaminosos não será mais problemático. Quando o amor ardente por Jesus encher seu coração, esse abandono será um fato. Jesus ocupa o primeiro lugar em sua vida?

2. Unir-se

Pessoas apaixonadas têm muita dificuldade de se desgrudar uma da outra. Você também é tão ligado a Jesus?
Pessoas apaixonadas têm muita dificuldade de se desgrudar uma da outra. Minha esposa e eu muitas vezes fazemos caminhadas no fim da tarde. Recentemente vimos um casalzinho jovem durante um desses passeios. Os dois estavam tão enamorados que não viam mais nada ao seu redor. Abraçavam-se sem querer se largar. Você também é tão ligado a Jesus?
Namorados trocam constantemente torpedos pelo celular, acenam à distância mesmo quando quase não se enxergam mais e conversam horas ao telefone. Você também é tão ligado a Jesus?
Quem está ligado a Jesus não pode estar ao mesmo tempo ligado ao mundo: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro” (Mt 6.24).
Quando fiquei noivo de minha esposa, ela me escrevia muitas cartas. Algumas tinham até doze páginas. Você também é tão ligado a Jesus?
Há pouco tempo, quando visitávamos amigos, o filho do casal se despediu com as seguintes palavras: “Vou dar uma volta com minha namorada”. Depois de uma hora e meia eles ainda não tinham voltado. Você também é tão ligado a Jesus?
Quem está ligado a Jesus não pode estar ao mesmo tempo ligado ao mundo: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro” (Mt 6.24).

3. Tornar-se uma só carne

O objetivo de qualquer relacionamento é tornar-se um com o outro pela entrega mútua. Você também se entrega assim a Jesus?
“As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Ct 8.7).
Quando duas pessoas se entregam uma à outra, isso pode gerar frutos físicos. O mesmo vale para seu relacionamento com Jesus: quando você Lhe dá seu amor e é um com Ele, deve haver fruto espiritual! Paulo escreve a respeito desse fruto: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gl 5.22-23).
Amor e liberdade são como gêmeos siameses; são inseparáveis. Esta é uma lei divina básica: o amor que se doa sempre pressupõe liberdade de decisão. O amor verdadeiro só prospera onde não há pressão. O amor não pode ser forçado; no máximo pode haver esperança, mas nunca exigência. Quando houver amor, você experimentará o seguinte: “As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Ct 8.7).
Você realmente ama a Jesus e está disposto a abandonar tudo, unir-se a Ele e tornar-se um com Ele? Dê você mesmo a resposta a seu Senhor. (Samuel Rindlisbacher - http://www.chamada.com.br/)

quinta-feira, 28 de junho de 2012

"Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor. Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus. Não vos recordais de que, ainda convosco, eu costumava dizer-vos estas coisas? E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria. Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém; então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro da sua boca e o destruirá pela manifestação da sua vinda" (2 Ts 2.1-8).
Este trecho da Segunda Epístola de Paulo aos Tessalonicenses é um apelo consolador e tranqüilizador feito pelo apóstolo à igreja de Tessalônica. Entretanto, pelo poder do Espírito Santo, essa carta também transmite firmeza e certeza às igrejas de todas as épocas até chegar o arrebatamento. Mas essa carta também pode ser entendida como um alerta do apóstolo em relação a todos aqueles que querem abafar a esperança viva dos filhos de Deus, ou seja, a esperança de serem arrebatados antes da Grande Tribulação. Ela é um "libelo" contra aqueles que querem arrancar os filhos de Deus da graça plena de nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, também Pedro diz aos seus leitores crentes: "Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados; antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós" (1 Pe 3.14b-15).
Como se distinguem entre si "o Dia de Jesus", "o Dia do Senhor" e o "Dia de Deus"?
Para melhor entendimento e interpretação da palavra profética, é importante conhecer exatamente a diferença entre "o Dia de Jesus", "o Dia do Senhor" e "o Dia de Deus".
Em 2 Tessalonicenses 2.1 Paulo menciona a "vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" e a nossa "reunião com ele". Com isso Ele se refere ao dia do arrebatamento. No versículo 2 do mesmo capítulo, ele fala do "Dia do Senhor", e a seguir discorre sobre os acontecimentos a ele relacionados. O "Dia do Senhor" se refere à Grande Tribulação, ao juízo de Deus sobre a terra com a subseqüente vinda de Jesus Cristo para o estabelecimento do Seu reino. Esse sistema de ensino e essa diferenciação são encontrados em toda a Bíblia. Um autor diz:
"Segundo a revelação do Antigo Testamento, o Dia do Senhor será um período de juízo que terá seu ponto culminante na vinda de Cristo e será seguido por um período de bênçãos divinas especiais no Milênio". (Hal Lindsey, "O Arrebatamento")
Na primeira carta aos tessalonicenses o apóstolo Paulo fala principalmente do "Dia de Cristo", e na segunda carta ele fala do "Dia do Senhor". Agora vamos analisar mais de perto estes dois conceitos e também o terceiro período, o "Dia de Deus":
1. O Dia de Cristo
O "Dia de Cristo" foi revelado somente no Novo Testamento e se aplica unicamente à Igreja de Jesus. Por isso, ele está relacionado quase sempre com bênçãos, com promessas e com a esperança da glória de Cristo. Ele diz respeito ao retorno dos crentes renascidos para o reino do Pai (a casa do Pai), mas também ao tribunal de Cristo que vai acontecer nessa ocasião. Seguem alguns exemplos:
"...aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Co 1.7-8).
"Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus" (Fp 1.6).
"porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória" (Cl 3.3-4).
• Encontramos outras passagens bíblicas sobre o assunto em 1 Coríntios 5.5; 1 Tessalonicenses 4.15-18; Filipenses 1.10; 2.16; 2 Coríntios 1.14; 5.10; 1 Timóteo 6.14; 2 Timóteo 4.8; 1 Pedro 1.7; 4.13 e 1 João 2.28.
2. O Dia do Senhor
O "Dia do Senhor", pelo contrário, não é uma nova revelação, mas já era conhecido no Antigo Testamento. Esse "dia" tem a ver com o justo juízo de Deus que cairá sobre o mundo incrédulo e castigará a rebelião contra Ele. Nesse dia igualmente acontecerá o juízo sobre o povo de Israel e seu restabelecimento espiritual. Trata-se da intervenção evidente e visível de Deus nos acontecimentos deste mundo.
Esse dia é o dia da Grande Tribulação e começa depois do "Dia de Cristo", ou seja, depois do arrebatamento. Ele resultará, finalmente, na vinda de Jesus em poder e glória juntamente com os Seus santos. Por isso ele também é chamado de "as dores" ou "dores de parto" (1 Ts 5.3). Em sua abrangência mais ampla, o "Dia do Senhor" se refere ao estabelecimento do reino de Jesus (Milênio) e conduz à derradeira destruição do antigo céu e da antiga terra. Também a esse respeito seguem alguns exemplos:
"Porque o Dia do Senhor dos Exércitos será contra todo soberbo e altivo e contra todo aquele que se exalta, para que seja abatido. Então, os homens se meterão nas cavernas das rochas e nos buracos da terra, ante o terror do Senhor e a glória da sua majestade, quando ele se levantar para espantar a terra" (Is 2.12 e 19; compare Ap 6.15-17).
"Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor" (At 2.19-20).
"se, de fato, é justo para com Deus que ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam e a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus" (2 Ts 1.6-8; compare 2 Ts 2.10-12).
• Outras passagens bíblicas sobre o "Dia do Senhor" são encontradas em Joel 1.15; 2.1-2; Ezequiel 30.3; Sofonias 1.14; Zacarias 14.4-5 e 8; 1 Tessalonicenses 5.1-5; 2 Pedro 1.16; 3.10 e Judas 14-15.
3. O Dia de Deus
O "Dia de Deus" é – após todos os acontecimentos mencionados anteriormente – o dia em que o próprio Deus triunfará definitivamente; depois que todo o mal tiver sido afastado e tudo estiver implantado na nova situação eterna e permanente, quando Deus será tudo em todos. "Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos" (1 Co 15.25-28). Nesse contexto a Palavra diz aos crentes: "...esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão. Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça" (2 Pe 3.12-13).
O consolo roubado
"Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele..." (2 Ts 2.1). A primeira parte dessa frase sem dúvida trata do arrebatamento da Igreja de Jesus, pois por intermédio dele ocorrerá a união visível do Noivo com a Noiva (compare também João 14.1-3 nesse contexto).
Nesse versículo lemos em outras versões:
"E agora, uma palavra sobre a volta do nosso Senhor Jesus Cristo e a nossa reunião para irmos encontrá-lO..." (A Bíblia Viva).
"Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele..." (Edição Revista e Corrigida).
Torna-se evidente que em 2 Tessalonicenses 2.1 Paulo se refere à primeira carta aos tessalonicenses, na qual explicou o arrebatamento em detalhes. Quando ele escreve na segunda carta (2.1): "...no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele...", somos forçosamente levados a pensar em 1 Tessalonicenses 4.17: "...e, assim estaremos para sempre com o Senhor", ou na palavra de nosso Senhor Jesus em João 14.3: "...e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também."
O consolo
Em relação ao arrebatamento da Igreja para junto de seu Senhor, está sempre em primeiro plano o consolo e não o temor. Quando a Bíblia fala do arrebatamento, constantemente menciona que a Igreja não precisa ficar entristecida, pois tem um consolo maravilhoso na volta de Jesus.
Em João 14.1, onde o Senhor fala pela primeira vez sobre o arrebatamento dos Seus, Ele enfatiza claramente: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim." A primeira parte desse versículo diz na Bíblia Viva:
"Que os corações de vocês não fiquem aflitos..."
O Senhor disse isso depois do sermão no Monte das Oliveiras, onde falou sobre a Grande Tribulação ("Dia do Senhor") que virá sobre toda a terra com angústia que nunca houve, e que antecederá Sua vinda em glória (Mt 24.21-22; Lc 21.11). O que o Senhor disse poderia ser traduzido com estas palavras: "A terra será visitada por um período de juízos, uma grande aflição, e depois Eu voltarei em glória. Mas tenham confiança, não fiquem com o coração pesado. Virei separadamente para vocês e os buscarei para Mim, para que vocês estejam onde eu estiver".
Em 1 Tessalonicenses 4.13 e 18 o apóstolo também fala sobre esse consolo: "Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras." A Igreja recebeu esse consolo e esta esperança viva pela graça e pelo poder do Senhor Jesus.
Em 1 Coríntios 15.51 e versículos seguintes, onde é descrito esse mistério, lemos na finalização: "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão" (v. 58).
Paulo também conclui o segundo capítulo da segunda carta aos tessalonicenses com este profundo consolo para a Igreja: "Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa. Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, consolem o vosso coração e vos confirmem em toda boa obra e boa palavra" (2 Ts 2.15-17).
O arrebatamento antes da Tribulação
"Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia vos apanhe de surpresa; porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas. Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Ts 5.4-5 e 9).
Na primeira carta aos tessalonicenses nos é mostrado claramente que o consolo da Igreja consiste do fato que o arrebatamento nos livrará do dia da ira de Deus (do "Dia do Senhor"): "...e para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura" (1 Ts 1.10). William McDonald diz:
Aquele por quem esperamos é Jesus, "que nos livra da ira vindoura". Essa descrição de nosso Senhor que voltará pode ser entendida de duas maneiras:
1. Ele nos livra do castigo eterno que merecemos pelos nossos pecados. Na cruz Ele suportou a ira de Deus por nossos pecados. Pela fé em Jesus, o valor da Sua obra na cruz é creditado a nós. Daqui por diante não há mais condenação para nós, por estarmos em Cristo (Rm 8.1).
2. Ele nos livra igualmente da era de juízo que virá sobre esta terra, quando a "ira" de Deus será derramada sobre um mundo que rejeitou Seu Filho. Esse tempo é conhecido como "a Grande Tribulação", ou também o tempo da "angústia de Jacó" (Dn 9.27; Mt 24.4-28; 1 Ts 5.1-11; 2 Ts 2.1-12; Ap 6.1-17 e 10).
Essa "ira de Deus" começará na Grande Tribulação, como se vê claramente em Apocalipse 6.15-17. Também em 1 Tessalonicenses 5 é nitidamente do "Dia do Senhor" que o texto fala, dia que virá como ladrão de noite (vv. 2-3). Mas nesse contexto de juízo e castigo é dito à Igreja que ela será poupada desse dia: "Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa; porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas. Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Ts 5.4-5 e 9). A Bíblia Viva diz no versículo 9: "Porque Deus não nos escolheu para derramar sua ira sobre nós, mas para nos salvar por meio de nosso Senhor Jesus Cristo."
Portanto, em resumo, podemos dizer: sempre que o Espírito Santo nos recorda o tema do arrebatamento, somos lembrados de todo o consolo do Evangelho de Jesus, da esperança da nossa vocação.
Os tessalonicenses foram bem instruídos sobre esse assunto. Por isso eles ficaram tão preocupados quando repentinamente surgiram rumores de que "o Dia do Senhor" (a Grande Tribulação) já havia chegado. Pois estaria acontecendo justamente o contrário do que eles haviam ouvido do apóstolo. Eles logo se preocuparam, ficaram com medo, abalados, surpresos, tristes, e começaram a vacilar. Por quê? Porque haviam abandonado a palavra da graça.
Os ladrões do consolo
Uma vez que os tessalonicenses estavam tão frustrados, Paulo escreveu-lhes: "...a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor" (2 Ts 2.2). Os tessalonicenses haviam permitido que falsos pregadores roubassem seu consolo.
A jovem igreja de Tessalônica vivia num tempo de dura perseguição. Sua fé estava sendo posta à prova. Eles foram afligidos da maneira mais cruel e tiveram que suportar muita aflição e tribulação (2 Ts 1.4-7). Além disso, nessa situação apareceram homens que ensinavam que o "Dia do Senhor" já havia chegado, que eles, portanto, já se encontravam na Grande Tribulação. Já que tinham sido ensinados que o arrebatamento aconteceria antes da Grande Tribulação ou do "Dia do Senhor", podemos entender sua inquietação. Os tessalonicenses estavam fora de si de susto e cheios de repentina insegurança. Será que o "Dia do Senhor" realmente já teria chegado? Mas, nesse caso, onde estaria a promessa de que antes deveriam esperar o Filho de Deus vindo do céu para livrá-los da ira vindoura (1 Ts 1.10; 5.9)? Teriam eles esperado em vão pelo arrebatamento? Será que realmente eles estavam sob a ira de Deus por passarem por perseguições e angústias? Pois eles haviam sido instruídos que não passariam pela ira de Deus, que o Dia do Senhor não os surpreenderia como um ladrão de noite, e que o dia do juízo seria para os outros, que estão fora, não para a Igreja de Jesus. Em 1 Tessalonicenses 5.1-5 havia sido dito a eles: "Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite. Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão. Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa; porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas."
Os cristãos de Tessalônica haviam sido confundidos totalmente pelas cartas falsificadas. Pretendia-se roubar deles a esperança contida na primeira carta de Paulo. Por isso o apóstolo lhes escreveu em sua segunda carta: "Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa" (2 Ts 2.15).
Reflitamos sobre isto: se o apóstolo lhes tivesse ensinado que de qualquer maneira eles entrariam no "Dia do Senhor" e a qualquer dia seriam arrebatados em meio à Grande Tribulação, eles não precisariam ter ficado preocupados. Então tudo, apesar de grandes angústias, tentações e perseguições que deveriam esperar, estaria "na mais perfeita ordem". Então teria sido perfeitamente normal para eles que a Grande Tribulação e o "Dia do Senhor" já houvessem chegado, e que assim o arrebatamento já estaria às portas. Então eles até poderiam alegrar-se que a situação já tinha chegado a esse ponto. Mas, conforme meu entendimento, por terem sido instruídos que o arrebatamento aconteceria antes da Grande Tribulação, eles estavam tão frustrados e inseguros.
Paulo disse claramente que o "Dia do Senhor" só diz respeito àqueles que não aceitaram o amor à verdade (que é Jesus), àqueles que não creram e que por isso perecem: "Ora, o aparecimento do iníquo" (o anticristo) "é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça" (2 Ts 2.9-12). Mas referindo-se à Igreja, ele escreveu: "Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade, para o que também vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo. Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa. Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, consolem o vosso coração e vos confirmem em toda boa obra e boa palavra" (vv. 13-17). Existe, portanto, uma clara diferença entre "eles", que serão condenados no "Dia do Senhor", porque rejeitaram a verdade – e aqueles ("vós") que são escolhidos para alcançar a glória em Jesus Cristo, porque creram na verdade.
Evidentemente foi objetivo do inimigo roubar essa esperança dessa nova igreja de Tessalônica. Por isso ele espalhou sementes falsas entre eles em uma época quando realmente estavam sendo provados duramente, colocando dúvidas em seus corações e tentando derrubá-los totalmente da base da fé que haviam recebido. Isso chegou aos ouvidos do apóstolo Paulo, que por essa razão escreveu uma segunda carta aos tessalonicenses, carta que deveria ministrar-lhes segurança numa época de insegurança. Uma mensagem falsificada havia sido propagada entre os membros da igreja, que dizia justamente o contrário daquilo que eles haviam aprendido do apóstolo. Aqui estava operando – ao contrário do Espírito Santo – um espírito enganador. Aqui estava sendo transmitida uma falsa palavra, diferente da Palavra de Deus. E em contraste com as cartas de Paulo, tentou-se introduzir entre os membros dessa igreja uma falsa carta, talvez até com assinatura falsa. Surgiram falsos mestres, que diziam que o "Dia do Senhor" já havia chegado, que a Grande Tribulação, portanto, já havia começado. Eles até diziam apoiar-se no apóstolo Paulo. Por isso Paulo advertiu os tessalonicenses: "...nós vos exortamos a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor" (2 Ts 2.1b-2).
Assim procede o inimigo quando aparece como "anjo de luz": ele adapta sua mentira à verdade da Palavra de Deus. Seus servos, os falsos apóstolos, que se fazem passar por mensageiros de Jesus, anunciam a assim chamada "sã doutrina", mas que é pura heresia. É dessa maneira que Satanás semeia sua semente daninha, que num primeiro momento é muito semelhante à boa semente, mas que no fim nasce como fruto da dúvida (comp. 2 Co 11.13-15).
Por ser tão grande o perigo da falsificação, Paulo advertiu a respeito (2 Ts 2.2) e disse com ênfase no versículo 3: "Ninguém, de nenhum modo, vos engane..." Além disso, ele voltou a chamar a atenção a respeito no versículo 15 e no final da carta (3.17) mencionou a característica da sua própria assinatura:
"A saudação é de próprio punho: Paulo. Este é o sinal em cada epístola; assim é que eu assino."
"Agora, a minha saudação, que estou escrevendo de próprio punho, como faço no final de todas as minhas cartas, como prova de que ela é na realidade proveniente de mim. Esta é a minha letra" (A Bíblia Viva).
A pregação de que a Igreja ainda terá de passar pela Grande Tribulação rouba-lhe a expectativa de que o arrebatamento poderá acontecer a qualquer momento (1 Co 1.7-8; 1 Ts 1.10; Tg 5.7-8; 1 Pe 4.7; 5.1). Essa doutrina é inimiga da espera pela volta iminente de Jesus, e por isso ensina que o Senhor ainda não voltará ou não pode voltar, porque a Igreja terá que passar primeiro pela Grande Tribulação. Erroneamente as pessoas que ensinam isso ainda esperam pelo cumprimento de certos sinais dos tempos do fim, antes que o arrebatamento possa ocorrer. Mas não é assim. O arrebatamento pode ocorrer a qualquer momento, pois os sinais do tempo do fim (Mt 24; Mc 13; Lc 21.7ss etc.) referem-se à vinda de Jesus Cristo em glória no "Dia do Senhor" e na maioria dizem respeito a Israel. Aqueles que esperam que antes do arrebatamento deve ter início a Grande Tribulação e a revelação do anticristo, são pessoas que raramente têm uma visão da graça plena que nos foi dada por intermédio da salvação que Jesus realizou na cruz do Calvário e que nos é anunciada no Evangelho de Cristo.
Naturalmente também a verdadeira cristandade pode passar por tribulações, perseguições e catástrofes. Também ela pode ser atingida por guerras, miséria, fome, enfermidade e aflição. Sempre foi assim e também hoje esse ainda é o caso em muitas partes do mundo. A maior parte da Igreja de Jesus sobre a terra é perseguida, como acontece nos países dominados pelo comunismo e pelo islamismo. E isso continuará sendo assim até o arrebatamento. Os cristãos também tiveram que passar pela Primeira e pela Segunda Guerra Mundial. A qualquer tempo pode-se aplicar à Igreja as palavras do Senhor a Pedro: "Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo" (Lc 22.31), mas igualmente a verdade: "Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça" (v.32a). Jesus, como o Eterno Sumo Sacerdote, intercede pelos Seus diante de Deus e ora por eles (Jo 17.1; 1 Jo 2.1-2; Hb 6.17-20; 10.19-25). Segundo o meu entendimento, o Senhor não fará a Sua Igreja passar pelos sinais dos juízos, que dizem respeito à Grande Tribulação e ao "Dia do Senhor". "Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais" (Mt 24.21), que é determinada como juízo para um mundo de incredulidade e rebelião contra Deus. É o que se expressa de maneira muito clara em 2 Tessalonicenses 2.10-12; "...e com todo o engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça" (compare também 1 Ts 1.9-12).
Se a Igreja tivesse que esperar primeiro a revelação do anticristo e passasse pela Grande Tribulação, ela poderia calcular a época do arrebatamento de maneira bastante precisa, e poderia ter a certeza de que o Senhor ainda não teria vindo. Por isso: não nos deixemos roubar de maneira nenhuma o consolo de sermos arrebatados para junto de Jesus antes da Grande Tribulação! Mais uma vez digo a todos os crentes renascidos: "Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados; antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós" (2 Pe 3.14b-15). (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)

terça-feira, 26 de junho de 2012

A Verdade Sobre a Criaçao

Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados: no dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus” (Gn 2.4; Almeida Revista e Corrigida).
Esse versículo-chave de Gênesis não apenas resume o capítulo inicial do livro, como também introduz o segundo capítulo. Observe que os céus e a terra foram “criados” quando Deus os “fez”.
Pelo versículo anterior, fica claro que esses dois verbos (i.e. criar e fazer) não são meros sinônimos, pois nele está escrito: “E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera” (Gn 2.3; ARC). Ainda que a diferença entre criar e fazer seja quase imperceptível, no caso dos atos de Deus tal diferença é bastante relevante.
No texto original, o verbo “criar” provém do termo hebraico bara’ e o verbo “fazer” deriva do termo hebraico “asah”. A distinção fundamental reside no fato de que somente Deus pode “criar”, ao passo que, tanto o ser humano quanto Deus são capazes de “fazer” sistemas funcionais a partir de entidades básicas previamente “criadas”. Desse modo, sempre que a Bíblia fez uso do termo “criar”, o sujeito declarado ou implícito é Deus. Por outro lado, os termos “fazer” e “fez” geralmente têm o ser humano (como também Deus) na qualidade de sujeito da ação, a exemplo de Adão e Eva quando “...percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si” (Gn 3.7) numa tentativa de se esconder de Deus depois que pecaram. Mais tarde, “fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu” (Gn 3.21).

Os Três Atos de Deus

É relevante o fato de que somente três atos divinos de criação são mencionados no magnífico capítulo introdutório da Bíblia que trata da criação. Os atos divinos de criação são os seguintes:
1. “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Essa maravilhosa declaração resume o ato de Deus de trazer à existência a estrutura física do cosmo: o universo tridimensional composto de tempo, espaço e matéria.
2. “Criou, pois, Deus [...] todos os seres viventes...” (Gn 1.21). Esse versículo sintetiza o ato de Deus de trazer à existência o componente biológico do universo: a vida animal consciente.
3. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). Aqui está o registro da criação do componente espiritual do universo, criado ex nihilo (i.e., “a partir do nada”): a “imagem de Deus” localizada única e exclusivamente no ser humano.
Os códigos genéticos de uma espécie permitiam bastante variação (afinal, não existem dois indivíduos perfeitamente idênticos), permitiam até mesmo uma “diversidade” estável, porém nada mais do que isso.
Assim, Deus criou somente as realidades fundamentais do universo – a realidade física, a realidade biológica e a realidade espiritual. Porém, a partir dessas entidades fundamentais, Deus continuou a fazer muitos sistemas complexos. Por exemplo: “Fez, pois, Deus o firmamento [...] Fez Deus os dois grandes luzeiros [i.e., o sol e a lua] [...] e fez também as estrelas [...] E fez Deus os animais selváticos, [...] os animais domésticos, [...] e todos os répteis da terra...” (Gn 1.7,16,25).
Entretanto, no que tange ao universo espiritual, o único sistema complexo feito por Deus foi o ser humano, como está escrito: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança [...] Criou Deus, pois, o homem à sua imagem...” (Gn 1.26-27). Nesse caso, o homem tanto foi criado quanto feito à imagem de Deus; foi criado como um ser espiritual, capaz de manter comunhão com Seu Criador. O ser humano também foi feito (a partir “do pó da terra” previamente criado; cf. Gn 2.7) à imagem física que o próprio Deus um dia assumiria quando “se fez carne” e tornou-se homem.
Portanto, os elementos de natureza estritamente material que existem no mundo (o que inclui até mesmo os vegetais que, sendo organismos complexos, produzem substâncias químicas, todavia não possuem vida consciente) fazem parte da obra física criada e feita por Deus. Por outro lado, os animais são organismos físicos e biológicos criados e feitos por Deus. Contudo, somente o homem e a mulher são seres físicos, biológicos e espirituais, criados e feitos à imagem de Deus.

A Descrição da Evolução

Tudo o que foi apresentado até aqui parece razoável e bíblico. Mas o que dizem os cientistas a esse respeito? É lamentável que, hoje em dia, a maioria das autoridades científicas e educacionais esteja quase totalmente comprometida com o evolucionismo integral. Eles alegam que, através de um salto quântico espetacular, o universo físico evoluiu do absoluto nada para uma partícula infinitesimal de espaço-tempo. Essa partícula primitiva dilatou-se rapidamente para, então, explodir no, assim chamado, Big Bang [i.e., explosão cósmica]. A partir disso, dizem eles, o universo veio se expandindo velozmente para formar, de alguma maneira, as estrelas, as galáxias e, por conseguinte, os planetas.
Em nosso planeta Terra (e, talvez, em outros planetas), as substâncias químicas inanimadas, que estavam dispersas nos oceanos primitivos, de algum modo passaram a ter vida, na condição de células reprodutivas rudimentares. Estas se desenvolveram em seres invertebrados marinhos multicelulares que evoluíram até se tornarem peixes. Alguns peixes deram origem aos anfíbios, os quais, posteriormente, se tornaram répteis. Destes últimos, pelo menos um evoluiu, dando origem às aves, enquanto outros répteis evoluíam para dar origem aos mamíferos. Por fim, um ramo de mamíferos desenvolveu-se em primatas e alguma criatura dessa ordem simiesca evoluiu para dar origem ao ser humano.
Acredite ou não, essa descrição da evolução é basicamente ensinada como fato ou verdade absoluta em quase todas as escolas do Mundo Ocidental, desde as primeiras séries do ensino fundamental até o ensino superior e de pós-graduação. Essa perspectiva também predomina na mídia jornalística, bem como exerce seu domínio nos sistemas jurídico e político.
Contudo, o fato mais surpreendente é que as verdadeiras evidências científicas não comprovam de modo nenhum tal descrição hipotética. Em conseqüência disso, nos últimos anos milhares de cientistas altamente referendados têm repudiado toda essa descrição evolucionista e passaram a crer numa criação especial.
Esse maravilhoso capítulo inicial de Gênesis também revela dois outros fatos de vital importância.
O primeiro fato é que no texto constata-se, por dez vezes, que tanto animais quanto vegetais receberam a capacidade de se reproduzir exclusivamente “segundo [ou conforme] a sua espécie”, nunca segundo uma espécie diferente. A despeito de tudo o que uma “espécie” criada por Deus possa significar ou corresponder, ela nunca poderia evoluir para uma nova espécie. Os respectivos códigos genéticos permitiam bastante variação (afinal, não existem dois indivíduos perfeitamente idênticos), permitiam até mesmo uma “diversidade” estável, porém nada mais do que isso.
No registro fóssil do passado (que conta com bilhões de fósseis conhecidos) há muitos exemplos de espécies extintas (por exemplo, os dinossauros), todavia não existe nenhuma seqüência de transição de uma espécie menos complexa para outra espécie mais complexa.
O segundo fato verificável no texto é que tudo “era muito bom” (Gn 1.31). Não existia nada ruim ou mau em todo o universo – não havia pecado, desarmonia, dor e, em especial, não havia morte. Tudo isso sobreveio ao universo somente depois da entrada do pecado, primeiro através de Satanás e seus anjos, e, posteriormente, através de Adão e Eva.
Em seguida, Deus amaldiçoou o solo da terra (do hebraico, ’adamah; i.e., os elementos básicos a partir dos quais Ele tinha feito todas as coisas). Em 1 Coríntios 15.21 está escrito “...que a morte veio por um homem”. Desde então, “...toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora” (Rm 8.22). Na esfera física tudo tende a retornar ao pó do qual foi feito, tal como o corpo de Adão retornou (cf., Gn 3.19). Todas as formas de vida biológica finalmente morrem, ainda que o aspecto “consciente” da vida humana sobreviva para que, no fim, seja unido a um corpo ressuscitado por ocasião da volta de Cristo. A “imagem de Deus” no homem tem sido desfigurada, contudo, ainda pode ser refeita no “...novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10).

O Dilema da Evolução

A verdadeira ciência não confirma a perspectiva evolucionista; em vez disso, a ciência verdadeira favorece a perspectiva bíblica da criação. Por exemplo, as duas leis científicas mais bem comprovadas e mais aplicáveis no universo apontam com absoluta clareza para a primitiva criação do universo, não para a evolução deste a partir do nada. São elas: A Primeira Lei da Termodinâmica e a Segunda Lei da Termodinâmica, ou como respectivamente são chamadas de lei da conservação quantitativa e lei do decaimento qualitativo de todas as coisas. A Primeira Lei assegura que nem matéria (ou massa), nem energia, continuam a ser criadas ou destruídas na atualidade, conforme está registrado em Gênesis 2.3: “E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera”. O Novo Testamento confirma que agora nosso Criador está “...sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3).
Tal fato nos assegura que o universo não poderia ter criado a si mesmo, pois, segundo a Primeira Lei da Termodinâmica, nenhum fator no atual curso do universo pode criar alguma coisa. Contudo, o universo deve ter sido criado em algum momento do passado, porque a Segunda Lei da Termodinâmica assevera que tudo está em declínio, rumando para a estagnação e “morte”. Essa situação também é obviamente uma decorrência da maldição imposta por Deus sobre “toda a criação” (cf., Rm 8.22).
Ora, se o universo não pôde se criar espontaneamente (conforme determina a Primeira Lei), mas teve de ser criado de alguma maneira (visto que não está morto, ainda que se encaminhe inexoravelmente para a morte, conforme determina a Segunda Lei), a única resposta para tal dilema é a de que Deus o criou! Essa é a conclusão científica mais plausível com base nas melhores leis científicas de que dispomos.
Essa Segunda Lei também esclarece a razão pela qual ninguém até hoje experimentou qualquer tipo de evolução verticalmente “ascendente” a partir de uma espécie inferior ou menos complexa para uma espécie superior ou mais complexa. Em toda a história humana não há sequer um registro documentado da tal “macroevolução”. Há muitos casos de variação “horizontal” (por exemplo, as diferentes raças de cães) de variação degenerativa (por exemplo, mutações, extinções, deteriorações), porém, nada mais do que isso.
No registro fóssil do passado (que conta com bilhões de fósseis conhecidos) há muitos exemplos de espécies extintas (por exemplo, os dinossauros), todavia não existe nenhuma seqüência de transição de uma espécie menos complexa para outra espécie mais complexa. Ernst Mayr, professor da Universidade de Harvard, reconhecido como um dos maiores biólogos evolucionistas ainda vivos e que se declara ateu, admite o seguinte em seu recente livro publicado: “O registro fóssil lamentavelmente continua inadequado” para comprovar a evolução.[1] Além do mais, todos aqueles bilhões de fósseis testificam eloqüentemente acerca de um mundo em sofrimento e degradação mortal. Portanto, esses fósseis devem ter sido enterrados somente depois que o homem introduziu o pecado no mundo.
A evolução da vida ou de qualquer espécie viva nunca foi registrada nos 6 mil anos de história escrita e não há nenhuma evidência dela no registro fóssil do passado. A evolução nunca foi observada empiricamente pelo simples fato de que não pode acontecer. A Segunda Lei da Termodinâmica nos assegura que seria impossível ocorrer qualquer tipo de evolução sem a intervenção incessante e milagrosa de Deus. Além do mais, Deus mesmo determinou a lei biogenética de que [a reprodução] seja “segundo a sua espécie” (cf. Gn 1.11-12, 24-25).
Deus pode intervir quando há uma razão especial para fazê-lo. Por exemplo, houve uma ocasião em que Ele miraculosamente fez com que água “evoluísse” instantaneamente para vinho (Jo 2.7-11). Ele continua a ser o Criador e, como tal, ainda pode realizar milagres de criação quando a ocasião o justifica, porém, a evolução, usada geralmente pelo ser humano para se esquivar da sua necessidade de Deus, não é um desses milagres. (Dr. Henry M. Morris - Israel My Glory)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Os Riscos Biológicos e Bíblicos do Aconselhamento Centralizado no Problema

Em nosso livro Christ-Centered Ministry Versus Problem-Centered Counseling [não disponível em português – NR], revelamos as origens do aconselhamento centrado no problema e afirmamos que essa abordagem foi uma das coisas que o movimento de aconselhamento psicológico herdou de seus precursores mesmerianos e freudianos. Nesse livro e em textos anteriores, mostramos os paralelos entre o movimento do aconselhamento psicológico e o movimento do aconselhamento bíblico, particularmente na tendência que os dois têm de adotar a abordagem centrada no problema.
A Associação Americana de Conselheiros Cristãos (AACC) está oferecendo novamente um curso intitulado “Cuidando de Pessoas à Maneira de Deus II”. A Associação afirma que “mais de 50.000 pessoas e igrejas se inscreveram no primeiro curso”. A primeira pergunta que eles fazem para convencer as pessoas a pagarem a taxa de inscrição de 400 dólares é: “Sua família e seus amigos costumam pedir sua ajuda para resolverem seus problemas?” (negrito acrescentado) Esse é exatamente um dos muitos exemplos de como o aconselhamento centrado no problema tornou-se a quintessência dos que se auto-intitulam conselheiros cristãos.
Resolver problemas não deveria ser o objetivo central do ministério pessoal do Corpo de Cristo. Os problemas deveriam ser vistos como oportunidades para se aproximar do Senhor e crescer espiritualmente. Não estamos dizendo: “Não fale sobre problemas!” Não se trata de escolher uma coisa ou outra; é uma questão de qual é a ênfase e de como os problemas são tratados e usados para motivar um crente a buscar o Senhor, acompanhá-lo e dar mais um passo no processo de sua transformação na semelhança de Cristo. O conselho que damos aos crentes é que diminuam e generalizem as conversas sobre seus problemas e se concentrem em usá-los como um lembrete de que precisam se aproximar de Deus. A preocupação com os problemas e a busca de soluções através do aconselhamento são fatores que freqüentemente inibem o crescimento espiritual. Em resumo: Cristo deve ser o centro de todo ministério cristocêntrico; mas, no aconselhamento centrado no problema, são os problemas que costumam ocupar a posição central.
Em certas situações, existem razões biológicas e bíblicas para não se usar o aconselhamento centrado no problema.

Razões Biológicas

O aconselhamento centrado no problema pode ser particularmente perigoso quando existem desordens físicas desconhecidas. Ao longo de toda a história da psiquiatria e da psicoterapia, houve enfermidades físicas não-detectadas que foram tratadas como distúrbios mentais, e isso ainda acontece. Dois exemplos são a paresia geral, resultante da invasão do cérebro pela espiroqueta da sífilis, e a psicose pelagrosa, causada por uma carência alimentar de ácido nicotínico. Várias pessoas que sofriam de uma dessas doenças foram diagnosticadas como esquizofrênicas e tratadas de acordo. O caso abaixo é apenas um dos muitos exemplos desse tipo de erro de diagnóstico.
Uma mulher de vinte e dois anos apresentava certos sintomas semelhantes aos da esquizofrenia. Em vez de indicar um exame físico minucioso, o psiquiatra a quem ela foi encaminhada diagnosticou seu problema como esquizofrenia e prescreveu o tratamento indicado para o caso. Porém, mais tarde, descobriu-se que a depressão e as alucinações que ela relatava eram causadas por uma psicose pelagrosa, provocada por uma dieta tão rigorosa que a fazia praticamente passar fome.
Ainda hoje, muitas pessoas que na verdade estão sofrendo de problemas físicos são encaminhadas erradamente para a psicoterapia.
Tratar uma pessoa dessas com psicoterapia ou medicação psicotrópica, em vez de tratar do problema físico, não só impede a possível cura como ainda acrescenta mais sofrimento à agonia da própria doença. Dá para imaginar quantas pessoas sofriam desses distúrbios físicos e foram tratadas com técnicas psicológicas por um psiquiatra ou psicoterapeuta por ignorância da verdadeira causa do problema? Até a doença de Parkinson já foi considerada um distúrbio mental e tratada com psicoterapia.
Isso nos leva à questão dos erros de diagnóstico e da tendência de encaminhar as pessoas para a psicoterapia. Ainda hoje, muitas pessoas que na verdade estão sofrendo de problemas físicos são encaminhadas erradamente para a psicoterapia. O neuropsiquiatra Sydney Walker III diz:
Todo ano, centenas de milhares de americanos que na verdade estão sofrendo de problemas médicos comuns como hipertireoidismo, doença de Lyme e até desnutrição são diagnosticados erradamente como portadores de distúrbios psiquiátricos. Pesquisas mostram que a proporção de erros de diagnóstico é superior a 4 em cada 10.
Existe uma grande quantidade de problemas físicos que apresentam sintomas mentais e emocionais – sintomas comportamentais. Alguns desses distúrbios biológicos estão em seus estágios embrionários – ainda não são detectáveis. Esses sintomas podem provocar desconforto no próprio indivíduo e gerar problemas de relacionamento. Muitas vezes, quando nenhuma doença é identificada, os conselheiros que adotam uma abordagem centrada no problema tratam desses distúrbios como se fossem problemas psicológicos ou espirituais. Entretanto, um ministro cristocêntrico conseguirá ajudar as pessoas, qualquer que seja a origem do problema, desviando o foco dos problemas o mais depressa possível e passando para uma abordagem centrada em Cristo, e usando os problemas como um catalisador para que a pessoa tenha um relacionamento mais íntimo com Cristo. Nós somos seres biológicos e espirituais ao mesmo tempo. Portanto, quando for o caso, o conselheiro deve sugerir que a pessoa que está procurando ajuda consulte um médico para fazer um exame de saúde.

Razões Bíblicas

Existem razões doutrinárias para que uma pessoa que procura ajuda ministerial não discuta certos problemas de sua vida com outros e para que os que a ajudam não incentivem essa prática nem participem desse tipo de conversa. Discutiremos apenas quatro das muitas doutrinas bíblicas violadas pelas abordagens de aconselhamento psicológico ou bíblico centradas nos problemas.

Violação da unidade da carne no casamento

O casamento proporciona muitas oportunidades de crescimento espiritual. Porém, em vez de usarem essas oportunidades de uma forma construtiva, os cônjuges geralmente se concentram nos problemas, jogam a culpa um no outro, e querem que a outra pessoa ou as circunstâncias mudem. Em vez de buscar ao Senhor e pedir que Ele opere em sua vida, essas pessoas procuram aconselhamento, contam seus problemas e esperam que o conselheiro faça alguma coisa (mude as circunstâncias ou o outro cônjuge). Muitas vezes, as pessoas querem que o conselheiro faça com que o outro cônjuge entenda seu ponto de vista. Se o aconselhamento não resolve os problemas, as pessoas sentem que já fizeram tudo que podiam, acham que não existe a menor chance de que as coisas mudem, e partem para a separação e o divórcio – tudo isso às custas do bem-estar de seus filhos.
O aconselhamento conjugal assumiu grandes proporções no mundo e na igreja. Mas, à medida que o número de pessoas que procuram aconselhamento conjugal foi crescendo, a taxa de divórcios aumentou. E isso inclui os cristãos professos, que estão se divorciando aproximadamente na mesma proporção que os não-cristãos.
Mas o que a Bíblia diz?
“Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5.21).
“As mulheres sejam sujeitas a seus maridos, como ao Senhor” (Ef 5.22).
“Maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja e por ela se entregou a si mesmo” (Ef 5.25).
Em vez de buscar ao Senhor e pedir que Ele opere em sua vida, muitos casais procuram aconselhamento, contam seus problemas e esperam que o conselheiro faça alguma coisa (mude as circunstâncias ou o outro cônjuge).
Baseados nesses versículos, concluímos que as seguintes atividades de aconselhamento centrado no problema são antibíblicas:
1. Não é bíblico discutir problemas conjugais com outras pessoas ou queixar-se do cônjuge na presença de outros.
Se um marido ama sua esposa como Cristo ama a igreja, não vai expor suas fraquezas e falhas diante dos outros (inclusive dos filhos). Se a esposa honra seu marido, sujeitando-se a ele (como a igreja a Cristo) e amando-o (Tito 2.3-4), não vai expor suas fraquezas e fracassos diante dos outros (inclusive dos filhos). É claro que existem exceções necessárias, como no caso de maus tratos ou abusos sexuais na família, ou de pecados como a pornografia, uso de drogas ilícitas ou embriaguez, que devem ser levados ao conhecimento da liderança da igreja, e, nos casos em que houver violação da lei civil, devem também ser denunciados às autoridades civis.
2. Não é bíblico discutir problemas conjugais com outras pessoas ou queixar-se do cônjuge na sua ausência.
Provérbios 18.17 diz: “O que começa o pleito parece justo, até que vem o outro e o examina”. Muitas vezes, um dos cônjuges tenta fazer com que um conselheiro ou amigo concorde com seu ponto de vista, falando do outro cônjuge na sua ausência. O que apresenta a situação primeiro pode conseguir o apoio do conselheiro ou amigo, mas a verdade às vezes vem à tona mais tarde. Além disso, essa forma de maledicência provoca ainda mais atrito no casamento e acaba sendo o tipo de fofoca que separa as pessoas. Provérbios 17.9 adverte: “O que encobre a transgressão adquire amor, mas o que traz o assunto à baila separa os maiores amigos”.
3. Não é bíblico discutir problemas conjugais com outras pessoas para fazer com que o outro cônjuge mude.
Se duas pessoas estão em conflito e uma delas acha que a culpa é da outra, elas estão desperdiçando uma ótima chance tentando mudar a outra pessoa ou simplesmente esperando que ela mude. Esse conflito pode ser uma excelente oportunidade de crescimento espiritual. Se nos concentramos demais no outro e naquilo que precisa mudar na vida dele, podemos acabar não enxergando mais nada e desperdiçando uma boa oportunidade. Toda dificuldade que enfrentamos na vida é uma chance que temos de crescer espiritualmente (Romanos 5.1-5; Romanos 8.28-29). Muitas vezes os crentes oram para que Deus mude a outra pessoa, quando eles mesmos precisam se aproximar do Senhor, conhecê-lO melhor e amá-lO mais completamente. Todo crente tem inúmeras oportunidades de se concentrar em seu próprio relacionamento com Cristo, de esperar que Ele opere em sua vida para que haja crescimento espiritual, e de confessar seus próprios pecados, em vez de se preocupar com as falhas e fraquezas dos outros. Quando concentramos nossa atenção nas mudanças que precisam ocorrer na vida de outras pessoas, isso interrompe nossa própria transformação e crescimento espiritual (veja Gênesis 3.12-13).

Desonrando pai e mãe

Quando o aconselhamento centrado no problema procura encontrar a causa dos problemas no modo como a pessoa foi criada, isso geralmente leva o indivíduo a violar o mandamento: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Êxodo 20.12). Mesmo que uma pessoa esteja com problemas, o quinto mandamento tem que ser obedecido. Esse mandamento exige exatamente o que diz – honrar pai e mãe. Para isso, é necessário não desonrar pai e mãe diante de terceiros, principalmente se eles não estão presentes para se defender (Provérbios 18.17).
Os conselheiros que usam abordagens centradas no problema permitem muitas vezes que seus aconselhados desonrem pai e mãe. Freqüentemente, eles até incentivam e participam do processo. Os que seguem a fórmula freudiana desonram seus pais e mães jogando sobre eles a culpa de seus problemas, principalmente sobre as mães. Isso contraria a Bíblia.
Ministros que centram seu aconselhamento em Cristo não precisam falar sobre a mãe e o pai da pessoa que procura ajuda. Eles devem desestimular essa prática de atribuir a culpa aos pais e mudar o foco para a busca de um crescimento espiritual que leve o indivíduo a tornar-se semelhante a Cristo. Afinal de contas, todo crente verdadeiro é nascido de novo e tem um novo Pai, uma nova família e um Espírito Santo que habita dentro dele.

Pondo a culpa no passado

“Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13, 14).
O apóstolo tinha boas razões para, sob a unção do Espírito Santo, colocar-se como um exemplo a ser seguido. Muitos conselheiros que usam a abordagem centrada no problema enfatizam o passado e se concentram nele, embora isso não seja bíblico. Ficar preso ao passado pode ser um grande empecilho para prosseguir “para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.
Além disso, concentrar-se no passado maximiza o que foi feito ao velho homem da carne, que deve ser mortificado, e não “curado” ou consertado. Quando reviramos o passado para tentar encontrar explicações para os problemas do presente, jogamos a culpa em outras pessoas e circunstâncias, e não nas responsabilidades e possibilidades do próprio indivíduo. Além disso, por causa da própria natureza da memória, não se consegue lembrar do passado sem aumentar, enfeitar, omitir ou criar detalhes para preencher as lacunas. Portanto, esse método de ajuda é falho, pois o cérebro tem uma capacidade de memorização limitada e tende a distorcer os fatos.
Muitos conselheiros que usam a abordagem centrada no problema enfatizam o passado e se concentram nele, embora isso não seja bíblico.
Cristo cuidou do passado de cada crente na cruz, ao morrer pelos nossos pecados. Quando os crentes se identificam com a morte e a ressurreição de Cristo, eles são libertos do passado da carne, e também de seu poder. Eles adquirem uma nova vida em Cristo e devem viver de acordo com ela. Toda tentativa de curar as feridas do passado é inútil, porque não se deve tentar curar o que deveria estar morto e enterrado. Isso fortalece a carne e leva a um modo de viver carnal, e não a um andar segundo o Espírito. Ministros cristocêntricos estimulam e ajudam a pessoa a deixar seu passado aos pés da cruz e prosseguir “para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.

Concentrando a atenção no ego e fortalecendo a carne

“No sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4.22-24).
“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24; veja também Marcos 8.34 e Lucas 9.23).
“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20).
Como já dissemos anteriormente, o cliente (i.e., o ego) chega com um problema, e o aconselhamento é direcionado para o ego e seu problema. Desse modo, o aconselhamento centrado no problema é, na verdade, centrado no ego. Os dois estão intrinsecamente ligados. Seria melhor chamar essa atividade antibíblica de “aconselhamento centrado no problema/ego”.

Concentrando-se nos problemas

Mesmo que a causa de um problema pudesse ser corretamente identificada, será que isso traria solução para o problema, ou serviria apenas como justificativa ou desculpa?
Quando uma pessoa vai pedir conselhos a alguém, geralmente é porque existe um problema. Assim, este se torna o ponto central do conselho. A abordagem de aconselhamento centrada no problema gasta muito tempo discutindo os problemas (em geral de forma bastante detalhada) para descobrir sua causa. Entretanto, esse longo processo acaba se transformando num exercício de suposição. Os psicólogos podem tentar encontrar a causa dos problemas no inconsciente e no passado (pais e circunstâncias) ou nas situações que a pessoa está vivendo atualmente e em sua forma errada de pensar. Os conselheiros bíblicos podem tentar encontrar a causa nos ídolos do coração (Jeremias 17.9-10) e/ou identificar pecados relacionados com versículos bíblicos, como a embriaguez (1 Coríntios 6.9-11), por exemplo. Porém, isso nos lembra os três amigos de Jó, que embora apresentassem explicações para seus problemas como se tivessem conhecimento de causa, estavam apenas fazendo conjecturas baseadas em seu próprio conhecimento e entendimento limitado. Eles acabaram acusando Jó injustamente e apresentando uma imagem falsa de Deus. Só Deus conhece o coração e o que precisa ser mudado. Nós só vemos o pecado exterior, e podemos ter que confrontá-lo se necessário. Entretanto, grande parte do aconselhamento centrado no problema baseia-se em suposições acerca do indivíduo. Mas, mesmo que a causa pudesse ser corretamente identificada, será que isso traria solução para o problema, ou serviria apenas como justificativa ou desculpa?

Um exemplo

De acordo com o Psychotherapy Networker, um periódico voltado para profissionais de saúde mental, “80% dos terapeutas particulares fazem terapia de casais” (Vol. 26, No. 6, p. 28). Imagine a seguinte situação:
Um casal está com um problema e procura o terapeuta para se aconselhar. Para que o aconselhamento seja feito, eles precisam dizer qual é o problema. Ele fala, ela fala, e geralmente o terapeuta faz perguntas que esclarecem ainda mais os detalhes do problema. Os dois cônjuges geralmente irritam um ao outro ou discordam do ponto de vista que cada um tem sobre a questão. O terapeuta foi treinado para não tomar partido, mas apenas moderar as interações enquanto os problemas são expostos, tipicamente sem emitir julgamento, embora isso esteja mudando, e hoje em dia já existam conselheiros que tomam partido de um ou outro lado. Quando a terapeuta já ouviu o suficiente, são feitas sugestões e recomendações e, confiantes, os dois cônjuges se comprometem a se esforçar para melhorar a situação. Uma nova consulta é marcada para que o casal diga se houve progressos ou não.
Quer se trate de um casal ou de apenas um indivíduo, o cenário não muda muito. Qualquer que seja o problema, ele é o ponto central de toda a conversa. Como a tarefa do conselheiro é resolver problemas, ele precisa conhecer os detalhes. O conselheiro que adota uma abordagem centrada no problema precisa ouvir toda a explicação da situação, tentar entender o problema baseado numa teoria ou suposição qualquer, e oferecer algum tipo de solução. No caminho até chegar às sugestões e tarefas para casa, se existirem, com certeza os princípios bíblicos descritos neste artigo serão violados: a unidade da carne no casamento, honrar pai e mãe, jogar a culpa no passado, colocar o eu em primeiro lugar e fortalecer a carne.

Olhando para Jesus

No ministério cristocêntrico, não é preciso conhecer os problemas específicos nem saber os detalhes. Também não há necessidade de tentar descobrir a causa dos problemas. Em vez disso, tanto a pessoa que procura ajuda quanto a que presta auxílio devem agir de modo bíblico e espiritual diante da vida. Andar segundo o Espírito é viver conforme o exemplo de vida de Cristo e, portanto, andar em amor.
À medida que o fruto do Espírito se desenvolve em nossa vida, vamos aprendendo a amar como Ele ama, a descansar na Sua paz que excede todo entendimento, e até a sentir Sua alegria.
O amor é sempre o ponto central na vida cristã. O amor deve ser alimentado e incentivado. Deve haver um fluxo constante de amor, que inclui misericórdia e sinceridade. O amor também envolve obediência ao Senhor. Portanto, se existe algum pecado conhecido, o fluxo de amor diminui.
O foco do ministério não deve estar nos problemas. Colocar o foco nos problemas e trazer à tona as coisas desagradáveis que aconteceram com a pessoa é algo que costuma aumentar a intensidade dos problemas. Portanto, deve-se desestimular essa exposição dos detalhes e incentivar a pessoa a buscar ao Senhor e à Sua Palavra.
O quê? Mas como os problemas podem ser resolvidos se não forem descritos nos mínimos detalhes? Em primeiro lugar, Deus já conhece o problema. Ele sabe o que precisa ser mudado em cada uma das pessoas envolvidas. Alguém de fora vai ter apenas uma visão parcial, na melhor das hipóteses.
No ministério cristocêntrico, a ênfase está em Cristo – e Cristo crucificado – e em tudo que isso envolve. Como declarou Paulo: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Coríntios 3.18). À medida que conhecemos Cristo melhor e nos concentramos nEle – em Seu amor, Seu sacrifício, Sua perseverança e paciência, Sua longanimidade, Sua paz, Sua alegria – vamos ficando cada vez mais semelhantes a Ele. Então, à medida que o fruto do Espírito se desenvolve em nossa vida, vamos aprendendo a amar como Ele ama, a descansar na Sua paz que excede todo entendimento, e até a sentir Sua alegria – um tipo de alegria que Lhe permitiu suportar o suplício da cruz.
Na abordagem cristocêntrica, tanto a pessoa que procura ajuda quanto o conselheiro estudam e aplicam a Palavra de Deus. Eles dedicam tempo à Palavra de Deus para que o Espírito Santo tenha oportunidade de trabalhar em ambos.
“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4.12-13).
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16-17).
O conselheiro que adota uma abordagem centrada em Cristo entra nesse relacionamento sabendo que deve incentivar e orientar o aconselhado a conhecer melhor o amor de Cristo e a ser transformado na imagem dEle. O aconselhado pode aprender e usar sugestões dadas pelo conselheiro, porém é ele que tem a responsabilidade final de discernir a vontade do Senhor e de fazer o que Ele exige, colocando-se diante do Senhor em oração e pedindo ajuda ao único verdadeiro Conselheiro.
Na abordagem cristocêntrica, tanto a pessoa que procura ajuda quanto o conselheiro estudam e aplicam a Palavra de Deus.
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove cada um o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro. Porque cada um levará o seu próprio fardo” (Gálatas 6.1-5).

Conclusão

Um conselheiro cristocêntrico ajuda a pessoa a tirar o foco dos problemas e colocá-lo em Cristo, o mais depressa possível. O conselheiro não precisa conhecer o problema, e muito menos saber de detalhes. Se o cliente não puder falar dos defeitos de seu cônjuge, de seu pai ou de sua mãe, se não puder passar horas falando do passado, se não puder fugir da autonegação, um psicólogo ou conselheiro cristão que adote a abordagem centrada no problema provavelmente não saberá o que fazer e provavelmente ficará perplexo. Mas qualquer conselheiro cristão estaria agindo de maneira antibíblica se encorajasse ou provocasse esse tipo de conversa.
Por outro lado, há muito para se dizer e fazer no ministério cristocêntrico, pois ele ensina e proclama Cristo crucificado e tudo o que a Palavra diz sobre Ele. Entretanto, como tudo converge para Cristo e para o relacionamento do crente com Ele, o conselheiro precisa dizer como João Batista: “Convém que ele cresça e que eu diminua” (João 3.30). O trabalho é permanente, mas o papel do conselheiro vai se tornando cada vez mais secundário.
O ministério cristocêntrico incentiva a autonegação, o viver para Cristo e o crescer em Cristo. Ninguém pode fazer tanto para mudar a vida de um indivíduo quanto ele mesmo e o Senhor trabalhando juntos. Como recomendou Paulo aos crentes:
“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. Fazei tudo sem murmurações nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida” (Filipenses 2.12-16a).
Não há nada no mundo que se compare nem de longe com o que todo crente verdadeiro tem à sua disposição para ajudá-lo a viver a vida em sua plenitude, crescer até a estatura de Cristo e transmitir vida a outras pessoas. Que cada um de nós tenha a coragem para ministrar o amor de Deus em misericórdia e verdade, evitando os perigos do aconselhamento centrado no problema. (Martin e Deidre Bobgan - PsychoHeresy Awareness Letter - http://www.chamada.com.br)

domingo, 24 de junho de 2012

De Pérsia a Irã

[Há alguns anos] muitos iranianos de todas as tendências – fascistas, monarquistas, nacionalistas, reformistas, liberais, mesmo alguns esquerdistas, e até certos religiosos de linha dura –, quer vivendo no Irã ou no exterior, foram tomados por um fervor nacionalista. E qual, você pode perguntar, foi a causa fundamental desse momento raro de unidade entre os iranianos? O fato foi que um atlas publicado pela National Geographic incluíu entre parênteses as palavras “Golfo Árabe” ao lado de “Golfo Pérsico”. Dessa forma, surgiu uma campanha para convencer o mundo de que o verdadeiro nome é Golfo Pérsico.
É verdade que o Golfo Pérsico tem sempre sido chamado de “Golfo Pérsico” na maior parte da história registrada. Também é verdade que, na mesma região, existe o “Mar de Omã”, e ao lado dele temos o “Mar da Árábia”. Não há motivo para que se troque o nome de “Golfo Pérsico” por “Golfo Árabe”, pois isso geraria mais confusão.
Entretanto, será que aqueles que estão interessados no progresso e na democracia do Irã deveriam concentrar seu tempo e sua energia em ensinar a todos sobre o nome do golfo? Não seria mais produtivo devotar esforços para fazer as conexões históricas entre Irã, iraniano, farsi e persa? Não faria mais sentido estudar os fatos básicos da história persa e mundial para que pudéssemos mudar o presente e trabalhar em direção a um futuro melhor?
Nesse ponto, a grande maioria dos não-iranianos nem sequer imagina que iraniano, farsi e persa se referem à mesma civilização e à mesma língua. Na melhor das hipóteses, eles acham que a Pérsia é uma região maior que o Irã; na pior das hipóteses, eles pensam que persa é uma civilização que desapareceu juntamente com os hititas (que habitavam onde hoje é a Turquia) ou com os babilônios (que habitavam onde hoje é o Iraque). Eles acham que farsi é um novo dialeto remotamente relacionado ao persa. Eles imaginam que persa é um tipo de gato, um estilo de tapete, ou um tapete voador de algum lugar exótico no Oriente.
Os fatos básicos da história persa precisam ser esclarecidos antes que nos concentremos em instruir as pessoas sobre o nome “Golfo Pérsico”. Mesmo que sejamos bem-sucedidos em convencer a todos no mundo (inclusive aos xeques árabes em seus haréns) a usarem o nome “Golfo Pérsico”, a conexão desse nome com o Irã ainda será problemática nas mentes de muitos.
Para ser claro, na Pérsia chamamos o Golfo Pérsico de Khalij-e “Fars”. Em 1935, o governo da Pérsia solicitou ao mundo que parasse de utilizar a palavra “persa” e que, em vez dela, usasse a palavra “iraniano”[1]. Mesmo assim, agora queremos que o golfo seja chamado de Pérsico. Qual é o motivo da confusão entre os nomes persa e iraniano? Nos últimos 2600 anos, até 1935, seguindo uma convenção que regulamentava os nomes e que foi iniciada pelos antigos gregos, em todas as línguas ocidentais o que hoje é conhecido como Irã era a “Pérsia”, uma palavra diferente da palavra usada em persa, que sempre foi “Irã”.
Há muitos outros exemplos dessas convenções que regulamentam nomes no mundo. Os indianos chamam seu próprio país de “Bharat”, os egípcios chamam sua terra de “Missr”, na Finlândia eles chamam seu país de “Suomi”, os japoneses chamam sua nação de “Nihon”, e os alemães chamam seu país de “Deutschland”.[2]
Justamente por isso, a língua da Pérsia (Irã) sempre foi internacionalmente conhecida como persa. As convenções que regulamentavam o nome de Pérsia (ou seja, Irã) foram alteradas em 1935. Diz-se que a sugestão para a mudança de nome de Pérsia para Irã veio do embaixador persa na Alemanha, que era um simpatizante do nazismo.
Em 1935, a Alemanha era governada por Hitler. O arianismo foi equiparado pelos nazistas ao mais alto nível de civilização humana, em um artigo de fé baseado em uma hipérbole hegeliana vulgar. Aparentemente, o embaixador persa foi persuadido por seus amigos nazistas de que Pérsia ficaria melhor como aliada da Alemanha nazista. Além disso, ele foi convencido de que o país deveria ser chamado por seu nome persa, ou seja, Irã, nas línguas ocidentais.
Isso era para sinalizar um novo começo e relembrar ao mundo a nova era na história iraniana, história que iria enfatizar o aspecto ariano de seu povo. A palavra “iraniano” é um cognato da antiga palavra “ariano”. O ministro do Exterior persa enviou um comunicado a todas as embaixadas estrangeiras em Teerã, requisitando que o país fosse chamado de “Irã”.
O imperador persa Ciro, o Grande, ordenou a reconstrução do Templo em Jerusalém (Esdras 1). No quadro: Ciro com os hebreus.

Infelizmente, “Irã” era uma palavra estranha para os não-iranianos, e muitos não conseguiram reconhecer suas conexões com a Pérsia histórica. Alguns (ocidentais) pensavam que esse fosse talvez um dos novos países, como o Kuwait, ou a Jordânia, estabelecidos a partir das ruínas do Império Otomano, ou como o “Paquistão”, criado a partir da Índia. Até hoje, muitos ainda confundem o Irã com o Iraque.
A confusão ficou ainda pior por causa do uso da palavra farsi, que é a palavra persa para “persa/pérsico”, assim como “deutsch” é a palavra alemã para alemão. E, para ficar ainda pior, para propósitos de comercialização, Rumi e outros poetas persas são apresentados pelos editores como poetas sufis e não como poetas persas.[3]
De maneira geral, Dante é conhecido como sendo italiano e Shakespeare é conhecido como sendo britânico. Mas a maioria dos americanos conhece Rumi como um “poeta sufi”, vindo de algum lugar do Oriente, como se sufi fosse uma nacionalidade. Como indicam as referências em grande parte dos textos europeus (por exemplo, de Schopenhauer, Nietzsche, Hegel, Montesquieu, etc.), a civilização persa tem sido muito conhecida na filosofia e na cultura européias por séculos.
Para os persas (iranianos) de hoje, o nome “Irã’ se refere a uma civilização rica e histórica. Para a maioria dos não-iranianos, Irã é um país no Oriente Médio com uma identidade mais ou menos islâmica, e sem nenhuma relação clara com a “Pérsia” histórica.
Vejamos um outro exemplo interessante: o nome do Mar Cáspio. Atualmente, na maior parte das línguas orientais, inclusive o persa e o turco, o Mar Cáspio é chamado de Mar dos Khazares. O nome se refere ao povo khazar, que habitava uma área que se estendia desde as montanhas do Cáucaso até a Ucrânia Central, desde o século V até o século XIII, e cuja civilização desapareceu depois de sucessivos ataques pelos mongóis.
Os khazares eram um povo turco cuja origem deu-se na Ásia Central. No início, os khazares acreditavam no xamanismo, falavam a língua turca e eram nômades. Mais tarde, os khazares adotaram o judaísmo, o islamismo, e o cristianismo, e se estabeleceram em cidades e vilarejos que eles mesmos construíram por toda a região norte do Cáucaso e da Ucrânia Oriental. Os khazares tinham a tradição de tolerância religiosa. Kiev, a capital da Ucrânia moderna, foi fundada pelos khazares. Kiev é um nome turco (ki = margem do rio + ev = assentamento).
O escritor judeu húngaro Arthur Koestler afirmou em seu cuidadoso trabalho de pesquisa, The Thirteenth Tribe [A Décima-Terceira Tribo] (1976), que muitos do khazares se converteram ao judaísmo. Ele também documenta que os khazares foram forçados a migrar para a Europa Oriental, suportando ataques dos mongóis vindos do Oriente no século XIII [N.R.: Koestler conclui que os judeus asquenazim são descendentes dos khazares, o que não é correto – a respeito, leia o artigo Os Khazares e os Judeus]. Por meio de uma interessante guinada da história, os ocidentais hoje se referem ao Mar Cáspio usando o antigo nome latino da histórica cidade de Qazvin (no Irã atual), enquanto os persas e os turcos se referem a ele como o Mar dos Khazares, nome recebido em homenagem a uma orgulhosa civilização que desapareceu bastante tempo atrás.
Discussões superficiais isoladas sobre o Golfo Pérsico são mal colocadas. Elas desviam a nossa atenção de problemas mais básicos. Se algo tiver que ser feito a partir do ponto de vista da colocação de nomes para promover um melhor entendimento da cultura e da história persas, seria muito mais sensato mudar oficialmente o nome do Irã de volta para Pérsia, farsi e iraniano de volta para persa, em todas as línguas ocidentais.
Isso pode ser alcançado através de uma campanha que irá educar as pessoas a respeito da civilização persa de uma maneira clara e progressiva, através de um diálogo que irá enfatizar as contribuições da Pérsia para o mundo, sem atacar nem reivindicar superioridade sobre outros povos do Oriente Médio: os árabes, os turcos, os judeus, os armênios, e os curdos.
A rainha judia Ester pediu clemência para o seu povo ao rei persa Assuero.

Os tapetes persas, os gatos persas, o Império Persa, a Pérsia que Alexandre Magno tanto se orgulhava de haver vencido, a Pérsia sobre a qual o historiador grego Heródoto escreveu em seu livro clássico As Guerras Médicas, a civilização persa sobre a qual Hegel escreveu em seu livro clássico A Filosofia da História, Sherazade, que contava histórias ao Califa de Bagdá nos contos As Mil e Uma Noites, Ibn-e Sina (Avicena), cujos trabalhos de medicina foram ensinados na Europa durante séculos, Hafez, o grande astrônomo e poeta que era admirado por Goethe, Omar Khayyam, Rumi (Mowlana Jalaluddin Rumi) eram todos persas, eram da Pérsia, o mesmo país que desde 1935 tem sido conhecido no Ocidente como Irã, através de um estranho acidente da história.
Na Europa Ocidental, após longos períodos de guerras e de violência (culminando na selvageria da Segunda Guerra Mundial), eles finalmente optaram pela cooperação entre as nações e a formação de uma União Européia. Pode vir uma época em que os povos do Oriente Médio superarão o atraso cultural existente e viverão em harmonia e rica troca cultural uns com os outros. Eles aprenderão a colaborar uns com os outros e a não reivindicar superioridade uns sobre os outros. (Fouad Kazem, www.iranian.com)
Essas explicações são muito instrutivas e interessantes, especialmente nesta época em que o Irã aparece quase todos os dias nas manchetes. Devido à crescente aproximação do governo brasileiro com o regime de Teerã, também é importante manter-se informado sobre a antiga Pérsia – especialmente quanto ao seu papel nos eventos proféticos.
É compreensível a esperança do autor – por não ter o referencial bíblico – a respeito da futura convivência pacífica das nações no Oriente Médio, tomando como exemplo o aparente sucesso da União Européia (UE) em estabelecer a paz entre os povos.* Isso, porém, só acontecerá depois que os países islâmicos que atacarem Israel (juntamente com Gogue [a Rússia] - veja Ezequiel 38 e Ezequiel 39) forem julgados e quando for estabelecido o reino de paz milenar do Messias (veja Isaías 2.2-4; Isaías 11.6-9; Apocalipse 20.1-6). (Ingo Haake - http://www.beth-shalom.com.br)
*Sendo a base do futuro Império Romano restaurado, representado pelos “pés em parte de ferro e em parte de barro” (Dn 2.33), a unidade da UE é artificial, “assim como o ferro não se mistura com o barro” (Dn 2.43).
Notas:
  1. Artigo escrito por Ehsan Yarshater, docente da Universidade de Columbia em Nova York e editor da Encyclopedia Iranica.
  2. Deutschland, Germany, e Allemagne se referem ao mesmo país, a Alemanha, em línguas diferentes, a saber, no alemão, no inglês e no francês.
  3. Presumivelmente porque esses editores crêem que o fato de apontarem as origens nacionais de Rumi irá prejudicar os esforços das vendas.

Divulgue e recomende a edição online:

Postagem em destaque

Miss. Isa Reis I Gideões 2017