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domingo, 6 de dezembro de 2015

Orla é disputada por evangélicos e umbandistas para evento

“Devemos deixar o mar para Iemanjá”, defende padre
por Leiliane Roberta Lopes

Orla é disputada por evangélicos e umbandistas para eventoOrla é disputada por evangélicos e umbandistas
Dois eventos religiosos tentavam ocupar a Orla da Pajuçara, em Maceió (AL), no dia 8 de dezembro. De um lado os representantes do Coletivo Religioso de Matriz Africana que todos os anos comemoram na data o Dia de Iemanjá. De outro lado os evangélicos que queriam o espaço para realizar o evento “Maceió de Joelhos”.
A briga pelo espaço foi parar na justiça quando o grupo de evangélicos resolveu acionar o Ministério Público. Na Assembleia Legislativa a decisão foi criticada pelo deputado Pastor João Luiz (DEM) que pediu bom senso aos seus irmãos de religião.
“Estou aqui em nome do bom senso. Apelo aos evangélicos que retirem essa questão da Justiça e deixem as religiões de matriz africana realizarem suas manifestações no dia que é reservado a elas”, afirmou.
Uma reunião entre os representantes dos dois grupos aconteceu na última segunda-feira (30) na sede da Capital do Ministério Público de Alagoas. Ali os representantes das religiões afro reclamaram de intolerância religiosa e pediram o cancelamento do evento evangélico.
“É um dia muito esperado pelos adeptos [das religiões afro], inclusive do interior do estado. Achamos que o que está acontecendo é uma intolerância cultural e religiosa”, disse a mãe Zazi, segundo reportagem do G1.
Reunião no Ministério Público.
Reunião no Ministério Público.
O babalorixá pai Célio também classificou o pedido de evento dos evangélicos como intolerância. “Esperamos que essa ação não se repita, como vem acontecendo durante alguns anos. Estamos em um país laico e ainda é clara a perseguição que sofremos”, disse.
O pastor Paulo César da Silva se defendeu dizendo que não é perseguição religiosa. “A data foi escolhida para realizar o evento ‘Maceió de joelhos’, por ser um dia após o aniversário da capital. O local é por ser de fácil acessibilidade”, explicou ele. O evangélico garante que o evento acontece há nove anos e que o objetivo é orar pelas famílias do Estado.
O representante da Igreja Católica, o padre Manoel Henrique, compareceu à audiência e ficou do lado dos movimentos de matriz africana. Para ele o pedido dos evangélicos de disputar o espaço com as homenagens à Iemanjá é “um retrocesso cultural”.
“O caminho da igreja não é esse da intolerância. Maceió deve acolher os irmãos afro, que realizam essa manifestação no local antes dos evangélicos. Devemos deixar o mar para Iemanjá”, defendeu o padre.
A reunião não chegou a um acordo e nesta quarta-feira (2) a Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU) decidiu que quem irá ocupar a orla será as religiões de matriz africana. Já os evangélicos tentarão transferir o evento deles para a Praça Multieventos.

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